terça-feira, 28 de novembro de 2023

O despertar da besta triunfante Os ricos são maus,os pobres são bons

 

Com o refluxo das revoluções e o fim da utopia(e agora José?) sobraram algumas de suas falácias,mas também verdades:as massas quiseram sair do sofrimento e isto é justo.Mas como não chegaram e ainda distorceram o processo,ficaram alguns “truques” perversos da era das revoluções ,que já tinham sido propostos neste tempo,mas que permaneceram num outro período,que é o nosso,de novas estradas abertas ao “paraíso”.

A maior destas sobrevivências foi o igualitarismo:já que os ricos continuam lá com seus privilégios,nós aqui,pobres não vamos reconhecer a sua humanidade.

Quero dizer,nós somos todos iguais,mas os ricos não sofrem,por sua condição privilegiada.

O resultado deste “ raciocínio” é o seguinte:só os pobres sofrem e se não houver reconhecimento total da necessidade deles,eles não reconhecem o sofrimentos dos ricos.

Em principio até se admitiria um “ raciocinio” deste jaez,embora já fosse de plano, perverso(como é de fato):o sofrimento de um pai rico é menor do que um pai pobre que vêm os seus filhos sendo estuprados ou torturados?

Sei que algum radical(não necessariamente boçal)vai me contestar com o argumento-chavão de sempre:mas os ricos têm mais recursos para enfrentar o problema,os pobres não.É verdade e isto põe o pobre ,ainda ,na prioridade universal da questão social,mas na perspectiva individual não há como fazer uma “medição” assim.

O problema é quando esta contraposição entre pobres e ricos serve a propósitos escusos patrocinados por oportunistas,tanto da esquerda como da direita(como de todo lugar).

A igreja católica,desde a Idade Média,jogou com a ambiguidade que é a noção de “ pecado”:certas coisas,que não são morais ou imorais(como se masturbar)passam a ser pecados com uma dose de terror,conveniente à manipulação da religião.

Foi preciso a ciência e o conhecimento desmentirem estes conceitos(masturbação como pecado)para  a religião diminuir o seu peso,depois de sofrer uma pressão de fora para dentro.

Hoje setores de vanguarda utilizam as mesmas técnicas de ambiguidade,exceto por um detalhe fundante:se as classes desfovecidas,eu vanguarda ,defino quando e onde e como o seu sofrimento de não-desfavorecido,vai valer.

Em principio se você “comer” na minha mão tem grande chance de eventualmente ser reconhecido,mas se me obedecer  eu o coloco entre os desfavorecidos e até quando você não sofrer,sofrerá,se isto nos ajudar.

Ainda que você more numa comunidade e tenha uma vida mais feliz do que muita gente de classe média,você sofre o outro não.

Este é um dos mecanismos complexos da inversão de valores em que vivemos hoje e eu continuarei analisando estes problemas.

 

 

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