Depois de
tantas incompreensões com
relação ao meu artigo sobre
humildade não posso deixar
de retomá-lo para
explicar melhor o
que eu disse.
Quando Cleópatra
se suicidou ela
usou uma serpente
chamada áspide,cujo veneno
funciona mais ou
menos como o
que possui o
peixe baiacu:s você
usa pouco até ajuda
na saúde.Se usa
demais você é intoxicado.
Um caso
semelhante ocorreu com o Marquês
de Sade.O caso dos “
bonbons cantaridados”,que é
o primeiro(e único)crime
de que foi
acusado.Era comum em
festas de arromba
com prostitutas na Paris
do século XVIII usar
bonbons com um
tipo de peçonha tirada
de serpentes específicas.
Quando o
Marquês fez a
sua festinha ele
não percebeu que
a quantidade de bonbons
que seriam comidos
acabaria por levar
ao organismo das
meninas uma quantidade intoxicante
de veneno e isto
foi o que
acabou acontecendo e
duas delas morreram.
Mutatis mutandi,o
conceito de humildade,como tantos outros,tem a mesma
natureza.Se usado com a
prudência necessária ela
ajuda na saúde.Se
excessivo ele pode
causar intoxicação.
Humildade demais faz
as pessoas se
vergarem,as pessoas perdem
o desejo de lutar e se
tornam tuteladas.Pouca humildade,ou nenhuma,é lógico
que cria uma ambição desmedida,como a de
Macbeth,intoxicando a pessoa ,que
perde também a noção de limites e
o contato com a
realidade.
A pessoa
deve transitar entre
estes dois extremos,como
deve acontecer dentro dos
conceitos de Nietszche,do
homem e do além-do-homem.Parece que o
filósofo é um outro caso
clássico de perda de
equilíbrio.
O verdadeiro
herói deste filósofo
é o trans-valorador de valores,o
que constitui os seus
próprios sem referência
a um conceito coletivo e abstrato,como
humanidade,que existe para
submeter esta figura,que
busca a sua
afirmação,a sua potência em
si mesmo,na sua
afirmação,sem a consciência
de rebanho,que manda associar
a si mesmo
com os outros.
Se este
uber-mensch,transvalorador, exagera
na dose ele perde
o contato com a realidade,porque ele
não existe sozinho e
dissociado da experiência
humana,que não sai
dele ;e se ele
aceita este humanismo,que
é uma criação abstrata,ele
acaba não
só por negar-se
mas também aceita
nesta idealidade quaisquer pessoas,sem
critério,homens da manada
e ubermensch.
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