segunda-feira, 18 de maio de 2015

A dualidade de poderes



A  dualidade  de poderes  foi  definida por  Lênin  uma  vez  num  artigo  famoso  sobre a  Revolução  russa,no qual  ele demonstrava  que havia dois  poderes  disputando o mesmo espaço  de  poder,diríamos,disputando a hegemonia.
Hoje,no  Brasil,  acontece  algo  semelhante a  isto,algo  semelhante  à  famosa    coabitação”  entre  Mitterrand  e  a  direita francesa.
Eu  já me referi  em  outro  artigo  sobre Getúlio  e Jango que  esta  tipo  de  situação  é  mais  que perigosa  porque ela  ataca   autoridade  do  Presidente,que  no  regime  presidencialista deveria  ser  o  único  detentor do  poder,principalmente  no que  tange à sua  completa  e  total  autoridade  diante  dos  ministros.
Eu  disse  mesmo que  no  presidencialismo  o Presidente  é  quem  nomeia por livre  e espontânea  vontade  os  seus  auxiliares.
A  diferença  do  PT  e  de  Dilma  para  Getúlio(e  Jango)é  que  eles  estão lutando  para  manter a  linha  de  governo  e  isto é legítimo,porque Dilma foi  eleita e deve  governar.Mas  o  que se  vê é  uma  quantidade  imensa  de  chantagens  de  lado a  lado,desencontros  e ameaças,inclusive de  uns  e  outros  passarem  para  a  oposição  se  uma  determinada  lei  for  vetada  ou  não.O  PT  muda  diante  disto,depois  pede  uma  compensação  ,mandando  para  o  espaço  qualquer  tipo de  critério.
Onde isto  vai  parar?Que  riscos  ainda  corremos?Ora  o  que  falta  é  alguém  achar  uma  solução  que  não  implique  em trauma  para  as instituições  e o povo  brasileiro.O  dia  que  alguém  resolver esta  questão do “  trauma” de uma  eventual  mudança radical  haverá uma  sem  dúvida.
A  principal  questão  é  a  legitimidade de quem  detém  o  poder,quero dizer,no  lugar de  Dilma  eventualmente,porque  apesar das  críticas e da  divisão  eleitoral  no país  não há sustentação popular  para  alguém  diferente    no  Planalto  e  assim vamos seguindo  aos  trancos e  barrancos , correndo  riscos.

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