A
decisão do presidente da França de nomear alguém da direita para o cargo de
primeiro ministro,apesar da vitória da esquerda não me surpreende de forma
alguma.
A
opção histórica de escolher a esquerda é sempre radical.Se esta escolha não s e
apresenta de uma maneira bem fundamentada não adianta porque o absurdo de escanteá-la
não vai chocar ninguém.
Historicamente,
a esquerda existe para mudar ,mas este processo não se faz de uma hora para
outra e quando não fica claro para o eleitor que esta mudança virá ,ele prefere
deixar a esquerda onde ela sempre esteve
:como auxiliar das mudanças;como um peso a favor da democracia ,nos momentos de
perigo.
A
esquerda,ao longo do tempo,funciona como Trump no partido republicano:é(era)só
para manter o elefante à direita.A esquerda é só para manter a democracia ,mas
para chegar no poder e mudar é uma dificuldade,que nem os melhores comunistas italianos
conseguiram fazer.
A
esquerda ou cai na voragem do tempo e admite que só s e pode mudar aos
poucos,dentro da alternância de poder, ou ela vai ficar neste impasse ad
infinitum .
Quando
ainda existia o PCI,a idéia de alternância de poder foi considerada como algo a
se incorporar na tradição democrática comunista,mas havia pessoas que se preocupavam
com a descaracterização do Partido,isto
é,com sua radicalidade .
No
meu modo de entender ,porém,não tem saída:ou se mantém a radicalidade no
movimento politico na alternância (criada pelos liberas)ou não há como a esquerda ganhar confiança por parte do eleitorado.
As
minhas razões para explicar porque os comunistas italianos não deram o sorpasso
eu vou tratar em outro texto,mas de modo geral ,o padrão do fracasso é este,é
esta moldura explicativa aí.
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