Aristóteles,um analista da
realidade,diferentemente de Platão ,mostrou que não existe,na política ,nenhuma
forma ideal,porque nenhum discurso dá conta deste real completamente,que se
transforma e é complexo.Assim com as teorias sobre a política e sobre as pessoas.
Não existe um modelo ideal que reúna as formas
de estado e governo com os povos,nas suas profundas diferenças.Pode-se falar em
aproximações,em necessidade de um parlamento,de um lugar para se discutir,um
executivo,mas as formas de relacionamento entre todos os elementos do problema
são várias.
É isto o que acontece com os processos
políticos em geral e o do separatismo em particular.Houve época em que o
princípio do federalismo,defendido por Montesquieu,era tido como a solução
ideal para a liberdade dos povos,pois cada um podia seguir o seu caminho do
jeito que quisesse.
Esta,no entanto,não é uma verdade absoluta.As
nações são grupamentos de classes inter-relacionadas e existe uma relação entre as nações e o mundo em geral,com
trocas culturais e comerciais.
Mexer nisto aí a partir de um critério absoluto
ou ideal não é fazer justiça ou garantir a liberdade.
Além do mais o separatismo ,de modo geral,é proposto
por interesses particularísticos também de modo geral autoritários.
Os processos de emancipação de certos
municípios do Rio de Janeiro o provam e o Rock in Rio,sediado regularmente na
barra da tijuca cumpre um papel de
autonomização financeira,que justifique um projeto que vem desde a década de 80,lançado
pelo irmão de Roberto Medina,Rubem(apoiado por Zico).
Este projetos autoritários se fundam na
demagogia de oferecer vantagens a determinados grupos,o que em lugares pequenos
e com pouca população,às vezes,é possível.É possível fazer deste jeito um
entroncamento próspero,uma espécie de Dubai ou kuwait no Brasil,virando as
costas aos nossos problemas seculares.E não é outro o objetivo de colocar a
estátua da liberdade no Shoping New York,para acoplar a barra não só a este
estado estadunidense,mas principalmente ao empório consumista que é Orlando, na
Flórida.
Certos países histórica e culturalmente
constituídos merecem a separação,como a Techoeslováquia,país criado depois da
primeira guerra para fomentar um nacionalismo positivo de povos irmãos,que
podiam cooperar entre si.Isto é parcialmente verdade com os tchecos e eslovacos
,mas não o foi com os iugoslavos.
Na Irlanda existem estas condições mas a
independência do Eire acarretaria um
enfraquecimento da comunidade britânica,sucedâneo do Império,num país(Inglaterra)já
tão combalido,depois de sair da comunidade européia.
O fato é que no caso da Catalunha os propósitos
parecem ser estes,mas acrescidos das conseqüências
do quase fim da comunidade européia,que
vai sendo substituída por pequenos países,num fracionamento que só favorece aos
projetos hegemônicos,notadamente da Rússia da Alemanha ,que já dividem o leste
europeu.
Não me importa que esta última seja contra o
separatismo catalão,junto com a França,que tem mais motivos para sê-lo.Isto
tudo vai de acordo com as circunstâncias.Por hora é assim depois muda. E
ninguém está preparado para por em risco a existência de um país cultural e
historicamente tão importante quanto a Espanha.Isto seria abrir uma brecha para
por em risco outras nações.
Dizem que os socialistas( e comunistas não
sei)estão por trás desta independência.Acaso não há uma burguesia na
Catalunha?Ela vai ser reprimida num golpe?Haverá eleições ou um estado
socialista totalitário?
Se for assim isto abrirá brechas para a direita
se aboletar em nações pequenas,mais conservadoras, e aí o confronto da segunda
guerra se repete em escala menor e o século XX continua aí,contrariando
Hobsbawn e nós todos que o encerramos apressadamente.
E também não é verdade que a separação implique
num progresso social que a autonomia política não
consiga.Isto não é uma verdade absoluta.Há países muito pequenos com pobreza.
O século XXI seria marcado pela consolidação da
comunidade européia,a qual alavancaria a integração de outras regiões num
internacionalismo sensato dos mais decisivos,mas ao invés,regressamos a 70 anos
atrás.
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