Nas resenhas,histórias da
literatura,não se fala muito
em Mario de Andrade e Macunaíma.A
razão é que o modernismo em
São Paulo,apesar de seu espírito
anti-burguês,era muito dependente
de figuras da plutocracia paulista,como
Paulo Prado.Mas o
romance de Mário é um
dos mais universais que
existem na literatura
brasileira e não fica nada a
dever aos de Graciliano,José Lins e
os que citei no artigo anterior.
Quando apareceu
,no rastro da
Revolução de trinta o
regionalismo nordestino,este se
engajou,pela esquerda,nas
lutas nacionais e
internacionais e quis se distanciar
de São Paulo ,onde
a tendência dos continuadores
era seguir a direita,mas
aqui havia também Oswald de
Andrade e Pagu,por exemplo.
Deixando de lado,pois,estas picuinhas,podemos dizer
que o modernismo brasileiro tem uma
continuidade sim.Quando,no entanto,se
engajou, ele colocou
um critério decisivo para a
análise da importância da
literatura no contexto nacional
brasileiro.
Foi com
este critério que no artigo
anterior eu coloquei
Graciliano à frente de
Guimarães ,pelos motivos expostos lá.E os mantenho,
para análise dos
escritores brasileiros,desde
a formação da
literatura nacional moderna(Machado e José
de Alencar),depois da independência,até hoje,passando
pelos escritores que eu citei
antes.
O conteúdo
da análise dos
problemas nacionais é
o que determina ,a
meu vê,r a
importância do trabalho do
artista.
Sob a óptica
realista de Machado
formamos um quadro
da consciência nacional,em direção ao
século XX e à
República.Euclides põe as
balizas do pensamento brasileiro
a partir da República,os problemas que
ela terá que enfrentar.Raul Pompéia
,o cotidiano brasileiro.Mário ,a situação
da consciência nacional,depois do fim
da escravidão: a falta
de um caráter nacional,a
ser construído .Um povo a
ser construído.
E aí
as conseqüências do modernismo apontam para
Graciliano , Guimarães
e José Lins.Embora os conteúdos ficcionais de
Guimarães emocionem;embora ele
fale da realidade nacional,a
sua decisiva contribuição
se dá ,apenas,no plano da linguagem
.
Graciliano trata dos
profundos problemas nacionais.
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