sexta-feira, 13 de setembro de 2024

A decisão de Macron

 

A decisão do presidente da França de nomear alguém da direita para o cargo de primeiro ministro,apesar da vitória da esquerda não me surpreende de forma alguma.

A opção histórica de escolher a esquerda é sempre radical.Se esta escolha não s e apresenta de uma maneira bem fundamentada não adianta porque o absurdo de escanteá-la não vai chocar ninguém.

Historicamente, a esquerda existe para mudar ,mas este processo não se faz de uma hora para outra e quando não fica claro para o eleitor que esta mudança virá ,ele prefere deixar a esquerda onde ela sempre  esteve :como auxiliar das mudanças;como um peso a favor da democracia ,nos momentos de perigo.

A esquerda,ao longo do tempo,funciona como Trump no partido republicano:é(era)só para manter o elefante à direita.A esquerda é só para manter a democracia ,mas para chegar no poder e mudar é uma dificuldade,que nem os melhores comunistas italianos conseguiram fazer.

A esquerda ou cai na voragem do tempo e admite que só s e pode mudar aos poucos,dentro da alternância de poder, ou ela vai ficar neste impasse ad infinitum .

Quando ainda existia o PCI,a idéia de alternância de poder foi considerada como algo a se incorporar na tradição democrática comunista,mas havia pessoas que se preocupavam  com a descaracterização do Partido,isto é,com sua radicalidade .

No meu modo de entender ,porém,não tem saída:ou se mantém a radicalidade no movimento politico na alternância (criada pelos liberas)ou não há como a  esquerda  ganhar confiança por parte do eleitorado.

As minhas razões para explicar porque os comunistas italianos não deram o sorpasso  eu vou tratar em outro texto,mas  de modo geral ,o padrão do fracasso é este,é esta moldura explicativa aí.

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