Conta-se uma
piada atribuída a Nietszche
sobre Kant.Para este a
filosofia de Kant era
como um homem
que vive com a
mesma mulher durante
anos,que resolve sair
do marasmo,enganando-a.Ele dá
um jeito de ir a
uma festa à fantasia(o que
o ajuda a se
esconder),louco para arranjar
um encontro.Quando chega
lá se diverte,brinca ,encontra
uma pessoa que
está de máscara,convence-a a ir
a um,diríamos hoje,motel.Eles tiram a
roupa e ...de
repente...quando ela tira a
máscara,ele vê que
é a mulher
dele!!!
Apesar das
críticas à metafísica de
Kant ,sem as inovações
deste último , Nietszche não
poderia ter existido com
sua maneira tão
peculiar de expor
o seu pensamento,a
famosa “ prosa
dançarina”,mas que é uma sucessão de grandes metáforas.Dir-se-ia que não pretendendo
explicar cientificamente nada ,Nietszche imita
aos mitos ,fazendo narrativas
,das quais os
seus valores e critérios saem
aos borbotões.
Kant ,ao
libertar a linguagem de uma adequação
pura e simples
ao objeto permitiu
um desenvolvimento do pensamento ocidental,que
não fica mais condicionado ao
racionalismo explicativo,mas
atribui sentidos,valores ,significados
ao mesmo,que são
base para a atividade
de Nietszche.Por isso acho
que ele cospe no
prato que come.
Como falei
no artigo anterior,que
quero esclarecer e
aprofundar agora,isto permite
autonomizar mais ainda a subjetividade.O uber-mensch
é alguém que
não liga para modelos,concepções metafísicas,que só confinam a
subjetividade em esquemas
abstratos.O grande rebanho coletivo.
Contudo não
acredito que esta autonomização
seja absoluta,que este
transvalorador separe de forma
absoluta a “ boa da má
consciência”.Porque quer queira
ele ou não,traz
em si uma
experiência comum dos homens que
ele não adquire
só na sua vida,mas recebe da
sua condição natural,genética,de
homem,de espécie humana.
O transvalorador terá
sempre um pé neste passado,neste presente e
neste futuro dito humanidade,uma noção,um
conceito(racional-explicativo),que
se refere a esta
carga natural,da qual
somos herdeiros inevitáveis,como diria
Hamlet:” os pecados da carne”.
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