quarta-feira, 29 de julho de 2015

A Crise



Não  me  venham com esta  estória de que  não existe uma crise,porque existe e  ela é em  dois aspectos,econômico e politico.A crise  politica  começou  quando Dilma desdisse  o que  disse,logo que  se elegeu.A  crise  econômica  veio da  parte  final de  seu primeiro governo,porque tudo o que está  acontecendo no plano  econômico(ajustes,apenas,no entender  do  governo e seus  apoiadores)já  vinha  das  decisões  do governo  Dilma.
É sabido que o PT buscou acabar  com a  ditadura do orçamento,o legado anti-inflacionário do  governo do PSDB.No governo do PSDB ficamos sem inflação,mas também não se produzia  nada.
Com a  idéia  de realizar  programas  sociais,mas com crescimento,o PT de Lula e Dilma  buscou romper  com esta situação,mas  a  falta de  crescimento ou crescimento iniquo ,pôs tudo por  água  abaixo,tudo  dantes no  quartel de Abrantes  ou antes,ficou tudo igual, exceto pela  volta  da inflação e  da  carestia.Não  me  venham  dizer que  isto é uma crise  fabricada.O  que o governo tem  tentado fazer é  com que ela  não se  polongue  porque a  sua  característica principal  é que ela é  uma crise  extensiva,porque  começou  em erros  de  condução do  governo.
A tendência  dela  é  exponencial  e  é  preciso debelá-la  agora  ,antes  que exploda.A  situação politica  ,dialeticamente  falando(no sentido  subjetivo  desta  expressão[ver o meu  artigo em  a ponte sobre a  dialética]),é  condicionada por  este problema  econômico ,mas a instabilidade causada retorna  para  o plano dos  números,porque  a  insegurança grassa  no brejo  nacional e  com as  irresponsabilidades politicas de lado  a lado,confrontando os  que  querem uma  mudança e os que querem ficar,sem demonstrar  muita  razão  para  isso,  cria  uma  possibilidade sempre  real de  que tudo  vá para o inferno.
A oposição só não  conseguiu  ainda o impeachment  porque  sabe  que  a crise  vai cair  no seu  colo e portanto as  consequências deste imbróglio  continuarão a  atazaná-los  também.O pingue-pongue  e hoje  continuará  amanhã  e eles  precisam  tirar a Dilma  mostrando que  a causa da instabilidade  era  ela,o que  não é  verdade,pois a  crise  é  uma  crise  da politica nacional.Depois de mais de 20  anos de democracia  era lógico  que em um dado momento ela  entraria em desgaste ,porque  as tendências  corruptivas  da politica  brasileira iam naturalmente  se  aprofundar,bem como seus  recorrentes  problemas econômicos.
Infelizmente,mesmo os  políticos que  buscam uma alternativa e que têm um pé  no passado  da esquerda,em seus limites  teóricos,só propõe  mudanças econômicas,o que também não  vai ajudar.Não é  questão apenas de  garantir  as  conquistas ,mas de renovar a democracia,combatendo a corrupção.Hoje  existe um apoio  muito  grande  do povo,uma  nova  consciência e  é preciso aproveitar.É  hora  de fazer partidos  programáticos,fazer  valer os princípios  fundamentais  de qualquer  república,como é o caso  da alternância  de  poder,como algo salutar para o país.
Como  podem  pensar certos  alternativos  que  isto  pode  ser assegurado  com uma nova candidatura de  Lula?Lula  é  o continuísmo,Lula  não é  alternância e  divisão  do poder,é o salvacionismo tradicional da politica  brasileira,que esconde  interesses pessoais.No filme sobre  a sua  campanha,Lula  repete  várias  vezes que ele é a  única liderança real do Brasil,como se isso fosse  bom e  garantia  da democracia,quando  é  o oposto.Não  são as  pessoas  ,são os  partidos,não são salvadores,mas  o povo.Este  é  o sentido  da renovação da  democracia ,mas infelizmente quer se  voltar para trás.
Lula já  tem 70 anos,já  teve  um câncer,se  ele se eleje  e  desaparece  em meio  ao mandato  e  a situação é  semelhante a  esta  que está  aí, o que não acontecerá?

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