sexta-feira, 30 de abril de 2021
quarta-feira, 28 de abril de 2021
Cientista não pode sucumbir à politica
Se as noticias sobre a anvisa estiverem certas a situação fica pior ainda:se os cientistas estão rejeitando a vacina sputnik ,usada no mundo todo,por causa da pressão politica ou por decisão própria de participar dela ,o principío ético de toda a atividade de conhecimento fica derribado.
Foi Platão quem extrapolou os objetivos de todo o trabalho intelectual,fazendo dele um modelo de comportamento totalitário das cidades e sociedades.
O trabalho intelectual ,como qualquer outro,deve oferecer verdades para as sociedades crescerem e melhorarem,como é o escopo de qualquer trabalho honesto.
O intelectual já é obrigado a ter em mente esta limitação quando elabora os seus discursos,mas o cientista mais ainda,porque o cientista não pode falar daquilo que ele não provou.O intelectual deve ser assim também ,mas ele tem normalmente o beneficio da teoria:muitas vezes elabora teorias que causam impacto,têm influência na politica e no poder,mas são desmentidas depois e/ ou causam destruição mais do que benesses.
Quando um cientista ,no entanto,não consegue provar a sua hipotese ou teoria, ele não só se frustra ,mas perde um caminho de poder,de dinheiro e de prestigio e não raro sofre com ridicularização ou perde aquilo que conquistou na vida.
Aqueles que conhecem o meu trabalho aqui e o acompanham,sabem que nem como teórico eu me coloco:sou um pesquisador que faz uma investigação e procura descobrir pedrinhas,coisas novas,por pequenas que sejam.Sou,para usar um chavão,um garimpeiro do conhecimento.
Há outras formas,métodos,de se diminuir o desejo de fazer teorias que ganham fama,mas que não são provadas,mas o meu caminho é este aí.
Para evitar que o cientista se frustre e ultrapasse limites éticos,como parece ocorrer com a anvisa,eu propus sempre uma ideia que provém de um antigo epistemólogo francês da década de 70:Monod.Monod propôs um conceito: “ filosofia expontânea dos cientistas”.
Diante da frustração do cientista,sendo ele munido de capacidade intelectual,está apto,pelo menos,a transformar o seu esforço em algo útil.Até mesmo o seu fracasso,se analisado,tem como apontar caminhos de solução(para os outros).
Quando eu era professor eu dizia aos alunos que confiava tanto na educação,por causa deste fato:até da derrota se tiram lições.Clausewitz e Maquiavel ficaram famosos por transformar derrotas pessoais e profissionais em educação e construiram os seus nomes a partir daí.
Não sei se a motivação da anvisa é esta frustração.Acredito que indiretamente o seja,mas diretamente não.Se não for uma pressão o significado pode ser variado:necessidade de afirmação diante da pressão política;análise estratégica geral ,que procura afastar os russos do Brasil(e por tabela a Venezuela,apoiada pela Rússia).De qualquer modo se não há razão de rejeição da vacina,é anti-ético.
sábado, 24 de abril de 2021
Eu também fiz o meu DNA
O meu DNA indicou várias coisas:que eu tive antepassados paupérrimos e ricos;boa gente e salafrários;homens e mulheres.Mas num determinado momento alguém parece ter cumprido um papel desabonador num navio que não se sabe bem se ajudava no tráfico negreiro,se atuava na pirataria ou outra tentativa de sobreviver qualquer.
Ainda bem que um dos conceitos do estado de direito moderno,que acabou com as penas infamantes(como aquela imposta ao Tiradentes,cujo “ aniversário” comemoramos nesta última semana),dá conta de que a culpa do sujeito(de direitos)não se transmite pelo sangue ou por gerações.
O esforço do nosso movimento negro( e o de todos os lugares)de demonstrar responsabilidades de gerações passadas,de governos passados e de nações que ainda estão aí no tráfico negreiro,é muito legitimo.
Mas do modo como está sendo conduzido causa uma imensa confusão juridica e axiológica na cabeça das pessoas,as quais vão pensar justamente que os descendentes dos escravizadores são culpados do sofrimento dos escravos e devem pagar pelo que fizeram.Ledo e perigoso engano.
O objetivo do movimento negro é de obter reparações,mas do ponto de vista juridico, crimes cometidos num passado tão distante assim não têm como gerar fundamentos para esta reparação.
No caso dos judeus da Alemanha e da Europa,sim,porque os judeus foram admitidos naqueles países e depois ,por um ato ilegal de um governo ditatorial(por definição impositivo e ilegitimo)tiveram seus direitos(no minimo)ceifados.
Ainda que o alemão inocente(maioria?)possa reclamar desta reparação,por eventualmente depauperar o (seu)estado para favorecer outra nação,outro povo,o fundamento é seguro.
No caso dos negros e dos indios o fundamento é axiológico:é um principio de justiça,que um estado bem administrado tem como reparar.
Ma se isto é verdade e lógico,porque não ajudar os pobres de hoje que continuam como tal,por causa da exploração sobre seus antepassados?Porque não identificar pessoas brancas que foram injustiçadas em processos politicos(e juridicos) do passado?
