Em
certa ocasião descobri a figura de Niklas
Frank,filho do carrasco nazista da Polônia Hans Frank.
Ele
decidiu não sacralizar a figura de seu pai quando descobriu os crimes que ele cometeu.Ele é parte da linhagem dos
chamados filhos de nazistas e criminosos de guerra,que pagam e pagaram um preço
alto pelo que os pais fizeram.
Porque
a sociedade ,que sacraliza os pais,não separa os filhos dos pais.As culpas dos
pais passam para os filhos estes só têm
uma saída:explicitar as discordâncias o tempo que for necessário para fazer
esta distinção.
Eli
Wiesel disse uma vez: “os nazistas são culpados,mas os filhos não”.
Niklas
Franka,sofreu em grande parte da vida pelo que ocorreu com seu pai.Mas primeiro
ele sofria como filho e integrante da família,vendo
o pai ser condenado e enforcado.
Num
determinado momento,porém,descobriu que naquele mesmo lugar em que passou a infância
seu pai cometera violências inauditas contra muitas pessoas,inclusive crianças
com as quais ele brincava.
Frank
então rompeu com o pai.Muita gente discordou dele,porque entendeu que queria aparecer e também porque,para alguns,os
pais são intocáveis.
Mas
eu pessoalmente,que tive pai stalinista ,que defendia os crimes horrendos do
georgiano,aprovo a sua decisão.
Talvez
eu discordasse um pouco do sentimento de ódio que ele demonstra ,mas compreendo
que isto é difícil,ainda que inconscientemente ,porque vivo idêntico
sofrimento.
Outros
o criticam porque Frank,pai dele ,não tem como se defender,mas em vista das consequencias
,para Niklas,do que o pai fez ,tal argumento não serve,porque ele tem o direito
de se defender e não tem outra forma senão citando a condenação formal e
conhecida do pai.
No
meu caso acusar o meu pai de práticas stalinistas é mais complicado,porque não
há uma condenação formal como esta,embora as consequencias sejam muitas e
dolorosas para mim.
Neste
sentido eu preciso usar outros métodos de comprovação para me defender,no
próximo artigo.
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