Todos os
elementos para uma
renovação da esquerda
no Brasil,depois da
queda do muro
de Berlim, já estavam
dados antes,quando da
auto-reforma teórica do
comunismo e recuperação do
verdadeiro sentido das
palavras de Marx,devidamente adaptadas e
rejeitadas diante do
mundo moderno.
Que era
necessário repensar o
conceito de nação,como algo não eminentemente burguês(ver Gramsci
no Ordine Nuovo).Que
era preciso tornar a
democracia,não meio,mas fim,da
atividade da esquerda,aceitando,inclusive
, a alternância de poder
como algo natural.Que
era preciso deslegitimar os regimes
de Partido único.Que era
preciso pensar em
termos atuais os programas partidários.
Há muito tempo,neste blog,eu disse
que era muito
difícil implementar estas e
outras mudanças porque a esquerda que ficou
depois da debacle,fazia
este discurso renovador,mas
na prática não
o aplicava.Esta foi sempre
uma característica da
esquerda brasileira.Se o
cavalo passar encilhado
ela o monta sem medir
as consequências.Vê-se isto
na tentação de
apoiar este monstro que
é o “ bolivarianismo”
Quem está pensando
num pacto nacional
que consagre a participação da burguesia?O MST de
Stédile,com as bandeiras
vermelhas e seguindo o
maoismo,que eles cismaram
que serve para
um país como
o Brasil?
Quem fala
hoje em neo-desenvolvimentismo tem a
mesma concepção de
antes de 64:seguir o leninismo,desenvolvendo as
condições objetivas do capitalismo,para no
aguçamento das suas contradições,
fazer a revolução.
Tirando Erundina,
quem propõe um
programa moderno?Talvez nem
ela consagre a questão
do feminismo,do problema LGBT.Para
além das propostas
econômicas em que
termos os valores
novos da sociedade são
consagrados nos partidos de esquerda atuais?
Sinceramente,não
se trata
de teoria,mas de avanços
reais,novas propostas.
A cabeça
das pessoas de esquerda no
Brasil reproduz uma
visão economicista que
desdenha as reinvindicações do
povo.Até agora ninguém
refletiu sobre o fato
que eu tenho sobejamente
falado aqui de
que uma nova
geração quer participar
da politica e não pode
porque os que estão
aí não querem largar
as suas posições.Esta
resistência não vale
só para a direita.
Quando eu me
referi a
uma das últimas tentativas
de acordo entre as
duas Coréias,há uns
três anos,eu citei um
velhinho sul-coreano,que sonhava
antes de morrer,em
ver pela última
vez,parte de sua familia
,que ficou do
lado do norte.Ele
disse:” A questão só
vai se resolver(ele
não é PHD nem
nada,é um comerciante
comum,diga-se),quando a última
pessoa que participou
da divisão do
país morrer”.Para mim
isto vale para
toda a esquerda,no mundo todo,neste
últimos vinte anos,depois
da queda do muro.
Só quando
os bondosos velhinhos
morrerem é que os
vivos terão coragem de
fazer o seu
dever de continuar
a luta reconhecendo
que estes velhinhos não têm
mais condições de incorporrar
os temas atuais.E
quando velhinhos eu me
refiro aos jovens
que pensam como
no passado.Que não reconhecem
que as razões da derrota
estão nas fileiras
do socialismo e não
na ação dos inimigos.
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