O caso das reparações aos negros ou indios é mais de axiologia,de ética e moral, do que necessariamente de direito,no sentido juridico deste termo.
Pais e Filhos
Da inveja
É uma grande hipocrisia imaginar a família como um lugar ideal,permeado só de felicidade.Geralmente quando alguém alcança uma certa felicidade(uma certa felicidade)acha que o seu modelo,o seu “ método” ,serve para a humanidade.Faz parte do delirio da alegria se inflar e se sentir o modelo do mundo.Nós perdoamos.
Mas como os antigos analistas da politica,Aristóteles e Platão,mostraram,em se tratando de humanidade não há modelo completo e definitivo de conduta:alguns conceitos permanecem e se juntam,mas modelo até hoje,definitivo,não há.
Assim também ocorre com a família:Tolstoi em “Ana Karenina” define bem isto,dizendo logo na primeira frase de seu extraordinário romance(que eu quero analisar no meu blog),que “todas as famílias felizes o são por igual.Mas as infelizes o são a seu modo”.
A infelicidade,no entanto,obedece a padrões e a principios que são muito recorrentes.Um deles ocorre no fundamento mesmo das famílias:o casamento.
Muita gente se casa pressionada por motivos externos ,os mais variados,mas de modo geral a pressão dos pais avulta.
A partir desta pressão, famílias disfuncionais se formam:estas se caracterizam por possuirem pais que não desejam exercer os papéis próprios da família,uma vez que se sentem “obrigados” ou acham que foram “ obrigados” a constituí-la.
Mas pior do que isto há um elemento destrutivo e desagregador que nasce desta distorção geral:a inveja.
Os pais acabam por desenvolver um sentimento de inveja em relação aos filhos:eles (os pais)se tornam “ prisioneiros” da familia e dos filhos e a tendência é que decaiam,fundamentalmente no plano sexual,enquanto que os filhos se encaminham para o apogeu.
Variadas formas de mais ou menos harmonizar este imbroglio ou desatar este nó aparecem:dar dinheiro aos filhos para que eles não nos aborreçam;inventar que eles são extraordinários e têm tudo na mão para que não nos chateiem;dar liberdade sem trava para que...não nos chateiem.
Mas todas estas formas de abandono psicológico podem ser acrescidas de manifestações de crueldade moral e fisica,tornando os filhos objeto de sadismo,onde despontam cárcere privado e escravidão ou...algo pior:eliminação pura e simples.
sexta-feira, 23 de abril de 2021
quarta-feira, 21 de abril de 2021
Análise de conjuntura
O temor
O temor que sinto é que diante das circunstâncias este governo se prolongue para um segundo mandato.Senão vejamos:o centro por natureza não tem elementos de personalismo e ideias vigorosas.O centro é sutil e exige mais tempo para que suas ideias peguem no breu da popularidade,entre o povo.Além do mais não é sua característica interagir com este desejo de personalismo que o povo brasileiro,lamentavelmente,sempre segue,nos momentos eleitorais.
Esta última é uma das razões,porque apesar de tudo Lula retorna com força.Certo:ainda é muito cedo para garantir que Lula ficará assim na ponta.Por enquanto o povo não está pensando nas eleições.Mas é um mau sinal ,uma pessoa que foi tão criticada e que deu azo ao anti-petismo,pudesse recuperar terreno assim.É um fenômeno próprio dos personalismos.
E eu só acreditaria no fim de Bolsonnaro se houvesse uma queda bastante acentuada,nestes momentos em que vivemos agora.E isto ainda não aconteceu.O povo não entende a formalidade da democracia e não vê a pletora de crimes que este presidente cometeu ,e que já é suficiente para fazer o impeachment.Um impeachment que só colocaria algo pior diante de nossos olhos.
A mesma coisa que eu disse no tempo da candidatura de Roseanna Sarney eu digo agora:se não houver mais força,se as oposições não se adiantarem de alguma forma ,só uma ventania de última hora impedirá a continuidade deste descalabro.
Parece-me um erro ficar assim na surdina,sem atacar,esperando mudanças.Se houvesse uma queda seria um erro atacar,mas o quadro relativamente estável exige uma participação maior da oposição,para garantir a democracia e fazer o povo confiar numa alternativa.Parece-me que a oposição joga no quanto pior melhor.Isto é uma faca de dois gumes:na hora do desespero o discurso populista vence,mas não se sabe com certeza se o de direita ou de esquerda.
O interesse eleitoral se me afigura como vencedor na cabeça do centro:se Lula tem condições de vencer,sendo ele de esquerda,é melhor dar força a ele,mas a vitória de Lula não significa melhoria na situação,porque ele é o responsável remoto por toda a situação,que pôs a direita no poder.
