quarta-feira, 18 de setembro de 2024

A decisão de Macron II O futuro da esquerda Começa no passado

 

Continuando a análise da decisão de Macron(de escolher um representante da direita[apesar de a esquerda o ter ajudado e ter maioria]),se nós observarmos bem,o Presidente usou  a esquerda:vendo que ia ficar acuado(pela direita)e sabendo da força da esquerda,que não podia ficar acuada também por um governo de direita,marcou as eleições.Quando o perigo de perder açulou a esquerda,ela se mobilizou na bacia das almas e garantiu um avanço do Presidente.Mais do que isto,lhe garantiu a continuidade do poder.

Quando era hora de Macron retribuir ele volta-se para a  direita.É o esquema de sempre,desde 1930:a direita se vale dos erros da esquerda para poder chegar e ficar no poder.

Mas desta vez os erros da esquerda apontam possibilidades para o futuro,porque têm a ver com erros do passado,que podiam ter sido evitados,garantindo a subida da esquerda ao poder.

Qual foi este erro?É uma questão de fundo:a sociedade francesa,a mesma que votou na esquerda,para o legislativo,não faz nada para impedir a direita,porque embora reconheça o papel histórico da esquerda ,a sua média ética é mais próxima da centro direita e não raro da direita,que cola com ela.

É semelhante às razões a que aludi que impediram o sorpasso  italiano:a sociedade como um todo não abraçou o comunismo democrático italiano do PCI,para não isolar o Papa e o Vaticano.

Na França é diferente,mas ,de outro lado,é igual,porque a sociedade não encampa os radicais,a menos que eles demonstrem apego permanente à democracia,admitam sempre a alternância de poder e mantenham,depois do processo de mudança ter iniciado,os valores da sociedade democrática,quais sejam:respeito à propriedade e às liberdades humanas universais.

O caminho está aberto para um renascimento da esquerda,na Europa Ocidental,se estes valores forem incorporados  comprovadamente ao campo “ progressista”.


 

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