quinta-feira, 9 de julho de 2015

O que é ser laico?



Assisti    uma semana  atrás  uma  arenga  do pastor  Silas  Malafaia, na  comissão  que  trata  da homofobia  e ele  disse    que  o  parlamento  não  podia  ser laico, porque  a  maioria era  de  cristãos  evangélicos  que  tinham  o  direito de impor  esta  maioria  aos  outros.
O  advogado  Sobral  Pinto  costumava  dizer(ele que havia  nascido  no  século retrasado),que  até a  eclosão da  1ª Guerra  Mundial,qualquer acordo  verbal  valia  secula  seculorum.Depois  deste  evento  você  poder  fazer  quilos  de  contratos escritos  que não  adianta nada.
Este  processo de desconfiança  geral,que  dura até  hoje,teve  passos  importantes ,mas o  mais  importante  foi  quando se legitimou  o  governo  ditatorial  de Adolf  Hitler na  Alemanha,por  causa  da escassa maioria  que  votou nele.Com esta  maioria  os  nazistas  proscreveram  os  partidos  marxistas(e  parte  dos  alemães  aceitou)e  depois  os  outros  partidos  e  correntes  aceitaram a  ditadura  que lhes propunha  convivência  dentro da  “comunidade  nacional”.
O  que  o Pastor  Silas  Malafaia  disse ,a  sua estrutura  mental  argumentativa,casa  direitinho com  os  “ argumentos “de Adolf  Hitler.
Ser  laico  é  entender  que  a  religião,como outros  temas,é  uma  questão de  foro  íntimo e  não de maiorias,pois  ninguém,é,no plano  dos  direitos,da  isonomia  dos  direitos,melhor  do  que  o  outro.
Pode ser mais  eficiente,pode  obedecer a  lei,pode  ser melhor  pessoa,mas no plano  dos  direitos,todos  podem e  devem  ser  abarcados  por  eles.E todos  têm o  direito  de  fazer escolhas  religiosas  diferenciadas.
O  nosso  mundo  é  governado  por  esta  idéia  fascista de que  cada  sistema  de poder tem  o direito de dizer que  a  politica  certa (e  obrigar a  aceitar)é  o seu modelo,o  qual deve    ser  a mediação  uniformizadora  da  sociedade.
Se  eu tenho  eu  posso  tudo,a  despeito  dos  direitos  individuais,das escolhas pessoais,a  despeito  do  Direito  pròpriamente,na  sua essência  mesma.
O  mal  é  que  este  tipo de proselitismo  ataca  também a  esquerda ,que  pensa  que política  é  isto mesmo  também,imposição,e  aí fica  uma  disputa  que destrói a noção  progressista  do público(não estatal)que  é  o caminho  inevitável de progresso  e social  dos  povos.
A  rigor  nós  ainda estamos (e  quando  nós  digo  o  mundo  todo)na  idade média(se tanto).

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