segunda-feira, 26 de agosto de 2024
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
domingo, 18 de agosto de 2024
Críticas aos meus textos pessoais
Muita
gente me critica por falar muito em questões pessoais de família, mas é porque
eu não tive família. A minha era extensão pura e simples do Partido Comunista e
do movimento comunista mundial.
Na
minha infância, não era tomar sorvete o essencial, mas saber o que vinha de
Moscou, como novas diretrizes.
Por
isto, não só me acho no direito de fazer estes textos, mas no dever de mostrar
como esta intersecção é perigosa.
Sempre
algum “amigo” meu, comunista, bastante embotado, vem dizer que isto acontece em
muitas famílias, não só nas de esquerda. Mas há diferenças que precisam ser
pontuadas para identificar a causa de problemas específicos.
E
há outros“ amigos” que se acham modelos do mundo e que vêm sempre afirmar que,
se eles conseguiram enfrentar estas dificuldades sem dizer nada, eu devo agir
assim.
Mas
cada caso é um caso, cada pessoa é diferente, sendo esta verdade um anteparo
eficaz contra estes conceitos abstrusos totalitários.
Há
famílias que se distorcem devido ao dinheiro: os pais dão dinheiro aos filhos e
se isentam do resto. Há religiosas que entregam tudo para Deus e se isentam da
responsabilidade educativa.
E
há aquelas que inventam outros deuses, como o materialismo dialético, o
marxismo, que teriam, como“ ciências”, resolvido tudo, não havendo mais
problemas, inclusive familiares.
Também
servem de justificativa para se isentar dos filhos, de suas necessidades. Isto
sem falar nos problemas familiares causados pela luta política, que aparecem,
por exemplo, no filme Marighella.
quinta-feira, 15 de agosto de 2024
Lula: dou a mão à palmatória
Realmente,
agora que Lula faz o que eu esperava, se encaminhar para o não reconhecimento
do regime de Maduro , acho difícil que haja encenação, jogo de cena.
Porém,
quando se trata de política, há que ficar sempre com um pé atrás.
Eu
analisarei esta situação atual com a esperança de que a estrada seja a do não
reconhecimento, porque é claro que as eleições venezuelanas foram fraudadas e
no mínimo deve haver outras ou reconhecimento da vitória da oposição.
O
apoio pura e simples ou indireto, como parecia, ao chavismo, jogaria uma água
tremenda na" nossa” direita daqui.
Ainda
que esta preocupação seja a única coisa que passa na cabeça do governo (e não o
compromisso com a democracia), já será um avanço em função do que foi dito
acima.
Não
se pode brincar com isto. O governo já não atua para evitar a continuidade da
direita, como eu venho alertando sobejamente e se agora errasse na estratégia,
tudo pioraria sensivelmente.
Pelo
menos o pragmatismo se fez sentir no governo, mas há que ficar sempre atento a
estas idas e vindas constantes do Presidente, porque ele também faz parte deste
diapasão" socialista", no qual o chavismo está.
Ele
não pode nem ir para a direita e nem, muito menos, para a esquerda,
permanecendo num centro forçado, que o torna um pouco refém das circunstâncias
ou da condição objetiva.
quarta-feira, 14 de agosto de 2024
De (alguns) comunistas e suas mentiras
Por
que perdi a confiança
Quando
era pequeno, ouvi de meu pai e de outras pessoas que os PCs eram os únicos que
diziam o que faziam e vice-versa. Quando iniciei a minha experiência de
militante no começo dos anos 80, notei que não era bem assim.
Em
primeiro lugar, naquele momento em que se superava a ditadura, o que se dizia
nestas hostes vermelhas era que a democracia, contra o pensamento de Lenine,
era um fim em si, uma finalidade. Usava-se a expressão “democracia como valor
estratégico”, por oposição ao “valor tático” de Lenine.
No
entanto, na prática, eram só palavras e, no decorrer dos anos, notei que era só
fachada para continuar pensando em termos de “a doença infantil”. A democracia
não era uma finalidade em si mesma, mas um trampolim instrumentalizável para
uma “democracia superior”, melhor…
Assim
também, desde o momento em que entrei no movimento, nos albores dos anos 80, eu
verifiquei que se dizia uma coisa no movimento de bairros, outra no movimento
estudantil, outra entre os advogados e outra na minha casa.
