Aprofundando
os dois artigos anteriores, faço-o porque vejo nestes acontecimentos na França,
possibilidades novas de renascimento real do movimento social.
Depois
de muito tempo, a esquerda volta a ser fiel da balança de um fato político
importante e se habilita, de fato, a ser governo, como era o caso aqui. A
explicação de por que não foi, eu já dei no artigo anterior.
Agora,
prescrutar estas possibilidades é que cabe realizar.
Pois,
há que se saber aproveitar este momento, tirar dele as lições segundo uma
premissa de renascimento, ou seja, de voltar para o proscênio da política e da
história, em meio a esta crise global, que caracterizo como de acefalia:
ninguém se responsabiliza pelo planeta e não há propostas ou intenção de atacar
os problemas.
Não
sou saudosista e não vou cair nesta de sentir saudade do âmago da guerra-fria,
mas naquele tempo, pelo menos, se discutia e alguém assumia a responsabilidade
pelo que se passava diante dos olhos.
Como
penso que ainda vivemos o rebotalho da guerra-fria, não serei nostálgico, mas
houve mudança para pior depois da queda do socialismo e do muro.
A
resignação é total e eu ponho este conceito à frente da falta de ideias
porque este vácuo é onde não há nenhum interesse em começar a se debruçar
sobre os problemas e, a meu ver, isto ocorre em razão de se ater ainda aos
modelos explicativos do passado.
As
pessoas não entendem o que faço aqui nos meus blogs, no plano da política:
estou há anos tentando convencer a todos de que a queda referida não foi falta
de vontade ou esforço e sim em função de que a teoria não tinha base e precisa
ser substituída por uma concepção nova.
E
entendo que, como já disse, tal renitência, empedernimento é devido ao
egocentrismo da esquerda, que não admite os erros e as derrotas.
Aliás,
mais as derrotas do que os erros. Os erros são sempre relativizados e as
derrotas não admitidas, a partir de uma premissa falsa de que ela tem a verdade
científica definitiva e que, portanto, é só se atualizar, quando, na verdade,
ela perdeu a batalha da História, da Política e da Teoria e necessita, como
qualquer movimento, se renovar.
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