quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Catalunha:seu significado.



Aristóteles,um analista da realidade,diferentemente de Platão ,mostrou que não existe,na política ,nenhuma forma ideal,porque nenhum discurso dá conta deste real completamente,que se transforma e é complexo.Assim com as teorias sobre a política  e sobre as pessoas.
Não existe um modelo ideal que reúna as formas de estado e governo com os povos,nas suas profundas diferenças.Pode-se falar em aproximações,em necessidade de um parlamento,de um lugar para se discutir,um executivo,mas as formas de relacionamento entre todos os elementos do problema são várias.
É isto o que acontece com os processos políticos em geral e o do separatismo em particular.Houve época em que o princípio do federalismo,defendido por Montesquieu,era tido como a solução ideal para a liberdade dos povos,pois cada um podia seguir o seu caminho do jeito que quisesse.
Esta,no entanto,não é uma verdade absoluta.As nações são grupamentos de classes inter-relacionadas e existe  uma relação entre as nações e o mundo em geral,com trocas culturais e comerciais.
Mexer nisto aí a partir de um critério absoluto ou ideal não é fazer justiça ou garantir a liberdade.
Além do mais o separatismo ,de modo geral,é proposto por interesses particularísticos também de modo geral autoritários.
Os processos de emancipação de certos municípios do Rio de Janeiro o provam e o Rock in Rio,sediado regularmente na barra da tijuca  cumpre um papel de autonomização financeira,que justifique um projeto que vem desde a década de 80,lançado pelo irmão de Roberto Medina,Rubem(apoiado por Zico).
Este projetos autoritários se fundam na demagogia de oferecer vantagens a determinados grupos,o que em lugares pequenos e com pouca população,às vezes,é possível.É possível fazer deste jeito um entroncamento próspero,uma espécie de Dubai ou kuwait no Brasil,virando as costas aos nossos problemas seculares.E não é outro o objetivo de colocar a estátua da liberdade no Shoping New York,para acoplar a barra não só a este estado estadunidense,mas principalmente ao empório consumista que é Orlando, na Flórida.
Certos países histórica e culturalmente constituídos merecem a separação,como a Techoeslováquia,país criado depois da primeira guerra para fomentar um nacionalismo positivo de povos irmãos,que podiam cooperar entre si.Isto é parcialmente verdade com os tchecos e eslovacos ,mas não o foi com os iugoslavos.
Na Irlanda existem estas condições mas a independência  do Eire acarretaria um enfraquecimento da comunidade britânica,sucedâneo do Império,num país(Inglaterra)já tão combalido,depois de sair da comunidade européia.
O fato é que no caso da Catalunha os propósitos parecem ser estes,mas  acrescidos das conseqüências  do quase fim da comunidade européia,que vai sendo substituída por pequenos países,num fracionamento que só favorece aos projetos hegemônicos,notadamente da Rússia da Alemanha ,que já dividem o leste europeu.
Não me importa que esta última seja contra o separatismo catalão,junto com a França,que tem mais motivos para sê-lo.Isto tudo vai de acordo com as circunstâncias.Por hora é assim depois muda. E ninguém está preparado para por em risco a existência de um país cultural e historicamente tão importante quanto a Espanha.Isto seria abrir uma brecha para por em risco outras nações.
Dizem que os socialistas( e comunistas não sei)estão por trás desta independência.Acaso não há uma burguesia na Catalunha?Ela vai ser reprimida num golpe?Haverá eleições ou um estado socialista totalitário?
Se for assim isto abrirá brechas para a direita se aboletar em nações pequenas,mais conservadoras, e aí o confronto da segunda guerra se repete em escala menor e o século XX continua aí,contrariando Hobsbawn e nós todos que o encerramos apressadamente.


E também não é verdade que a separação implique  num  progresso social que a autonomia política não consiga.Isto não é uma verdade absoluta.Há países muito pequenos com pobreza.

O século XXI seria marcado pela consolidação da comunidade européia,a qual alavancaria a integração de outras regiões num internacionalismo sensato dos mais decisivos,mas ao invés,regressamos a 70 anos atrás.

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