Como
resultado desta constatação de que não havia coerência nenhuma, passei a
desconfiar dos comunistas e a exigir, mesmo sendo alguém de esquerda, que eles
provassem o laço indelével entre eles e a democracia, como fizeram os italianos
e os holandeses e outros partidos, principalmente pela Europa.
Continuo
em busca desta coerência entre o fazer e o dizer e vice-versa.
domingo, 11 de agosto de 2024
Eu,no amor, Sou como Engels
Em
“A Origem da família ,da Propriedade e
do Estado” Engels expressa a sua concepção de amor livre :o amor livre ,com
base em seu fundamento, é aquele que provém do sentimento amoroso ,sem intervenção
de qualquer outro poder ou mediação que não seja esta,a do amor .
Na
visão de Engels a pura liberdade amorosa dispensa o “imóvel”,as garantias
econômicas e jurídicas.Aí eu discordo.
Os
encadeamentos amorosos não são seguros ab initio .Eles se modificam,por razões endógenas
e exógenas e este período ,digamos, de experimentação,constituído posteriormente
ao fim do enlace(de namoro,de noivado e do casamento)força compensações.
A
personalidade de Engels se me afigura(como a de Marx)como a de um romântico
idealista,de extração rousseauista:retirou a propriedade e tudo o que dela emana
que a utopia surge no horizonte.
Mas
não é assim que a vida funciona(e certamente prossegue na utopia):há percalços
no caminho,alguns inarredáveis.Uma pessoa como Engels,lá no fundinho,quer se
livrar de problemas que acompanham a humanidade.
No
amor,tão difícil de achar,a tentação do perfeito está ali na esquina(como a
revolução e a utopia).
Se
não se souber ,no entanto ,admitir estas imperfeições ,corre-se o risco de se
tornar um Moisés ,olhando de longe a terra do maná...
O
meu momento inarredável nesta procura é congênere ao que se disse no inicio:eu
nasci num contexto de mediações como as que Engels denotara.Só que no plano da
esquerda:assim como Engels identificou a propriedade e seus efeitos como interrupções
e intervenções ao amor e à paixão(como em Romeu e Julieta)o coletivismo socialista
cumpre a mesma função.
Além
de tudo, estas interposições coletivas ,no final,suprimem uma condição da paixão
e do amor:a privacidade,o intimo.
Comumente,quando
arrumo uma menina ,uma namorada,o mundo todo me cerca:família,religião,amigos.
Sinto-me
como um integrante da família real britânica em que todos atos da vida são
rituais públicos,inclusive os atos pessoais e íntimos.
Eu
já pensei em mandar para a ONU um projeto dando conta de que talvez o problema
da humanidade seja deveras o meu
casamento.
De(alguns)comunistas E suas mentiras
O
meu procedimento axiológico em frente aos comunistas é o mesmo com os católicos
e cristãos em geral:assim como há comunistas de boa índole e sublimes,há os
criminosos.
Na
igreja católica há pessoas sinceras,honestas ,sublimes.Mas há os pedófilos,os
ladrões e outros criminosos de jaez variado.
E
parece-me um padrão da e na História de que sempre o aparelho é dominado por
estes criminosos.É algo que analisarei depois.
Outro
problema é porque estes dois lados,não raro,convivem,com a anuência
principalmente dos bons.
Aquilo
que é feito pelos maus não mancha a dignidade dos outros.O fato de existir católico
pedófilo não o iguala àquele que é correto.
Mas
em termos de movimento o comprometimento de sua confiabilidade é real e mais
ainda o silencioso apoio que o bom oferece ao desviante repercute sobre
ele,quer queira ou não.
Os
crimes de Stalin não repercutem na honra de alguns comunistas,mas a sua leniência ,sob que justificativa,tem o mesmo
efeito acima referido.