Parece-me que o centro se contenta com forçar Lula,um Lula acossado pelo passado ,a aceitar um programa ,e esta análise é até certo ponto justa.Mas eu repito:Lula não é o fim dos problemas do Brasil.Ele é a continuidade da polarização.O mais importante é acabar com a polarização e a guerra-fria.
sábado, 17 de abril de 2021
sexta-feira, 16 de abril de 2021
A caixa preta do Judiciário XI
Vendo todas estas noticias sobre o judiciario brasileiro e toda a sua interferência sobre o processo politico brasileiro vejo que cada vez mais o Brasil se abisma no esgarçamento,na diluição da sua já fraquíssima sociedade civil.
Há muitos anos atrás eu comparei,sob pedradas(como sempre),o Brasil à Alemanha pré-nazista:um país se atomiza,se dilui,é cada um por si e Deus por todos e é “ reorganizado” por um regime de força,autoritário ou totalitário.
Contudo as diferenças entre a Alemanha e o Brasil são evidentes também :na Alemanha existe uma sociedade civil organizada,ainda que autoritária e permeada pelo estado(via prussiana).No Brasil ,embora seja autárquico,permeado pelo estado,o capitalismo não construiu(por isto mesmo) uma sociedade civil forte,que se sobreponha a ele e o fundamente(ao estado [bem entendido]).
Neste contexto,as massas alemãs são mais ideológicas,ainda que não signifique “ mais democráticas”,como ficou provado depois.No Brasil não existe nem cidadania e cidadania é um problema de condições materiais de existência e de consciência,de cultura.
Deixando de lado as visões do marxismo vulgar,pela obsessão em privilegiar a questão material,era mais que exigivel um processo de educação do povo para interagir com a cidadania e respeitá-la.O problema mais efetivo e menos fácil de superar na questão cultural da cidadania é a confiança no outro.
O esgarçamento de que falei acima nasce e se fundamenta na falta de confiança entre as pessoas e reproduz a situação indefinidamente.Se os direitos da cidadania não são respeitados e não revertem favoravelmente ao povo,este se vira para si mesmo e vira às costas ao elementos essenciais da cidadania,em primeiro lugar a lei,a norma e...ao outro.E pior:usa o outro hobbesianamente para prosperar.O Brasil é um experimento darwinista(contra Darwin)de competição extrema,que é a consequencia do reiterado esgarçamento.
Mas a luta para ,pelo menos,culturalmente,mudar a cabeça do brasileiro,para fazê-lo entender das vantagens de associação com a cidadania e com a norma,é possível e mais que exigivel.
Mas como com as instituições que nós temos?Com os exemplos que os poderes nos dão,avultando em importância o do STF?
Certo,muita gente vai dizer que em outros lugares é assim também .Como nos Estados Unidos,em que a suprema corte é muito partidarizada.Mas nestes países e nos EUA,o povo em si,mais diretamente,no cotidiano ,luta pelos seus direitos o tempo todo.
Em alguns países,como o estado de Israel,quando o parlamento toma uma decisão que contrairia maiorias ou setores da sociedade,todo mundo sai à rua para discutir.
Churchill dizia dos gregos que em cada três se acha um primeiro ministro ,um presidente e um chefe de oposição.Nos EUA quando um direito é esbulhado existe sempre um local próximo onde a sua demanda é pelo menos ouvida.Estas nações não são perfeitas,mas estão num patamar melhor do que o nosso,porque os seus fundamentos nacionais existem.
Como decorrência ,um povo disposto a discutir as questões reais na rua adquire mais confiança em si,na cidadania e no seu próximo,fortalecendo a sociedade civil,no plano cultural e material:o sucesso do outro é o de si mesmo.
No Brasil o insucesso é a base de minha catapultagem e isto precisava ser mudado,por motivos óbvios de formação do estado nacional.Como,com este monstro do STF?
quinta-feira, 15 de abril de 2021
É assim a natureza humana IV?
Uma das coisas ques empre me impressionaram era como o crime podia ser coletivo,envolvendo mais de uma pessoa na sua realização.O criminoso para mim era sempre alguém solitário e apartado da sociedade,como um marginal.Mas a vida mostra que cada vez mais há muitos criminosos perpetrando destruição e infelicidade.
A importância desta constatação é óbvia:significa que o crime se tornou social e hegemônico o que inviabiliza a sociedade.A analogia é óbvia com o nazismo,que resulta de um esgarçamento social nunca visto.
Mas também se pode ler esta hegemonia no microcosmos da família,sem ,no entanto,deixar de lado a reiteração:a profusão destes crimes em família mostra como os fundamentos da sociedade estão mais que abalados.
Mas nesta análise há que se procurar a causa: esta se localiza na perda dos fundamentos reais da família,que é responsável pela afeição e pela educação dos filhos.Em todas as épocas e mais ainda agora,a intersecção entre o poder,o dinheiro e a família sempre ocasionou distorções nas relações inter-pessoais,de todo tipo,como nós vemos nas famílias mafiosas,no Poderoso Chefão,entre outros.
Mas no cotidiano as questões de poder,ligadas à honra;os compromissos ,mais que o amor, possuem mais importância do que as afeições,os valores,a educação,a relação pessoa a pessoa,enfim.
