Continuando
a análise da decisão de Macron(de escolher um representante da direita[apesar
de a esquerda o ter ajudado e ter maioria]),se nós observarmos bem,o Presidente
usou a esquerda:vendo que ia
ficar acuado(pela direita)e sabendo da força da esquerda,que não podia ficar
acuada também por um governo de direita,marcou as eleições.Quando o perigo de
perder açulou a esquerda,ela se mobilizou na bacia das almas e garantiu um
avanço do Presidente.Mais do que isto,lhe garantiu a continuidade do poder.
Quando
era hora de Macron retribuir ele volta-se para a direita.É o esquema de sempre,desde 1930:a direita
se vale dos erros da esquerda para poder chegar e ficar no poder.
Mas
desta vez os erros da esquerda apontam possibilidades para o futuro,porque têm
a ver com erros do passado,que podiam ter sido evitados,garantindo a subida da
esquerda ao poder.
Qual
foi este erro?É uma questão de fundo:a sociedade francesa,a mesma que votou na
esquerda,para o legislativo,não faz nada para impedir a direita,porque embora
reconheça o papel histórico da esquerda ,a sua média ética é mais próxima da
centro direita e não raro da direita,que cola com ela.
É
semelhante às razões a que aludi que impediram o sorpasso italiano:a sociedade como um todo não abraçou
o comunismo democrático italiano do PCI,para não isolar o Papa e o Vaticano.
Na
França é diferente,mas ,de outro lado,é igual,porque a sociedade não encampa os
radicais,a menos que eles demonstrem apego permanente à democracia,admitam
sempre a alternância de poder e mantenham,depois do processo de mudança ter
iniciado,os valores da sociedade democrática,quais sejam:respeito à propriedade
e às liberdades humanas universais.
O
caminho está aberto para um renascimento da esquerda,na Europa Ocidental,se
estes valores forem incorporados comprovadamente ao campo “ progressista”.
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