segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

O guia do politicamente incorreto

Einstein



O caso de Einstein não está incluído nestes nefandos programas do The History Channell,mas está na estratégia geral da direita(integrista católica?[monárquica?]).Se no caso de Santos Dumont o que justifica o seu massacre é uma intenção antinacional(mercadológica),no caso de Einstein logicamente é o antisemitismo. Sua figura foi exagerada pelos judeus para lhes favorecer nos seus propósitos políticos.
Não nego que estes fatores não tenham um valor na trajetória de Einstein,que sofreu com o antisemitismo na Alemanha e pode dar uma resposta legítima a este comportamento na sua vida.Aliás foi por associar a física moderna aos judeus, que os nazistas não deram a devida importância a uma arma que poderia ter lhes dado a vitória na 2ª Guerra,  a bomba atômica.
Contudo isto não tira os méritos de Einstein.A única coisa que se pode dizer a respeito de toda esta polêmica é que a distância entre ele e os físicos de sua época era menor do que a mídia estabelecia e que o seu trabalho só foi possível por causa da contribuição destes outros cientistas.
Einstein não era um débil mental quando criança,isto foi uma lenda que cresceu exponencialmente.Ele era ,na verdade,superdotado,desde pequeno,com capacidade de escrever artigos em revistas e se adiantou no estudo das questões que estavam na ordem do dia no seu tempo,após as formulações de James Clerk Maxwell.
Por estas ,todas as forças até então conhecidas no universo foram unificadas física e matemàticamente(se é que isto é possível segundo a mecânica quântica)(seguem os cálculos finais).



Unificando as forças conhecidas até então,era preciso uma teoria explicativa do universo.Para isto havia que  resolver o enigma da luz no espaço,a existência das moléculas e dos átomos,da energia e da matéria.
Se nós observarmos os princípios da eletrodinâmica nós veremos que no que tange à energia a fórmula usada por Einstein já era conhecida.
Charles de Coulomb ,no século XVIII tinha relacionado a eletrodinâmica com a gravidade.











A fórmula da gravidade é “ matéria atrai matéria na razão direta das massas e no inverso do quadrado das distâncias”:

Esta “ distância” é que é o “ erro de Newton” criticado por Leibnitz,que foi o físico que propôs a relatividade.Não há distância,vácuo,mas matéria,como notou depois,muito depois,Lorentz,colocando massa no lugar deste vácuo,através desta fórmula famosa:
Em que m é massa é v velocidade do elétron(do corpo) e E é Energia.A Energia é 0,5 x massa do corpo ou da partícula vezes o quadrado da sua velocidade.
O que Einstein fez de novo com sua fórmula E=mc²?Energia é a massa x a velocidade da luz ao quadrado.Com esta fórmula ele uniu o mundo microscópico das partículas com o universo(inteiro?[Newton]),com a matéria(planetas).A energia se transforma em matéria,massa, e vice-versa,muito embora,ele mesmo admitiu não ter dado atenção a esta inversão possível,no que foi o seu maior erro,que o teria conduzido à teoria do Big Bang.
Ora não há diferença entre ele e Lorentz?Claro que há,pequena,mas há.Lorentz definiu apenas a natureza da energia contida no eléctron,mas Einstein definiu um padrão de transformação(com a ajuda das transformações matemáticas de Lorentz[espaço-tempo]).
Se voltarmos a Coulomb (séc. XVIII) veremos um campo magnético:

Em que duas cargas se atraem(se forem diferentes)na razão direta das massas  no inverso do quadrado das distâncias:
Assim







Uma carga 1 atrai a 2  na razão direta de suas forças e no inverso do quadrado das distâncias.Mas este campo energético se explica pela fórmula supracitada de Lorentz e quando aplicada ao universo resulta na de Einstein.
A curvatura do espaço,que é a segunda grande contribuição de Einstein,foi anunciada paulatinamente pela geometria não-euclidiana,também a partir do século XVIII,especialmente pela contribuição do grande matemático Carl Friedrich Gauss.O ponto alto é o “ paradoxo geodésico” que explicita algo que Leibnitz havia percebido no quadrado:



 









Se você trespassar uma circunferência paulatinamente,digamos da esquerda para a direita,a a área do gomo direito ficará maior do que a circunferência toda,demonstrando a profundidade espacial da mesma,a qual,pois,não é plana,euclidiana.Se imaginarmos a circunferência como a terra,veremos que isto,a profundidade, se confirma,no conceito,real,de curvatura e de “redondez” do planeta.
Isto pode ser aplicado a tudo o mostramos aqui,à fórmula de Coulomb,de Maxwell ,etc.
Quando eu comprei um computador 286,pela primeira vez,eu pensava ser ele decimal,mas sendo o aparelho um ambiente virtual,de luz ,energia,óptica,  obedece a estes parâmetros,sendo,pois,uma seção cônica.
O sistema de todos os computadores é o de uma seção cônica,que não é decimal,mas sexagesimal,ou seja,conta-se de 6 em 6,como toda a curva;E o que é contado de seis em seis?O tempo!Então o tempo se relaciona com o espaço (espaço-tempo)e os computadores são um microcosmo do universo(espaço-tempo).