Conformados desde a infância a esta intersecção os processos politicos autoritários são “ ajudados” pela família,que passa a ser um fundamento de poder e não de cultura.
quarta-feira, 14 de abril de 2021
É assim a natureza humana III?
Pais e Filhos
Vamos deixar de hipocrisia:ao longo do tempo,ao longo da história,a relação entre pais e filhos foi deste jaez aí destes dois monstros na midia.Não digo que seja sempre,mas a repressão sobre aqueles que não pediram para nascer é constante e os filhos,em grande parte ,vêm ao mundo para servir a algum propósito dos pais.
Até mais ou menos o século XVIII,filho de peixe,peixinho é,sem escapatória.Os pais fazem os filhos.
Na sociedade industrial nascente,marcada pelo trabalho,pelo esforço,pela capacidade do indivíduo de mudar o mundo ,este esquema arcaico,de cima para baixo, vai sendo diluido:mas aos poucos e nem em todos os lugares da mesma forma.
Algumas sociedades,como a brasileira,seguindo este esquema arcaico,pensam que os filhos são apenas objetos nas mãos da autoridade paterna.Confirmadores e reprodutores desta autoridade.
No intercurso entre os pais e os filhos,pela concepção, apresentam-se desbaratados todos os fundamentos racionais(e emocionais) da procriação:que a criança não tem responsabilidade em seu nascimento;que a decisão essencial é dos pais e que o compromisso entre estes dois “ lados” não tem outra mediação senão esta ,da escolha primordial dos pais.
O compromisso de educação,a dependencia natural que a concepção causa,tudo isto está embutido na escolha e não há justificativa para se alegar que não se sabia destas consequências e saber das consequencias de suas escolhas e atos é a medida da maturidade,da adultez.
Os pais não devem se anular porque assim não transmitiriam algo (preferencialmente de bom)aos filhos,mas a dependência é uma consequencia óbvia da escolha.
Quando os pais não são naturais,exige-se mais compromisso ainda,pelo fato evidente de que a escolha é ainda mais racional(e emocional),pois não mediatizada pela concepção.
Não ocorrem estes valores em sociedades mediatizadas por modelos arcaicos de comportamento:quer dizer entre a escolha e o sexo,a concepção,modelos rigidos impõem critérios pré-dados,herdados,ao ato em si da reprodução.Nunca o caminho entre o amor e o nascimento dos filhos está desbastado,livre de pedras,espinhos , preconceitos,exigências e obrigações.
Estas trincheiras transformam a relação entre pais e filhos mais que tudo numa prisão,em que cada um funciona como vigia do outro no processo de adaptação exigida pela sociedade.
Mas neste caso,independentemente de qualquer repressão,modelo arcaico,imposição social,uma coisa,um ente ,está num estado puro,a lembrar o fundamento amoroso da procriação:a criança,a quem não é oponivel qualquer exigência pré-dada e mais importante do que o sentimento amoroso,o fundamento útimo desta escolha.
É como se quilos de mediações indevidas e ilegítimas tivessem caido sobre Henry.
terça-feira, 13 de abril de 2021
explicação da abstração com imagem
Amigos coloquei aqui a transcrição de meu ultimo video sobre ontologia e gnosiologia com imagens,facilitando assim a compreensão da minha atividade.Olhem do lado o esquema ,que depois será explicado no próximo video.
segunda-feira, 12 de abril de 2021
Assim é a natureza humana? II
Freud disse uma vez que “os pais são o primeiro objeto de experimentação sexual dos filhos”,de acordo com a sua teoria da sexualidade infantil,de 1895,abandonada e retomada por ele dezenas de vezes.
Mas,como Freud pode e deve ser criticado (como qualquer um),dialeticamente falando,há um sentido contrário nesta afirmação:”Os filhos também são objeto sexual dos pais”,principalmente aqueles que apresentam disturbios originados na infância,por esta ou outra razão.
Alias existe uma dialética possível que permeia todo o pensamento de Freud,criando dicotomias prováveis:o complexo de édipo e o de electra;a inveja do pênis e a inveja da vagina(Melanie Klein),o ego e o id e esta entre os pais e os filhos.Mas isto é outro assunto.
Explicar estas atitudes recorrentes dos pais com relação aos filhos ,no entanto,passa por uma hierarquia de valores,mais afeita à Kant,do que a Freud:é muito mais frequente que os pais,seres conscientes que decidiram ter os filhos,manipulem-nos do que estes últimos aos pais,porque as crianças são inconscientes por sua condição.Mas os fatos impostos aos filhos reverberam na idade adulta.
Dependendo do grau de consciência do sujeito adulto doente não se há de ,com a explicação, justificar os seus atos condenáveis ,como estes do vereador e da sua esposa,mesmo porque a sua origem(da doença) não está necessàriamente ligada à relação com os pais.
Freud diz que as causas do desenvolvimento patológico da criança(que se refletem no adulto)são aleatórias,mas por outro lado é inevitável que estas causas se liguem ao processo inevitável de perda do aconchego familiar quando a criança adquire consciência do mundo,dos limites do mundo.
O modo como estas causas atuarão depende desta passagem,do modo como ela é feita.
