Estou num periodo terrível em que os meus artigos adquirem repercussão e acabo ouvindo todo tipo de estupidez.É como disse Borges sobre o seu oficio;”talvez seja imprudente começar a escrever”.Agora sei que isto é uma verdade.
Nós escrevemos e fazemos o que gostamos pelo prazer de exercer a liberdade,que é um direito humano transcendente e transcendental.
Mas pelas mais diversas razões há sempre aquele que questiona isto aí.Certo, é claro que nas opiniões há um elemento crítico de perigo para os outros,que correm o risco de serem superados ou desmentidos.Isto,no entanto,faz parte do jogo democrático.
Eu me admiro com pessoas que,às vezes em veículos de comunicação,atacam o comunismo,o socialismo e usam os mesmos métodos destes regimes:a lacração é uma invenção de Lênin,do totalitarismo.A democracia admite,que ainda que você perca um debate ,possa se renovar depois.Você não é excluido defintivamente.A democracia está no tempo,na abertura essencial que o tempo,por sua definição,tem.
Os totalitarismos pensam que dominam o tempo(Allende:” La istoria es nuestra”),mas é impossivel(felizmente).Os totalitarismos são religiões atéias,objetivas(se é que isto é possivel[o culto do nada,do objeto]),meta-históricas e por isto,psicóticas,mito-maniacas e ...falsas(mentirosas).
Mas o que me traz aqui é um outro aspecto dos totalitarismos:sua filosofia monistica e metafísica.O militante médio de esquerda ,que segue o cânon soviético(embora não admita)pensando que o modifica com auto-críticas sem valor e profundidade,une a sua existência,com a ciência,mesmo que seja suposta.
Na medida em que esta “ ciência” desaparece a existência do militante vai junto.Quando eu critico Karl Marx não estou criticando a pessoa do marxista não.Não estou dizendo que o militante é mau profissional,mau pai,mau mãe,mau filho,nada disso.
Então quando o militante vem me contestar aqui,por causa disto ou por causa de cinismo ,deslealdade,desonestidade e sobretudo covardia,ele pensa em tudo,menos nos conteúdos que eu apresento.Se ele lê e não vê nada passa ao largo.Se ele lê e vê ,duas coisas ele tem a fazer:ou interage e debate ou vai em alguma instância institucional e me impede de escrever ou de falar.
Ao invés sou obrigado a ouvir que não tenho diploma,que quero ser melhor do que os outros,que os outros já falaram sobre estas coisas e pior:dentro deste “método” de lacração existem formas eventualmente mais complexas de imposição.
O militante de esquerda,que é tão próximo das religiões, age da segundo truques criados por elas:por demagogia e formas ilegitimas de cooptação ele se cerca de um grupo de pessoas,que o legitimam politicamente(sem saber muito porquê e sem medir as consequencias).Quando alguém,como eu,o critica,ele usa os motivos supraditos para se vitimizar diante deste circulo e ameaça o seu critico de isolamento ou algo mais sério.O mesmo que a religião faz.
O bom lider,a boa liderança,quando vê alguém destoar de um grupo,de uma célula,chama este grupo e discute o problema,mas o militante covarde(a maioria)usa este estratagema para garantir a sua gestão,ao arrepio do nivel de consciência das pessoas e manipulando os militantes sob o seu cabresto.
O socialismo não cresce,não se renova,não é por culpa da buguesia não,mas por causa das vanguardas.