Como eu
disse em outro artigo,dentre todas
as tarefas importantes dos sindicatos,a
maior é garantir a
empregabilidade de todos
os trabalhadores,acabando com a “acumulação
primitiva”.
Estudando a
história de outros sindicatos
nós observamos que
este processo começa,quero dizer
o processo de
garantir a plena capacidade, quando os mecanismos
de tutela dos patrões
sobre os trabalhadores
são destruídos.Quando os
critérios políticos não são
usados mais para dividir
os trabalhadores e cooptar
uma “aristocracia de trabalhadores”,que ,nos diversos países têm
nomes diferentes,mas aqui
no Brasil são chamados de “
pelegos”.
A relação
natural e exigível entre patrões
e empregados é respeito
absoluto à atividade profissional
dos trabalhadores,sem interferência.
Quando se
vê a formação
dos sindicatos nos Estados Unidos
observa-se que este
caminho foi feito
de uma maneira dura e
difícil,mas que teve resultados neste sentido a que
nos referimos.
Antes que alguém aí
diga que eu
estou idealizando os
sindicatos estadunidenses,eu sei que
existem outros problemas que eu
abordarei depois.
O que eu
discuto agora são só
fundamentos do crescimento
dos sindicatos,da sua
fundamentação.De como devem
representar os seus
associados.
Outro dia
lia um livro sobre
o sindicato dos atores
de Hollywood.No período referente
à Guerra do Vietnã
muitos atores,como Jane Fonda e
Marlon Brando,usaram a extrema
politização do cinema para
não só se opor a
isto,mas também para colocar
de vez a questão
da profissionalização da
sua atividade.
Desde o inicio de
Hollywood qualquer um que fosse
bonitinho e tivesse
peito grande podia ser
alçado à condição
de estrela,ou seja, a objeto
capaz de produzir dinheiro para
os estúdios.
A cristalização
máxima desta “
proposta” se deu
com a figura de Marylin Monroe.Ela
era tão objeto que vivia
na mão dos políticos ,dos produtores,que lhe passavam ,nas festas,a
mão no traseiro e
coisas piores.
Mutatis mutandi
isto é o que
acontece com qualquer trabalhador sem
um sindicato capaz de
defender,nos termos supra-ditos,a
profissão do associado.
Mas não foi
só Marylin quem
enfrentou esta “ objetalização”.Jane
Fonda,a “ Barbarella”,iniciou a carreira desta forma,mas ,no momento
seguinte,reagiu,manifestando opinião política
e
exigindo que a sua condição
de atriz não
fosse atingida por
causa destas opiniões,como foi intentado por Richard
Nixon,que tentou varrê-la
de Hollywood.Nisto o sindicato
dos atores a ajudou
deveras(Bill Aisner).
Um outro ator,de ótima formação,quase ficou
na mesma posição da
citada Marylin:Marlon Brando.Na
década de sessenta
ele acumulou 11 fracassos seguidos
porque os estúdios queiram transformá-lo num
ícone sexual,não num
ator bem formado,como era ele.
Mas ele reagiu
politicamente e conseguiu recuperar
a sua condição real
de ator com “O Poderoso
Chefão”,em que foi dirigido
por figuras críticas
de Hollywood,como Coppola
e De Niro.
O que
acontece com os
professores no Brasil
é,repito,Mutatis Mutandi,o
que se
fez com Marylin e
estes atores.Os professores são obrigados
a aprovar alunos sem condições,porque estes
pagam;os professores têm redução de salários;perdem direitos;não possuem condições de
trabalho e quando reclamam sofrem
retaliações.O aluno é receita
,o professor despesa.
O que os
sindicatos devem fazer
é perguntar,como fizeram os citados personagens:o que é um professor?Assunto para
o próximo artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário