quarta-feira, 27 de maio de 2015

A questão nacional(continuação)



Continuando a  nossa  análise do  Brasil,não é  possível  falar   num pacto nacional  sem  falar  na  questão das  classes.Todas  as banalidades  que  são  ditas  sobre pacto  nacional    serão superadas  por  uma  compreensão da  complexidade  da  sociedade  nacional.No  Brasil  existe  uma  obsessão  de  ressaltar  problemas  recorrentemente,como a  falta de  uma  sociedade  civil,de  organismos  de representação;falta  de  “ massas  ideológicas” etc.,mas  de  modo  geral estas  análises  são  importantes  mas  insuficientes  porque é  hora de  passar    para a  mediação  política propriamente  dita.
Aliás  a  insistência  nestas  constatações é  porque  nenhum  partido  político  quer  atingir  o fulcro  das  questões  uma  vez  que isto põe em  risco os  seus conchavos e  interesses.
A  questão nacional  implica  em abnegação  e em  cortar  na  própria  carne.Sem  este  republicanismo  radical(não  nacionalismo)  não é  possível  fazer o  aprofundamento essencial de  que o país  exige.
O  PT,como já  tenho  dito  nasceu  como  o  “ Partido dos Trabalhadores”,os  da  classe média  e  os  operários da  indústria,tidos  numa  tradição  da esquerda,como os  “produtivos”.
O crescimento  dos serviços  em  torno  do  estado  burguês,no  final  do  século XIX,foi  progressivamente  sendo  reconhecido  como um  mundo onde um  trabalhador  legítimo deveria  ser acolhido  pela  esquerda,mas  isto  não se espraiou  por  toda  ela e  nem  em  todos  os lugares.Até  hoje  tem gente  que  não a aceita,quer  dizer ,a  classe  média  como  parte  do  mundo  do  trabalho(produtivo).Basta  ver  os  comentários  preconceituosos  da  senhora  Marilena  Chauí.
Por  causa  disto  o  PT  que defende  ter  tirado  setores  proletários  da  miséria  para  colocá-los na  classe média,na  hora  da política imediata  resolve  usar  uma  tática  obreirista  do  passado  opondo  os  trabalhadores  da indústria  aos de  classe  média,depois  de perder  esta  última,como ficou  evidenciado no  pleito  presidencial.
Tal  acontece  porque  o  PT( e  nenhum  outro partido,principalmente os de esquerda)compreendeu  até  hoje  a  necessidade  de  associar  a  atividade política  de esquerda  com  o conceito de nação,que  ,no fundo,ainda  é (como dizia  Stálin)um  conceito  burguês  a ser  rejeitado.
A  visão de  classe,que está  presente  ainda , trabalha  com a  idéia  de  extinção  da  burguesia  e  seus(num  linguajar  passadiço)” acólitos”.O  que  resulta  é esta  divisão do país,que  vemos  hoje.Uma  divisão  altamente  preocupante  para um  país  que  é  alvo de intenções  imperialistas,quanto  à  Amazônia  e  à  água.
O  que confirma  esta  minha  análise  são  as  afirmações  de  cunho  místico/religioso  feitas  por um Leonardo Boff que  encontram  repercussão  nos apoiadores  do  PT,que  dão  conta  de  que  existe  um  “ ódio” ao PT  por  apoiar os  pobres,em  contraposição à  riqueza  da  classe  média,a  qual os  explora,num retorno de falácias  ideológicas  que  só põem  o país(e  a democracia)  em  risco.

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