A discussão é ampla e outros psicólogos contestariam este percurso explicativo,mas no que tange à violência paterna só se pode entendê-la dentro de certas hipóteses postas por Freud.
A violência é uma tentativa ,deformada,de integrar-se ao meio.Ela surge do ruido entre a subjetividade e o meio.Mas o crime,a destruição do meio(desintegração)já é uma tentativa resolutiva da subjetividade,que não se desata.É uma tentativa de construir uma identidade( uma auto-estima) a partir de um ato violento,que lhe dá senso de propósito e reconhecimento do meio,mesmo que por um ato condenável (por este meio).
Aqueles que leram o meu primeiro artigo sobre os perfis de politicos e figuras históricas se lembrará destes conceitos.
Ressalvado aquele que não é mais dotado de consciência do que faz,a explicação da violência dos pais contra crianças,que é algo comum em todos os lugares,só tem esta explicação fundante e básica:a busca de uma identidade e de um reconhecimento,exacerbado por uma pressão interna ,causada por este ruido,esta descompensação entre o sujeito e o meio.
O gosto dos dois criminosos por ostentação de poder,por construir uma imagem de realização,que nunca preenche o vazio de sentido do sujeito(porque não desata o desequilibrio)é uma forma de destruir o mundo,ainda que idealmente,ostentando,agredindo aos outros,mostrando-se superior.
Em alguns casos,como parece ser este crime de agora,esta necessidade se torna tão dominante que chega ao ponto de “ exigir” tortura e agressão,brutalidade,que concede impressão de força a este descompensado.
A brutalidade de Hitler,o seu autoritarismo permanente(bem como dos nazistas)tem o mesmo papel e como os nazistas ,este “ casal” tem tanta necessidade desta manifestação de poder,desta auto-imagem,que após uma brutalidade ,vive estas perfomances de modo natural,como cuidar do cabelo.
No final da segunda guerra nenhum nazista demonstrou remorso,mas antes justificou e aprofundou as justificativas da violência.
Este casal vai agir do mesmo jeito.
sábado, 10 de abril de 2021
Assim é a natureza humana?
Vendo as noticias sobre mais um crime “ sensacional” envolvendo um vereador e sua esposa paro para analisá-lo filosòficamente.Não vou citar os nomes das pessoas para não lhes dar um cartaz imerecido.A última vez que falei sobre criminosos aqui foi sobre a Richthofen e foi exatamente para ressaltar que a pessoa que está do lado errado,que comete uma violência tem mais exposição e atenção do que aquele que tem “ o mérito paciente”(Hamlet).
Desta vez quero tratar exatamente do crime ,no âmbito da natureza humana e da sociedade.
Estes crimes escandalosos ,que agridem as pessoas, não são mais do que parte da natureza humana e fazem parte de um diapasão,de um corte que percorre toda a sociedade,em maior ou menor grau.
Seguindo a sócio-psicologia, estas formas de violência se disseminam o tempo todo por este corte,tanto no plano físico,quanto no mental.
Crianças são mal tratadas pela humanidade há séculos e as formas de maus tratos sempre foram correntes.
Porque então só quando estes crimes comocionais aparecem as pessoas se importam?Fazem um escândalo igual?Porque não lutam e não fazem isto no cotidiano?
Porque no fundo no fundo a sociedade como um todo sabe que é grandemente responsável pelo que acontece nestes momentos dramáticos.
As formas ambiguas de repressão,aceitáveis como meios de organização social e educação dos filhos vão crescendo no tempo até espoucar nestes atos monstruosos,praticados por estes monstros.
É o caso de Dostoievski em “ Crime e Castigo”:o personagem principal,Raskolnikov “ raciocina” que se grandes heróis da História são idolatrados,mesmo tendo cometido crimes inenarráveis(e por isto mesmo)porque ele,injustiçado e faminto não poderia matar uma velha agiota ,detestada por todos,para obter dinheiro?Ninguém vai investigar o crime e ele,anônimo,seguiria.
Mas o remorso,como sabemos,da pessoa de bem(essencialmente de bem[lá no fundo]),mostra o sofrimento que é ficar isolado dos outros,numa condição “ especial” que o afasta da comunidade humana.
Os heróis da História são justificados e produzidos por uma sociedade que não vê o sofrimento do próximo,assim como estes monstros são produzidos por um indiferentismo do mesmo jaez.
Muita gente chamaria as minhas afirmações de moralismo pura e simples.Que o cidadão paga impostos e que a culpa disto tudo é dos politicos,que não investem em educação,etc,etc.
Mas eu não estou me referindo a isto,embora no plano da profilaxia seja isto mesmo.Eu estou dizendo que assim como Raskolnikov igualou o seu crime com os de Napoleão,nós não vemos,a sociedade não vê que há uma relação entre este crime aqui no Rio de Janeiro e os meios autoritários que se usa para a educação das crianças,quando elas recebem educação:quando não estão na rua passando fome e se prostituindo.
A mesma sociedade que se escandaliza é aquela que não fica em casa para evitar a contaminação do covid.