Alias
há que se reconhecer que os crimes em nome do socialismo e do comunismo tiveram
impacto paralisante em todo o resto do movimento e ainda ecoa nos dias de
hoje,sobre o resto do movimento(que cabe numa kombi[junto com a torcida do
América,que deve ser maior]).
Logo,
quando menciono alguns comunistas,ocupo-me daqueles que estão no aparelho e que repetem os desvios históricos do
movimento,que nós todos conhecemos.
Cuidarei
de analisar algumas mentiras destes “ alguns”.
sábado, 10 de agosto de 2024
Eu a pornografia Agora Freud
Mais
uma vez eu venho aqui tratar da minha “ associação” com a pornografia,desta vez
mandando recado para estes nefandos da Folha ,que invadiram aqui a minha vida pessoal.Dizer
a eles que eu continuo consumindo,porque compro em bancas de jornais e conto
com o sonho de que eles parem de me mandar aquelas transgressões reais aí,que
me irritam.Só de vez em quando eu gosto do que eles fazem lá.
E
este escrito é para mostrar a natureza do meu trabalho com este “ laboratório”.
Nos
estudos sobre Freud um dos temas mais importantes é o do “além do principio do
prazer” em que ele desmonta a reflexologia ,pela qual o que acontece na
psicologia humana é modelado pelo que se dá no plano natural.
Até
Freud e desde o jusnaturalismo(religioso ou laico)e chegando em Pavlov,o padrão
da psicologia era esta adequação modelar entre a prévia natureza e a psique
humana dela derivada(presumivelmente).
No
texto de 1919 Freud salta qualitativamente naquilo que foi sempre o seu trajeto,desde
o inicio:que a psicologia tem uma autonomia perante à natureza.
Na
problemática da histeria,como sabemos,pontificou que não era um problema moral
e nem muito menos neurológico.
Que
problema era este?Decerto modo foi em 1919 que Freud expôs a explicação para
esta indagação:que não há desconexão entre a natureza e a psicologia,mas as
suas correlações obedecem à uma pluralidade de oportunidades.
A
tese de Freud é que no começo o homem vive na dicotomia entre prazer e
desprazer,mas ,na verdade,e não no tempo,transforma formas de dor,de
transgressão, em “ prazer distorcido”ou meio de realização.
É
neste enquadramento que a pornografia me
ajuda a entender a propositura de Freud ,a qual se limitava ao masoquismo e sadismo,na “interação”
homem/mulher.
Outros
delineamentos têm que ser examinados:a traição;a traição do homem bem sucedido
por mulheres com pobres(não raro negros);a interracialidade;o trisal,a
poliandria e outros casos.
Faz-se
muita crítica a Freud por negligenciar esta mediação que citarei logo logo e
isto é uma verdade,porque ele reduz tudo à pulsão,como instância “solucionadora”.
Mas
potencialmente neste âmago estão as condições para atribuir propriedade àquilo
que eu cito agora:a mediação socio-psicologica.
A
natureza da inversão do “ principio do prazer” é sócio-psicológica,uma camada sobrenatural .
Pouca
gente se dá conta de que a sociedade é uma realidade sobrenatural e a confunde
com a religião.Esta supõe uma transcendentabilidade,uma intocabilidade empírica;mas
na sociedade e na natureza,em seus elos possíveis ,o sobrenatural e o natural
explicam estas inversões.
Porque
não ficar com uma pessoa só?Porque o triângulo amoroso e sexual outorgado a
Maria Antonieta é mais importante do que a felicidade?
A “diplomacia” de Lula Uma no cravo ,outra na ferradura
Após
o pragmatismo perigoso de Lula em face da Venezuela (“país irmão”segundo um
beócio aí)a dissensão criada com a Nicarágua parece restabelecer o caminho da
democracia .
Caro
leitor,como vetusto que sou, já vi tantas coisas que acredito que tudo isto aí
não passe de uma mis em scene .Não duvido nada.Não duvido de nada.
Jogo
de cena para aparentemente “provar” o compromisso com a democracia.
Mas
Lula sempre apoiou idéias bizarras de certos políticos de esquerda.Nunca
trilhou um caminho racional de “ usá-la”(no bom sentido)para chegar aos objetivos
sociais.
