quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O ardil 22 ou o problema da idolatria



Eu  aprendi  a  ver este  problema  da  idolatria  lendo um  famoso  livro  de  Georges  Bernanos,” Sob  o Sol  de  Satã”,escrito  aqui  no  interior  de Minas  quando  o  autor estava  exilado  no  Brasil  ,fugindo  da Segunda  Guerra.
O resumo  da  narrativa é  um  padre  que  aparentemente  cura as  pessoas e  sofre   interiormente   com este  dom que  ele  acredita  lhe  ter  sido concedido  por  Deus  e  na continuidade  da  trama  vai se  observado a ilegitimidade  deste  dom.O  padre  se  apercebe  que  ele  não  tem  condições  de afirmar  claramente  que está  curando e  por vontade  de Deus,pois  qual  seria o  motivo  especial  pelo qual  um  padre  teria este  direito  e  não outra  pessoa?
Não    como  nenhum  missionário  atribuir  a  si  mesmo  esta  delegação  do  alto  porque  não há  prova  de  que esta  comunicação  seja  real e  muito  menos  motivo  para se  acreditar  que  um  homem  é  mais  apto a  ser    eleito  de  Deus”  .
Muito embora , ao  longo da  história,  se  encontrem este  critérios  de escolha,desde o Rei Davi  até o  missionário  nazista(pois  Hitler  acreditava  que  a providência  lhe  dera  a  missão  de  salvar a  Alemanha)  ,o  fato  é  que  a  escolha  de  Deus  é  possível a  partir  de  quaisquer critérios,pois  ele,supostamente  ,tem a  chave  da  redenção.Até  um  bandido  sanguinário pode  trazer  uma  mensagem e  pode  alegar  pureza,dependendo  das  circunstâncias  em  que  vive.E  todo  líder  politico  comete  as  maiores  atrocidades  ,inclusive  em   nome de Deus.
Não  há como  associar  missionarismo e  milagre  porque  é isto o que  fomenta  psicologicamente  os  totalitarismos  e barbarismos  em  qualquer época.
O  que  os assassinos  do  charlie  hebdo  fizeram    foi este  missionarismo,eles  acreditavam  que estavam  fazendo  o que  Deus  lhes  mandava,mas  eram  os homens,porque  eles  não  têm  como  provar  esta  ligação  com o  alto.
Então é  crime.Crime  humano.

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