Com o tempo de vida que eu tenho aprendi que os escândalos diante de crimes são mais lenitivos de pessoas com problemas do que uma real compaixão pelo sofrimento e pela tragédia que se posta diante delas.
Muita gente que critica o holocausto,de forma barulhenta,age autoritariamente,no fundo não se preocupa senão consigo mesma.Lembrei-me,a primeira vez que fiz estas constatações,do inicio do Rei Lear de Shakespeare em que Cordelia é instada a falar de seu pai e não consegue,oprimida pela paixão,que a impedia de se exprimir em palavras.
Explicação demais,grito demais é ocultação,é falta de verdade e autenticidade.Se a sociedade colocar um espelho diante dela vai ver o qaunto ela é ilegitima,responsável e por isto não faz.Mas remédio efetivo é o amargo.
quinta-feira, 8 de abril de 2021
sábado, 3 de abril de 2021
O que é comunismo realmente
o comunismo é criação da tradição judaico-cristã
Eu fico ouvindo certos comentaristas,pelas radios aí,anticomunistas,e mesmo radicais de esquerda,novos ou velhos e percebo que ninguém ,até hoje,sabe o que é a proposta comunista criada nos dois primeiros séculos do cristianismo,no tempo das prédicas de São Paulo,que afinal, era comunista!São Paulo é um dos criadores do comunismo.
Esta visão cristã primitiva(no sentido de primeiro)passou pela filosofia e pela politica do ocidente durante séculos e chegou ao periodo do Iluminismo Alemão(aufklarung[esclarecimento]) e se tornou um projeto para a humanidade ,a partir da observação que este iluminismo(porque não foi só o iluminismo francês)fez do crescimento exponencial da riqueza ,no industrialismo inglês.
O principio básico do comunismo,no sentido próprio do termo,é aquele da comunidade primitiva cristã,que por sua vez,dava continuidade,mais ou menos,ao comunismo primitivo das sociedades pré-históricas.Nestas,no entanto, a divisa “ de cada um segundo a sua capacidade,a cada um segundo a sua necessidade” não era homogêneo,não se aplicando a todas as comunidades.
As comunidades primitivas são muito idealizadas.Neste aspecto a direita tem uma certa razão:não é verdade que o indio tenha “ consciência ambiental”.Muito pelo contrário,ele depredou a natureza e foi responsável pela extinção de muitos animais.Não é verdade que não houvesse crueldade ou tortura nestas sociedades.Indios americanos praticavam tortura para intimidar adversários e inimigos.Em certas comunidades primitivas os velhos,que não prestam para nada supostamente,são abandonados em locais escolhidos para simplesmente morrer.E aqui no Brasil há indios que deixam suas crias morrer ,por impossibilidade de criação ou por motivos religiosos.Abandone-se toda a idealização aqui.
No cristianismo primitivo,que não era muito diferente da organização material das comunidades primitivas,mas com um nivel cultural e de consciência maior,o princípio da solidariedade,pelo menos ,no discurso,supera esta heterogeneidade de comportamento primitivo.
Aquele que pode oferecer mais ao outro oferece ,se iguala a ele ,no interior da comunidade.Por este principio de solidariedade,no discurso ,ninguém é excluido.
Quando Lessing e os iluministas alemães tomaram conhecimento destes valores o incorporaram a uma ideia de comunismo que deveria se adaptar à nova realidade da primeira onda industrial,cujo ápice foi em 1750(Hobsbawn).
Se o ser humano era capaz agora de produzir quase infinitamente os bens que lhe são necessários para o bem viver,porque não pensar num comunismo que fosse apto a dividir estas imensas riquezas fraternalmente entre todos?Afinal ,a escassez havia sido superada e não fazia sentido só alguns terem estas benesses.Lessing era comunista!Mantendo o princípio de solidariedade cristão ,pensava ele ,era possível dividir entre todos e elaborou a divisa,que reverberou em Marx um século depois:” de cada um segundo a sua capacidade,a cada um segundo sua necessidade”.
Uma ideia que podia ser aplicada na família e na sociedade,mas que esbarra em problemas de todos os niveis.
Se a sociedade é exponencialmente produtiva esta produção podia ficar permanentemente à disposição dos indivíduos,o que acabaria com as diferenças de classe ,que geram todas as outras barreiras,supostamente.Tanto o rico quanto o pobre(que já não é)receberiam a mesma coisa e igualados ,as suas diferenças despareceriam,abrindo possibilidades de relacionamento humano e não de classe(as classes desumanizam).
E neste contexto, este estado de classe ,que garante esta divisão anti-humana deve desaparecer e dar lugar a uma estrutura administrativa somente,como dizia Engels,na polêmica com o anarquismo.Não era um estado no seu significado próprio,mas só um mecanismo de distribuição dos bens e garantia do quê?...Vamos deixar esta dúvida,por enquanto.