No
fundo,se examinarmos a trajetória de Lula e do PT,estas fórmulas de desvio
dentro da democracia possuem mais guarida.
O
diálogo com a classe média,o trabalho
com o direito ,nada disto importa,mas mecanismos de desvio diante do bloqueio que,segundo
a esquerda, existe ,impedindo as realizações de governo.
Parece
a continuidade do conceito de “ democracia bloqueada”,que foi a última coisa
que eu ouvi na esquerda,quando ainda transitava nela.
Dois
conceitos permanecem: “democracia bloqueada” e “ melhorismo”.Este último eu já
critiquei em outra ocasião,mas o primeiro destrincharei em próximo trabalho.
Ele
é que me parece ser o direcionador destas posturas do PT e de Lula e a sua análise servirá para entender,entre
outras coisas,os fundamentos desta esquerda que vive entre a morte e o estertor
e os caminhos abertos eventuais.
quarta-feira, 7 de agosto de 2024
Assim não dá ,Lula
Com
o proceder do presidente em face da Venezuela de Maduro nada favorece a alguém
como eu ,que sonhou e sonha com o
indelével e definitivo casamento entre a esquerda e a democracia.
Não
tenho como saber a posição íntima de Lula sobre este problema,porque uma hora
ele diz que sim,outra ,que não.
Mas
o que importa é que no frigir dos ovos o seu pragmatismo extremo é o que
prevalece.
Mas
é só pragmatismo?Ele é sinceramente devotado a estas formas esquerdizóides de ditadura?
Às
vezes penso que tanto Brizola como Roberto
Freire têm razão em caracterizar Lula ,a partir do final de seu primeiro
mandato ,como refém ,um presidente refém.
No
entanto é refém dos conservadores,como eles mesmos petistas,reconheceram ou
agora é refém do próprio PT que “ama” a Venezuela.
Em
termos práticos os dois conceitos,penso eu,são válidos.Contudo penso que,como disse
eu há muitos anos,era possível e necessário à Lula começar a realizar um
trabalho de mudança na cabeça do partido e é aí que faltam a ele referenciais capazes
de habilitá-lo.
Eu
não vou voltar a esta problemática.O que resta desta continuidade do vinculo
com o país vizinho é que a direita poderá
usá-lo como prova das intenções golpistas eventuais do Presidente
E
diante de um povo que se apavora diante de radicalismos, a mera menção desta “
verdade” radical tem tudo para ser fatal.
Não
sei porque os setores de centro,como Aecio ou Marina não falam nada ou muito
pouco.O risco é de não chegarem ao poder se houver este nefando golpe já deflagrado.
sábado, 3 de agosto de 2024
O “sonho” (velhíssimo) Da esquerda brasileira E latino-americana
O
sonho continuísta destas esquerdas é o do Pri no México,resultado da Revolução
Mexicana:ficar indefinidamente no poder,com a anuência do povo em geral.
Anos
atrás houve até uma tentativa de alternância de poder no México,mas depois de
um mandato,os alternativos não conseguiram suplantar o Pri e ele voltou e está aí até agora.
O
“ sonho” social da esquerda,após a queda ominosa do leste europeu,é ficar no
poder com esta tranquilidade que os mexicanos têm.
Somente
assim ,no entender dela,se pode pensar num avanço no futuro,se vale a pena.
E
somente assim(e por outros motivos)se explica a ambiguidade de Lula diante de
Maduro e suas eleições fraudadas.
É
certo que ele tem que se coordenar com as posições do PT que apóia o
venezuelano,mas em outras ocasiões ele já sacrificou deveras os seus
compromissos democráticos com o Brasil,sustentando outras aventuras populistas
por aí,pela América Latina.
Então
continua o seu jogo de esconde-esconde,que sempre foi uma marca de sua
personalidade e de sua atuação:ora fala nas atas,depois diz que “ está tudo
normal”,para depois aceitar o fait Acompli
.
Se
é que vai ser assim.Se é que isto não vai desandar.Mas a pressão é grande:por
enquanto os governos de direita não reconhecem Maduro e quando chegarem os
outros governos,como vai ser?
Continuamos
no pior dos mundos.