Uma parte do “ espaço-tempo” curvo.A linha de cima pode ser vista como a luz que é “ desviada” pelo planeta,mas evidentemente ninguém sabe  o que é “ em cima”,” em baixo”,e onde ficam os limites deste universo.
Eu já coloquei aqui esta questão,ou estas questões,em outro artigo,quando da descoberta das “ ondas gravitacionais” previstas por Einstein.Se o universo é ou não fechado,é um problema aberto,não resolvido(ainda).
O que acontece é que Newton “ fechou” o seu sistema,pelo princípio,que ele não verificou,mas só afirmou, da “ unicidade da natureza”,pelo qual a lei que ocorre no plano da Terra ocorre em todos os lugares.













Como eu já dissera no artigo citado,os planetas(e os átomos)são vistos por Newton como inseridos num espaço vazio,mas Einstein demonstra que não há este vazio.Os materialistas,inclusive de tradição marxista ,dizem que o espaço e o tempo são formas de existência da matéria mas isto não é preciso,porque a energia é diferente.








 

Nos interstícios do espaço-tempo há algo que ainda não se sabe o que é.
Assim,como a de  Santos-Dumont,a descoberta de Einstein não tem enorme distância em relação aos outros pesquisadores e ela depende deles ,mas o que os dois fizeram,de distinto,é real.
Nos últimos anos o que se faz com Einstein é o mesmo que o nosso César Lattes(maior físico brasileiro) fazia,criticá-lo por razões pessoais:Lattes mereceu receber o prêmio Nobel,mas não teve o apoio de Einstein.O nosso  médico Carlos Chagas teve ,mas ainda assim não ganhou e o Brasil segue sendo o país mais injustiçado pela Academia Sueca,mas por culpa nossa.(Portugal recebeu através de Egas Moniz,médico).
O Prêmio Nobel agracia não a pessoa ,mas a pesquisa e a possibilidade de sua continuidade e de sua utilidade para o país.Tanto no caso do médico,como no de Lattes ,as “invejas nacionais “,o “ pacto da mediocridade  nacional”(que todo mundo sabe que existe),impediram o reconhecimento.Há um livro de uma professora sobre Carlos Chagas que prova isto.E embora Lattes e José Leite Lopes tenham tentado criar  condições de desenvolvimento da física brasileira, o “ pacto” barrou.
No caso de Lattes-Einstein houve um choque de vaidades,mas o problema geral prossegue.
Mais do que isto,é verdade que Einstein usou a sua carreira universitária para fins políticos,de maneira legítima,até ao ponto em que questões pessoais desviaram a ciência do sua sempre necessária conexão ética:em 1930 Einstein estava no seu auge e no máximo de sua popularidade.Chaplin o convidou para a estréia de seu filme “ Luzes da Cidade” em 1931.





Ocasião em que o cômico pronunciou uma frase célebre sobre os dois.Einstein afirmou que gostaria de usar uma técnica tão simples,com a mímica do Sr. Chaplin para expressar as suas idéias”,no que Chaplin redargüiu :” Pois é ,eu sou popular porque todos me entendem e o senhor também,porque ninguém o entende”(kkkk[riso meu]).
Mas a carreira criativa do físico tinha se encerrado e uma nova geração se aproximava,com novos fundamentos filosóficos.No segundo Congresso de Solvay em 1928(ou 29) mecânica Quântica venceu os princípios racionalistas de Einstein,que ainda seguia um pouco a “ unicidade” de Newton.Foi nesta ocasião que ele proferiu a célebre frase” Deus não joga dados com o mundo”.Se tudo está em movimento,energia ,matéria,partículas,corpos, como ter um referencial absoluto de medida?






Imaginemos de novo o modelo acima,sabendo que os corpos,as partículas, representados no interior do quadrado,do “ universo”,se movimentam permanentemente.Se um elétron se movimenta o outro também e assim sucessivamente(se podemos falar assim...).Então  como saber o que acontece neste “ universo”,saber o que vai acontecer?E como Heisenberg mostrou,com seu “ Princípio da indeterminação”,quando se busca fazer uma medição,os instrumentos para tal alteram cumulativamente esta situação de movimento constante impossibilitando qualquer medição.Mas o princípio mais importante que tudo isto destrói é o da “ previsibilidade científica”.


Lorentz,em seu livro sobre a Relatividade sequer insinuou que Einstein não detinha legitimidade,mas ressaltou o que falamos aqui.
Tanto César Lattes como um recente físico português  sempre contestaram esta última teoria e a relatividade,trabalhando com a hipótese de que a velocidade da luz varia,perto do Big Bang,mas isto não foi comprovado(ainda).



Esperemos