Como eu pontuei várias vezes eu costumo não citar as pessoas que não me reconhecem.Se o outro não me reconhece,mas vem aqui para me ler ,acho desonesto.
Esconde
algumas coisas que eu já expliquei também.E que não repetirei agora.
Citei
Marilena Chauí porque veio várias vezes no meu face e até de uma forma um pouco
ostensiva e agressiva,mas no final, revelou o seu caráter injusto fazendo uma
série de considerações pessoais,de que nunca tratei nos meus textos.
Depois
do artigo sobre O Capital ,muita gente ,digamos assim “ de cima”,veio até
mim,no meu email,para jogar na minha cara algo que é comum aos que discordam de
mim:o que eu faço é vadiagem e o que eles fazem é trabalho.
É
o truque do socialismo real,socialista e stalinista que sobrou contra o meu
trabalho.
Sempre
presumindo que a população não vai entender este debate e só vai ver o trabalho
deles,destes próceres do socialismo que ainda estão aí tecendo loas à faminta
Cuba,à implosão da Coréia do Norte e
saudosos da Albânia,eles jogam na minha cara que não faço nada.
É
uma forma de chantagem não é? Existem alguns destes benfeitores que agem assim:
“eu presto ajuda ,mas uso o que eu faço
para obter vantagens.Se alguém descobrir eu faço a chantagem:como vão ficar as
pessoas que eu ajudo?”
Nem
todo mundo é assim,mas a esquerda ficou
assim,não um movimento emancipatório ,mas assistencial.
Inúmeras
vezes tenho dito que viver numa sociedade assistencial é melhor do que numa que
não o considera.E ademais o assistencialismo não impede a emancipação,mas está
a meio-caminho ,não é suficiente.
E
se a esquerda torná-lo uma finalidade ela estará se igualando à caridade de
setores das classes altas.Ela estará(como está)adiando problemas pensando que
está cumprindo com a demanda dos desfavorecidos;estará (como está)reproduzindo os
mesmos mecanismos de legitimação das classes altas e fazendo a mesma
chantagem(sem aparentemente cometer desvios[aparentemente]).
Quando
uma pessoa como eu questiona estas coisas é evidente que inúmeras acusações e deslegitimações são jogadas contra ela.
Em
principio acho tudo isso normal,mas por trás desta atitude há muitos problemas
graves:ditadura,totalitarismo,intolerância e falta de espirito democrático.Esta
é a verdade:A ESQUERDA NÃO INCORPOROU A DEMOCRACIA,E CONTINUA LÁ EM LÊNIN.
Com
a exceção do resto dos trotskistas(que apresenta problemas também),o resto do
socialismo real é constituído de viúvas do stalinismo.
O
socialismo real nunca desestalinizou.Foi criado por Stalin e nunca saiu do seu “
desenho” fundamental.
Tem
gente aí (Holy Cross)que fala em Bernstein ,II internacional e Carlos Nelson
Coutinho ,mas na hora H defende a viabilidade e a continuidade do socialismo
real.
Mas
há algo pior:tem gente aí na politica que repete a besteira de Lucakcs: “ o
pior socialismo é melhor do que o melhor capitalismo”.
Quer
dizer a Albânia é melhor do que a Suiça,só porque esta ultima tem classes.
E
tem muita gente aí que defende o
movimento lgbtqi e que seguia(ou segue?)a Albânia,um dos países mais
repressores.
A
pessoa a quem me refiro é Jandhira Fegalli ,que depois da publicação do artigo
matemático ,inundou a minha caixa postal com suas realizações.
Dentro
dos pródromos acima eu reconheço a atividade desta politica. Mas com os limites
apresentados.
A
negativa da esquerda em aceitar anti-democraticamente os argumentos alheios é obviamente falta de reconhecimento do que
disse acima e mais:aquilo que eu me referi no artigo sobre a “ egocentria e egoísmo
dos comunistas”:juntam a vida com a militância ,no espirito do monismo e do cientificismo e qualquer contestação das
suas verdades é tida como ataque pessoal
e aos desfavorecidos,como se eles fossem os únicos preocupados com a questão social e a ter respostas para solucioná-la.
Mas
como eu disse ,a esquerda hoje é assistencialista
não emancipatória.
No
fundo acaba ajudando as classes altas.
Naturalmente
ela espera uma Revolução,como a de Lênin,aguardando um momento mágico em que as circunstâncias a favorecerão.Mas
por trás disto aí existe a verdade de que o socialismo real fracassou e eles
também.
Que
é preciso mudá-lo.Mas esta mudança pode (e talvez deva)tirá-los do palco história.
Eu
cito também Luiz Eduardo Greenhalg que quando eu afirmei o pensamento livre
como condição de transformação,ele trouxe o pensamento ultrapassado de Marx de
que as idéias têm obrigatoriamente de estar ligadas com o s movimentos de massas.Não é bem assim não,mas eu vou
desenvolvê-lo em outro artigo.
Até
que ponto esta incapacidade de reconhecer o fracasso não está prejudicando a
própria esquerda,a sua renovação?Toda vez que digo isto o militante se pergunta:como eu erro?De posse de uma ciência comprovada como
alguém diz que eu erro?Sou por acaso um incapaz?
Responderei
a estas questões em outro artigo.
Jandhira
consegue construir uma carreira autêntica na medida em que se abrasileira.mas
sofre críticas porque não respeitar um critério antigo da esquerda,que é o de não
fazer carreira na politica, como os “políticos burgueses”.
Contudo
se ela não o fizer o pc do b desparece e no dia em que ela perder e outra
coisa,o partido e a esquerda desparecem.
Não
está na hora de dar lugar às novas gerações?Isto tudo não parece exclusivismo
personalista?
Nenhum comentário:
Postar um comentário