Ainda me lembro
dos países ocidentais criticando o
comecom,mercado comum dos
antigos países socialistas:segundo eles
a URSS fingia haver uma
igualdade entre os
países do leste europeu e
se beneficiava de sua hegemonia politica para obter vantagens
econômicas.Era verdade,mas esta
crítica revela como a URSS e
o campo socialista estavam fadados a morrer,pois
eles estavam repetindo os erros
e desejos hegemônicos das nações
capitalistas modernas,desde o
século XVI,quando surgiram,numa flagrante
contradição com o discurso
libertário socialista que faziam,contradição que
acabou por destruí-los(os países socialistas).
Isto ocorre porque a comunidade
européia,tão propalada como solução definitiva dos conflitos
no mundo,capaz de por
fim à História ,já
nasceu dentro deste contexto cripto-proto-imperialista,a popular hegemonia, e por
isso a crise
grega não surpreende
a quem conhece a
História.
Há um pesquisador aí
que disse,no contexto da
crise grega,que a comunidade
europeia vai implodir e deu
as suas
razões.Eu discordo disto,não
vai haver falta de dinheiro para resolver
o problema e nenhuma nação forte
da Europa continental,desde o inicio,já disse,desconhecia os
problemas de uma comunidade européia,igualitária,política e economicamente.Quem ignorava o
atraso secular dos países
mediterrânicos?Fizeram alguma coisa
para mudar?Ninguém se lembra
da crise do Euro em 2008
que atingiu a península ibérica?O
empreguismo português foi
responsabilizado.O desemprego espanhol
também.A culpa era
dos dois(e de outros
países),quanto à fraqueza do
euro frente ao dólar.Mas
algum país,algum diplomata desconhecia estes
fatos seculares?Fizeram alguma
coisa,repito?Reconheço,fizeram,mas
não muito.
Agora,diante
da crise
grega,e em face
destas culpabilizações,que podiam ser evitadas,para salvar
o euro,tornando-o forte,isola-se a Grécia,se a culpabiliza,se a usa
para ameaçar os outros,dentro de
uma visão hegemônica,que parece
ser só por parte
da Alemanha.
Quando a
Alemanha se unificou em 1989,era
claro o perigo dela se tornar
nação hegemônica nos países do
leste europeu,que tinham se desligado da URSS(nas revoluções de
veludo),um sonho acalentado desde Bismarck
em 1871.Ao cair
a URSS isto se tornou uma grande possilidade,que agora,com este projeto de
fachada da comunidade européia,se
torna mais que factível.
Mas este
projeto hegemônico não é só
dela.O que faz a
esquerda,em geral,diante
deste quadro?Nada.A única
força politica que,dentro da Alemanha,denunciou toda esta situação,foi o PV alemão,que mostrou a militarização
da Grécia(coisa sobre que tenho falado aqui
continuamente).
Eu não
posso esperar solidariedade da Rússia,porque tem um sujeito lá no
governo que faria
corar a pior direita...mas
e a França,que tem um
governo de esquerda,que se elegeu
falando em renascimento
do movimento social
diante da crise?ESTÁ DENTRO
DESTE PROJETO HEGEMÔNICO
SIM!NÃO VEM QUE
NÃO TEM!
E as esquerdas
,os partidos de esquerda?Cadê?Os movimentos
anti-capitalistas?Na minha opinião
até mesmo países do
terceiro mundo ,como o Brasil,devem
falar e ir contra este
projeto hegemônico e o Brasil
ocupa um lugar especial,porque ele
tem as melhores condições de
viver uma próxima crise
,semelhante à da Grécia,NÃO
DUVIDEM DISSO!
Se estes
blocos regionais,como o
mercosul ,os brics,tivessem uma
postura dos não-alinhados,na época
da guerra-fria, e eu acho
que deveriam,seguiriam o exemplo de
Tito,de proncunciar-se politicamente sobre o
que acontece em outros
blocos,porque o que ocorre
num pode atingir
o outro e vivemos num período que prometeu acabar
com a hegemonia e isto não é o
que está diante
de nosso olhos.
Respondendo àquele pesquisador,que vaticinou o fim da Comunidade Européia e dizendo porquê,não acho que ela
vá acabar,mas vai se manter com potências
tradicionais,por trás,mexendo os
pauzinhos,como queriam desde o início,usando
a necessidade de fazer frente
ao dólar,para legitimar
este poder.
Os pequenos
países da Europa se recusaram
mentirosamente,de inicio,a ajudar a Grécia.Ora ,em todo o
projeto de bloco,a idéia
de fazer empréstimos coletivos é
a melhor e mais necessária,porque o
custo por nação diminui
e as benesses de uma solução rápida em
determinado país com problemas,se
revertem em menos
tempo para todos.
Mas como
vimos,no noticiário,para ameaçar a Grécia,Bélgica,Holanda,se recusaram a ajudar ,mas foram instados a fazê-lo pelas potências
mandantes,Alemanha e... França,quando
não era preciso
que fossem exigidas.
Neste sentido ,temos uma oportunidade
de
,ajudando a Grécia,salvar o projeto
original igualitário dos blocos.Se
deixarmos o projeto
hegemônico predominar vamos perder
muito tempo,de novo, e continuar numa conjuntura muito semelhante a da
guerra-fria.
Embora os gregos
tenham feito,através de seu
primeiro-ministro ,uma força
legítima,o acordo assinado
mantém o propósito de austeridade e
isto foi motivo de discussões acerbas
no parlamento.Apesar da flagrante derrota,o ato de sublevação do povo(e do
governo),vai permitir que a
Grécia continue lutando,pelo menos politicamente,contra estes
desmandos,podendo obter um
grande perdão da dívida(como a
Alemanha,que o obteve depois da segunda
guerra),sem humilhação e com condições
de exigir,enquanto paga a
dívida,o crescimento do país,bem
como sua desmilitarização e auto
determinação,isto é,retomar o caminho ,nos seus
próprios termos e não das
potências hegemônicas.
O que
este projeto hegemônico
quer é o que
vemos abaixo:
Os países mediterrânicos com a
corda no pescoço,inclusive a
Itália.O bloco França-Alemanha,sonho de De Gaulle
e divisão do Leste entre
Alemanha e Rússia.E a
Inglaterra com os Estados Unidos.A
História continua.
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