Lênin,pouco antes de “fazer”a “Revolução Russa” escreveu um livro importantíssimo sobre estes assuntos “O Estado e a Revolução”,no qual cita trechos da obra de Marx,como “ A guerra civil em França “ de 1871(sobre a Comuna de Paris),nos quais fica clara a incompatibilidade entre um Estado inflado e forte e invasivo(para não dizer totalitário)e o comunismo.
Conhecendo intelectuais marxistas,como eu conheço,sempre querendo(platonicamente)intervir na prática ,tenho certeza de que Marx e Engels estariam em 1917.Não resistiriam em participar,mas era obrigatorio para eles repudiar o stalinismo e seu estado totalitário.Se continuassem, estariam em contradição com o que disseram a vida inteira e seria ou loucura ou oportunismo cinico.Se.
Também me choca como Lênin,tendo analisado estas obras fundamentais de Marx e Engels ,tivesse intentado esta precipitação que foi a Revolução na Rússia.Mas levando em conta as premissas do parágrafo anterior,admite-se uma certa esperança excessiva,um certo desejo excessivo em 1917,diante das oportunidades que estavam à sua frente(guerra mundial,esfacelamento do czarismo).Mas ,depois,com a crescente e inevitável burocratização do Estado Soviético,era exigivel no minimo que ele percebesse os problemas óbvios de se construir o comunismo num país como a Rússia.E não foi por falta de aviso:Plekhanov,os mencheviques e Martov(lider destes últimos),se colocaram contra esta revolução e a história lhes deu razão.Isto sem falar nos avisos dos austro-marxistas e da II internacional.
No mesmo texto sobre a Comuna ,Marx diz que o socialismo era só uma fase curta,para mobilizar a todos no intuito de produzir exponencialmente e obter os bens para distribuir igualmente por todos.Para criar o comunismo e mantê-lo em pé,evitando o retorno à escassez.Era preciso admitir a igualação de todos neste propósito,mas que deveria ser limitado aos objetivos. A continuidade infinita do socialismo,sem a perspectiva próxima do comunismo,era ilegitimo.E é.Pois manter igualados seres desiguais por natureza,como são os homens é perpetrar injustiças.Hannah Arendt tem razão em associar Marx com Locke,como fez Hannah Arendt em “A Condição Humana”.
E foi isso o socialismo real,que é só uma extensão infinita deste periodo transitório.Eu,na condição de comunista jovem,me incluia entre aqueles que pretendiam preservar o socialismo,até que a revolução mundial ocorresse(principalmente depois da revolução cubana) e tirasse a URSS e o socialismo real do isolamento,acabando por tabela com o seu caráter ditatorial.Se os outros povos ajudassem o socialismo real,este perderia este seu caráter ,porque a ditadura socialista era para manter as conquistas até que o comunismo viesse,com a sua plenitude produtiva.Esta plenitude dissolve a ditadura.O totalitarismo do socialismo real se sustenta por sobre a penuria reproduzida pelo estado totalitário,mas criada por uma revolução mal fundamentada.
Mas sem o horizonte da utopia socialismo nenhum é legitimo e é por isto que eu digo que o socialismo real acabou e não deve voltar.A insistência nele,por parte da esquerda mundial(inlcuindo a Internacional Progressive)é o que está levando a direita a se estabelecer.
Pelos textos de Marx e Engels não há como culpá-los do socialismo real;todavia,há alguns elementos do pensamento de ambos que induzem a relacioná-lo(ver dúvida acima) com um humanismo idealizador não necessariamente ideológico(como consciência falsa[oposta à ciência]),contra a visão(cientificista)de Althusser:se o comunismo,como está na Ideologia Alemã e nos seus fundamentos históricos passados,torna todos iguais em termos materiais(espirituais e culturais é outra coisa),construindo assim uma comunidade identificada com o ser humano,é porque Marx( e Engels)admitiam uma humanidade,um princípio abstrato e ideal de humanidade,que não teriam abandonado na fase madura de sua contribuição.Isto acabaria com a distinção entre o jovem e o velho Marx,a favor de Althusser.Mas ela se mantém,em outros termos diferentes, dos postos por este último,na medida em que as questões culturais e espirituais poderiam e deveriam ser desenvolvidas por Marx (e Engels),se (se)reconhecessem que as ideias guardam autonomia na vida social.Não é que os dois fossem pavlovianos,mas deixaram uma lacuna que permitiu a seus continuadores entender a superestrutura como mera “ expressão” da infraestrtura econômica.E assim em outros passos da aventura de Marx e seu companheiro de viagem.
Neste projeto humano há uma desautorização da desqualificação de qualquer classe ,inclusive,a burguesia,como anti-humana.O que está de acordo com o prefácio de Marx à primeira edição de O Capital em que ele distingue bem a figura pessoal do capitalista de seu papel na engrenagem.Este “ local” do pensamento marxista,deriva da discussão anterior e prévia sobre o humanismo:o papel do capitalista é anti-humano,mas ele só o é na medida em que interage com este papel.Se(se)este papel é inelutável,esta distinção cai por terra e todas as violências praticadas contra a burguesia(por vingança contra as da burguesia contar os trabalhadores)são justas.Todo o esforço de caridade,de ajuda,de reconhecimento dos direitos dos trabalhadores não justifica tratá-los bem.Não adianta George Soros ler Marx,porque na hora H ele será massacrado!Esta contradição no pensamento de Marx(e de Engels),entre um humanismo projetado na utopia e realidade concreta parece ser solucionada quando Marx et al,resume a sua teoria da violência no direito da maioria trabalhadora de suprimir a minoria exploradora(quem?quem?). A violência se justifica pelo bem posterior de colocar o explorador numa condição melhor do que ele estava.Da desumanidade ele “ evolui” para a humanidade.Parecem aqueles discursos de Bush filho e João Figueiredo de levar a democracia aos outros na marra.
