Na
eleição passada falei muito sobre os erros de Boulos especialmente
no que tange ao seu mote de taxar os ricos,sonho que é acalentado
pela humanidade há séculos e que ainda hoje não se realizou
completamente.
O
grande humanista Erasmo de Roterdam,em um determinado período de sua
vida,foi lecionar em Oxford,Inglaterra,a convite de seu amigo e outro
grande humanista Thomas More.Neste país Erasmo escreveu o seu grande
livro “Encomium Moriae”,”O Elogio da Loucura”,cujo titulo em
Latim é uma brincadeira com o nome de seu amigo inglês,depois
decapitado pelo Rei Henrique VIII.
Uma
das coisas que Erasmo queria era juntar dinheiro para voltar
seguro,na velhice,ao seu país natal,a Holanda.Ao reunir um numerário
condizente com este propósito o humanista quis voltar para o
continente,mas na hora de pegar o navio e atravessar o Canal da
Mancha,foi impedido de levar as suas economias.
Era
a época áurea do Mercantilismo,associado ao absolutismo
monárquico,o hipermetalismo,doutrina econômica segundo a qual todo
país tinha o direito de acumular pura e simplesmente toda a
quantidade de ouro e prata possível para garantir o erário públicoe
manter as condições de sobrevivência econômica do reino.
No
tempo de Henrique VIII era esta a prática,consentânea com os outros
absolutismos continentais.Depois,no reinado de Elizabeth I isto
mudou,mas não cabe aqui discutir isto.
O
que quero discutir é que esta postura nacional de garantir as
condições de acumulação capitalista,prosperou nos países com um
projeto nacional forte e homogêneo(ainda que conseguido às custas
de muita violência,como na Espanha)e os manteve destacados durante
séculos,muito embora nações como a Espanha e Portugal tenham
decaído.
Até
aos dias de hoje taxar os ricos é um problema não resolvido,mesmo
em países com uma certa distribuição de renda,como nos Estados
Unidos.Lá também as condições de taxação dos ricos são muito
precárias e aqui no Brasil ocorre uma situação oposta àquela de
Erasmo de Roterdam:taxar os ricos vai fazê-los emigrar e enviar as
suas posses para o exterior.As classes altas não investem no seu
país.
Esta
é uma diefernça essencial que que queria fixar aqui neste meu
artigo:as classes altas dos países centrais da Europa sempre tiveram
uma preocupação de investir no seu próprio local,até para se
prevenir.
A
competição entre as nações da Europa,as fez exclusivistas,mas
isto não é mau,porque o esforço de contrução de riqueza,a partir
de um critério autóctone, não as enfraqueceu,antes as fortaleceu e
de quebra à Europa.Vou voltar ao tema no próximo artigo.
Excelente.
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