Em primeiro
lugar há que dizer que isto
aí não é uma fusão de
fato.O PPS se esgotou nos propósitos de sua
formação e tem que buscar meios de sobreviver.Ou melhor
os seus próceres têm que
sobreviver.As pessoas(não os programas)têm que sobreviver e
aí o PSB serve
de hospedeiro.
Mas não é uma fusão.Fusão é quando as
duas partes de qualquer
relação estão no mesmo patamar e
resolvem juntar as forças.Não
é o caso aqui.O PSB é
uma tradição que vem desde o inicio do século passado
e se
manteve dentro de
suas limitações com um programa
ainda atual e decisivo:laicização;socialismo com democracia;preocupações nacionais;republicanismo radical(ressalto
bem este elemento).Coisas que são a
mediação essencial do progresso
nacional brasileiro.
Não tenho informação precisa
das circunstâncias desta “
fusão”,mas me horrorizaria
que fosse por um
motivo eleitoral,notadamente
se estiver envolvida
neste cálculo Marina Silva.Sei
que Marta Suplicy
está.
A questão eleitoral
só te(-eria)m importância se
estivesse embasada nestes
prévios elementos e se ficasse
claro,em função das premissas
a que me referi,que não é senão
uma “ assimilação”
por parte do PSB,do
PPS,algo que tinha
que ficar bem esclarecido e bem
firmado.
Não
considerar isto já um
estelionato,possivelmente eleitoral,e
já de plano,político.Quem vai resistir
às ligações de Roberto
Freire com Serra e
Alckmin?Ligações que são
essenciais para Roberto freire se eleger,longe do
seu torrão natal?
O PSB,que já vinha no
Rio de Janeiro sofrendo
investidas diluidoras de Garotinho,agora
sofre mais um ataque
viral do eleitoralismo,que massacra
as boas tradições políticas.
A tradição
PCB-PPS acabou,mesmo a “
refundação” acabou.Concordo
com esta
tradição pontualmente,por exemplo,no caso
da terceirização, e não só pelas análises
de intelectuais marxistas como Caio Prado Júnior,mas de outros
como Gilberto
Freire e Sérgio
Buarque de Holanda.Contudo o seu caminho
se encerrou.
A idéia
de continuar,semelhantemente
ao PDS italiano,com uma visão
de esquerda , se esboroou no continuísmo eleitoral,cimentado pela constatação de que
não é hegemônico o pensamento
de esquerda e pelo fato de que o
povo não vota neste pensamento(porque não existe).
Tanto na citada
Itália como aqui,um vicio “ dialético”
adquire feições monstruosas.Todos os próceres
citados não separam a sua
figura individual do movimento(resquício do stalinismo).Para eles ,eles são o socialismo
e se continuarem em pé até
apodrecerem,estarão o preservando,mas isto
é já um descolamento da realidade,objetiva e subjetiva,pois já não
possuem ligação com
o mundo real e com eles
mesmos.As suas idéias não correspondem aos
fatos,mas eventuais vitórias
eleitorais(com ajuda de outros políticos e
de máquinas) manterão o delírio
e quem paga é o povo
,que se engana e
mantém estas ilusões por mais tempo,impedindo a ascensão
de lideranças jovens,que se
manifestaram em 2013.
Enfim,um caos,a
continuidade do nada,a miséria
da representação política no
Brasil,que o levará para o
marasmo(como já está
acontecendo).
Nenhum comentário:
Postar um comentário