A “ nova” direita não é mais do que o resultado
dos erros reiterados da esquerda brasileira,que além de não ler,de não ter
cultura,não tem conhecimento da própria história.Nós não discutimos,com a direita,desde
a década de 60,que,no campo político,Jango estava perdido,pois que a maioria do
povo brasileiro não era e não é comunista?
A esquerda brasileira continua usando
categorias ultrapassadas.Uma é a consciência de classe do velho(sem aspas)
Lukács.Porque o trabalhador é explorado,mas produz a mais-valia tem que seguir
a teoria comunista,quando eu já expliquei aqui que o que move o sujeito social
são os valores,esquecidos pela esquerda.Até lembrei o exemplo dos poloneses.Cansei
de ouvir que os poloneses tinham se desalienado,no mundo do trabalho,mas a
maioria esmagadora continuou católica e anti-comunista.
Que é isso?Errar uma vez tudo bem,mas reiterar
é burrice.
Mas eu entendo o problema e já tratei dele em
outros artigos.O leitor vai me permitir retornar a este assunto:se modificar,fazer uma
auto-crítica,renovar o marxismo implica para as gerações passadas em não só
admitir os erros,mas em correr o risco de desaparecer politicamente e isto
pessoas egoístas e egocêntricas,que vêm
o mundo por modelos universais e subjetivos não suportam.
A ideologia junta,como já disse ,a vida pessoal
com a “ teoria científica” e quando esta não está de “ acordo com os fatos” no
dizer de Cazuza,não é só ela que vai pelo ralo,mas a vida pessoal
também.Notadamente a do ressentido pequeno-burguês, a base sócio-psicológica do
comunismo brasileiro,o qual não tem outra coisa
a fazer do que se radicalizar,à
direita e à esquerda.
A simbiose perversa,no entanto,é clara.Agora é
a vez da direita,como sempre,mostrar as culpas da esquerda para crescer.Isto
vem acontecendo desde o inicio do mensalão
e do acordo com os conservadores que Lula fez no final de seu primeiro
mandato,que não foi melhor coisa nenhuma do que o seu segundo.
Desde então o fantasma do comunismo é trazido
pela direita que quer chegar ao poder e para isto ela faz afirmações que foram
debatidas e reconhecidas pela direita,representada por José Guilherme Merquior
e pela esquerda,por Leandro Konder,José Paulo Netto e Carlos Nelson Coutinho.
Este último publicou um ensaio famoso em 1978 “ A democracia como
valor universal”,saudado pelos liberais e por Merquior.Leandro Konder disse
inúmeras vezes ,(inclusive na minha frente)que a direita tinha razão em acusar
o socialismo de ser totalitário ao invadir países soberanos.
Esta história de “ fé metastática”,com outro
nome,já era reconhecida por todos no inicio da década de 80.
Então estes direitistas fraquinhos e financiados
só têm valor na medida em que a esquerda continua errando.
O povo brasileiro é politicamente anti-comunista
e no cotidiano se vê isto claramente .Para ser um esquerdista democrático é
preciso partir daí e não da ilusão,como sempre.
Mas para se vingar dos seus torturadores a
esquerda faz uma simbiose entre a tortura política e a tortura no
cotidiano,que,embora até certo ponto válida,visa legitimar uma hegemonia de
esquerda por fora da democracia e das eleições.
E para atacar as forças armadas,que não foram
punidas,como deveriam,por seus crimes,desde 64,os governos subseqüentes de
esquerda as desmontam,as diminuem,como se o mundo fosse
habitado por Gandhis e Franciscos e Santas Clara.
É a
era do aproveitador,do espiroqueta.
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