Eu aprendi
a ver este problema
da idolatria lendo um
famoso livro de
Georges Bernanos,” Sob o Sol de Satã”,escrito aqui
no interior de Minas quando
o autor estava exilado
no Brasil ,fugindo
da Segunda Guerra.
O
resumo da narrativa é
um padre que
aparentemente cura as pessoas e
sofre interiormente com este
dom que ele acredita
lhe ter sido concedido por
Deus e na continuidade da
trama vai se observado a ilegitimidade deste
dom.O padre se
apercebe que ele
não tem condições
de afirmar claramente que está
curando e por vontade de Deus,pois
qual seria o motivo
especial pelo qual um
padre teria este direito
e não outra pessoa?
Não há
como nenhum missionário
atribuir a si
mesmo esta delegação
do alto porque
não há prova de que
esta comunicação seja
real e muito menos
motivo para se acreditar
que um homem
é mais apto a
ser “ eleito
de Deus” .
Muito
embora , ao longo da história,
se encontrem este critérios
de escolha,desde o Rei Davi até
o missionário nazista(pois
Hitler acreditava que a
providência lhe dera
a missão de
salvar a Alemanha) ,o
fato é que a escolha
de Deus é
possível a partir de
quaisquer critérios,pois
ele,supostamente ,tem a chave
da redenção.Até um
bandido sanguinário pode trazer
uma mensagem e pode
alegar pureza,dependendo das
circunstâncias em que
vive.E todo líder
politico comete as
maiores atrocidades ,inclusive
em nome de Deus.
Não há como
associar missionarismo e milagre
porque é isto o que fomenta
psicologicamente os totalitarismos e barbarismos
em qualquer época.
O que os
assassinos do charlie hebdo
fizeram foi este missionarismo,eles acreditavam
que estavam fazendo o que
Deus lhes mandava,mas
eram os homens,porque eles
não têm como
provar esta ligação
com o alto.
Então é crime.Crime
humano.
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