Contudo há esta contradição sim ou antes um distúrbio,um ruido neste discurso todo,que a meu ver só se desata com o existencialismo.Eu falarei disto num outro artigo,que este já se prolonga.
Eu vou bater nesta questão do comunismo,mais e mais vezes em vista destes erros propositais ou não,de setores da midia,que insistem erradamente em identificar o comunismo com o estado e o socialismo real.Mas não só setores de direita.Setores de esquerda mal fundamentados (grande maioria)também.Quanto mais comunismo,menos estado.
sexta-feira, 2 de abril de 2021
Do imanente ao transcendente
O imanente é aquilo que é próprio das próprias coisas,do Ser,as suas “ leis “ internas,o inerente.O transcendente é quando o ser sai de si mesmo e se relaciona com o outro.
O animal e a natureza são imanentes ,mas a sociedade é transcendente.
Fica claro por esta distinção que o imanente só é definido e reconhecido por um ser transcendente,porque a consciência capaz disto(o reconhecimento)só nasce na relação com o outro.A imanência é em si mesma.
O homem é um animal(imanente),segundo a biologia,mas ele não é como os outros,pois não é redutível a esta condição e o fato de sua base genética ser grandemente semelhante ao mundo animal e derivativa ,ele,como tal,não depende dela senão para ser outra coisa diferente(transcendente).Há um princípio de dialética incipiente nestas afirmações iniciais:a condição da diferença do homem para o animal é a sua relação com este mundo,a sua carga genética?Ora se o homem é diferente e isto está na sua natureza porque haveria esta base?Porque evidentemente é no tempo e no desenvolvimento histórico que o homem deixa de ser animal para ser homem...mas se continua como animal,é duas coisas,duas naturezas.
quinta-feira, 1 de abril de 2021
Ùltimos acontecimentos
Conjuntura
Outra tentativa de golpe se deu nos últimos dias.Já não é mais segredo de polichinelo.Já é parte do processo politico e a midia como um todo agora repete aquilo que já digo há dois anos:o presidente é só um agent provocateur ,inserido num esquema civico-militar,cujo objetivo ,desde o inicio,era se contrapor aos desatinos de Dilma e se fosse possível dar um golpe para retornar à 64 e fazer retroceder o Brasil em décadas.
Fica chato repetir a mesma ladainha sempre.Estou escrevendo este artigo por desencargo de consciência,porque está tudo velho,o que prova que o brejo nacional se estiolou nas mesmas coisas idiotas de sempre e o que prova a falência dos politicos,dos partidos,que não têm mais propostas para o Brasil(até porque não se interessam por ele,mas só por si mesmos).
Falar nisto:cadê a oposição?Quando eu digo que apoio uma centro-esquerda,não quer dizer que eu apóie estes centros que ficam se omitindo e depois que as coisas se precipitam aparecem para “ dar ordem” nas coisas,como ocorreu aqui no Brasil de 64 e no Chile em 73.
O centro para mim é aquele que se mobilizou permanentemente a partir da usurpação da democracia pelos militares,especialmente Costa e Silva ,e que foi até a promulgação da Constituição de 88.
Para mim este estado de mobilização,como a revolução permanente,só acaba quando termina(Chacrinha):quando os obejtivos de cada um forem atingidos,hoje ou daqui a 100 ,duzentos anos.
Não aceito esta forma de condução(se há uma)da oposição,da scoiedade civil,diante destes fatos.Hoje,pelo menos,depois de longo e tenebroso inverno,apareceu Marina Silva.Outro dia o Senador Alvaro Dias fez boas observações,mas é tudo muito pouco.E me parece que este “ressurgimento” se deu por causa de interesses pessoais,já que os presidenciáveis assinaram um manifesto pró-democracia ,em face dos fatos de ontem.Um manifesto pró eles mesmos,menos que pela democracia.
Mas a participação de politicos e de partidos,entre os periodos eleitorais,deve ser de manter a democracia, a rede complexa da cidadania,que se ergue sobre e com a sociedade civil organizada.Eu,pessoalmente me sinto desprotegido vendo estes insultos à democracia,porque se ela sucumbir eu vou sucumbir também ,junto com as minhas liberdades.
Então,acima de tudo,o problema da omissão da oposição(porque é isso)não é uma questão de análise conjuntural,mas de ética e de compromisso real com o processo democrático,que eu não sei se é muito bem quisto pela esquerda radical,PT,PSOL.