Todas as mídias no Brasil
e quiçá no mundo passam
ao largo do
verdadeiro problema que transparece
na crise grega.Quando a
comunidade européia,como um
sonho antigo,foi estabelecida,todos achavam
que ia ser a realização da igualdade entre
as nações européias.
Mas todos
igualmente esquecem que estas
nações,ou algumas delas ,permanecem
presas ao seu passado imperialista e
colonial e dentro da
comunidade européia ,em vista
disto,não acabaram os
processos políticos hegemônicos
e isto é
a causa desta
crise grega,que expressa algo
que acontece recorrentemente entre
os países hegemônicos e
os pequenos que não têm
pretensão e nem condição de
hegemonia,como é o caso
da Grécia.
Como a Inglaterra
cresceu no mundo e
na Europa?Só com a
importação de matérias-primas de
suas colônias?Não.Num livro importantíssimo Nelson Werneck Sodré
analisou o famoso tratado de methuen em
1758,pelo qual Portugal
compraria as roupas da Inglaterra
e mandaria para
a ilha o
vinho.
De modo
geral foi assim
que a indústria
inglesa cresceu e se fixou,porque
a exportação da roupa
aumentava o crescimento das
manufaturas e dos lanifícios enquanto que
em Portugal a exportação
do vinho mantinha
o país fora
da competição industrial moderna(até
hoje).
Também as relações com os
países se dá na medida
a beneficiar estes
países hegemônicos:eles exploram
a matéria –prima dos países
pobres,com mão-de-obra barata(uma
terceirização avant La lettre)
,industrializam-nas e revendem para as
colônias,estes produtos , a preços escolhidos
pelas metrópoles.
Não é à
toa que
a Inglaterra fica
sempre de fora
da comunidade.Quem conhece
História sabe que
a Inglaterra,para se proteger,sempre jogou
na divisão política e
econômica do continente,exceto no caso
do “ bloqueio continental”
contra Napoleão,uma situação excepcional.
No mais
foi sempre assim.Hoje se ela participa
desta comunidade,em que existe
um projeto hegemônico,se dilui,então
prefere ficar a meio
caminho do continente
e dos Estados
Unidos,uma força econômica
que a ajuda (mas
decerto modo ,a
longo prazo,a ameaça,pois ela
pode se diluir
também,na hegemonia norte-americana).
O projeto
hegemônico chama-se hoje,Alemanha,que usou a Grécia para
o seu estabelecimento,com a ajuda
de outras nações da
Europa Ocidental.A Grécia
é um dos países mais
militarizados do continente,não
se sabe
bem porquê,sendo um país pacífico
como é,desde a sua
independência em 1831.
Ocorre que a
Alemanha impõe este comércio,como
necessidade de manutenção
do equilíbrio da economia
mundial,não cabendo à Grécia decidir o contrário,isto é,negar
,e preferir importar
livros,por exemplo,para preparar
melhor os seus trabalhadores.
A catrefa
de Papandreou aceitou este
modus vivendi e deixou
para os líderes
atuais a tarefa de resolver
um
problema que eles não criaram.
Austeridade,como
querem os alemães,significa apertar
os cintos,não investir e
pagar direitinho aos
credores ou em outras
palavras,condenar os aposentados a
salários minguados,o mesmo
para os trabalhadores,e
condenar muitos ao desemprego e subemprego
por dez anos no
mínimo,garantindo a Grécia como “
cupincha” forçado da Alemanha.
A Grécia
pode ser o grande
laboratório de uma nova atitude
se disser não no Plebiscito
de domingo,no sentido de
se dispor a
pagar os credores mantendo
o crescimento.
Me lembro de
Tancredo Neves,aqui no
Brasil,numa entrevista depois de
eleito ,dizendo que
não pagaria a dívida com a
fome do povo
brasileiro.
A Argentina,depois da
moratória,cresceu a 7% ao
ano,e foi pagando a dívida(até hoje).É assim que
deve evoluir a comunidade
das nações.O mundo só mudará quando
o menor,o pobre,puder
dizer :eu não quero comprar
armas e isto
for obedecido pela
grande potência,animada de
chauvinismo.
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