terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O kant e o ernesto erram



Teve  gente    que  me  criticou  porque eu expus  dúvidas e  erros  no  meu  blog de pesquisa  e publicística.Mas  eu  quero    mostrar  aqui  a  humildade  de um gênio  como  Kant que  na  “Introdução  à  Crítica  da  Faculdade  do  Juízo”,no  inicio da  parte  2,nota  2,diz:
“Aqui  é  o  lugar  de  corrigir  um erro  que  cometi na  ´Fundamentação  da  Metafísica  dos  Costumes’.Pois,depois de ter  dito,sobre  os  imperativos  da  habilidade,que  estes  comandavam de  maneira  apenas condicionada,e  aliás  sob  condição de  fins  meramente  possíveis,isto  é,problemáticos,denominei  tais  prescrições  práticas imperativos  problemáticos,expressão  esta em  que,sem  dúvida  ,há  uma  contradição.Eu  deveria  tê-los denominado  técnicos ,isto  é,imperativos  de  arte”.(cit  em Introdução  à  Crítica  do  Juizo,Os  pensadores,trad. Rubens  Rodrigues  Torres  Filho,1980,pág.170).
Viram?Em  toda  a  sua vida  de  professor,Kant  nunca  se  referiu aos seus  próprios  textos em sala  de  aula!
No  processo  de construção  de  discursos e  de  sentidos  o erro  faz  parte  da  atividade  humana.Como  diz  Nietszche o  homem  é  um ser  “ errante”.Aliás  Nietszche  acaba com  um  dos  maiores  truques  da  Metafísica  Ocidental,aliada  que  é  da  religião:a  união ,o  amálgama entre erro  e  culpa,separando  os  dois.
O erro  reiterado  pode,eu  disse  pode,levar a  dano,culpa,mas  nos  sistemas  metafísicos  como o do  cristianismo e  outros  que  tais,o  erro  é  associado  ,de  plano,ao  pecado,à  culpa.Se a  pessoa  chega  em  casa bêbada,  suspeita-se  de  algum tipo de prevaricação,a  qual deve  ser investigada.De  qualquer forma   a suspeita    é um  comecinho de culpa.
A  condição  da  vivência,sem  culpa,e  toda  vivência  autêntica  o  é,é  a admissão  do  erro,a  sua  distinção da  culpa.
Existem  atividades    ,formais,que exigem  a  preocupação de  culpa,mas  estas  são  partes  da  vivência,momentos  da  existência.Antes  e fundamentando estes momentos  está  a  existência  autêntica,a  vivência  sem culpa,a  errância.
Mais  do  que  isto a  errância  é  condição de  criatividade,é  meio  para  se  criar  algo  novo,porque  que aquele que  admite  a possibilidade de sua falibilidade se  reporta  como um ser  completo,a  si  mesmo,sem se  preocupar  com  modelos  prévios  supostamente  capazes  de  evitar esta  infalibilidade.Infalibilidade  que  é outro  conceito  religioso.Ele  busca  o  fundamento  em  si  mesmo,nuam  vivência  que nada   tem  a ver  com  outras.



 Kant  e  Ernesto  erram

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