Continuando
a nossa
análise do Brasil,não é possível
falar num pacto nacional sem
falar na questão das
classes.Todas as banalidades que
são ditas sobre pacto
nacional só serão superadas por
uma compreensão da complexidade
da sociedade nacional.No
Brasil existe uma
obsessão de ressaltar
problemas recorrentemente,como a falta de
uma sociedade civil,de
organismos de
representação;falta de “ massas
ideológicas” etc.,mas de modo
geral estas análises são
importantes mas insuficientes
porque é hora de passar
para a mediação
política propriamente dita.
Aliás a insistência nestas
constatações é porque nenhum
partido político quer
atingir o fulcro das
questões uma vez
que isto põe em risco os seus conchavos e interesses.
A questão nacional implica
em abnegação e em cortar
na própria carne.Sem
este republicanismo radical(não
nacionalismo) não é possível fazer o
aprofundamento essencial de que o
país exige.
O PT,como já
tenho dito nasceu
como o “ Partido dos Trabalhadores”,os da
classe média e os
operários da indústria,tidos numa
tradição da esquerda,como os “produtivos”.
O
crescimento dos serviços em
torno do estado
burguês,no final do século
XIX,foi progressivamente sendo
reconhecido como um mundo onde um
trabalhador legítimo deveria ser acolhido
pela esquerda,mas isto
não se espraiou por toda
ela e nem em todos os lugares.Até hoje
tem gente que não a aceita,quer dizer ,a
classe média como
parte do mundo
do trabalho(produtivo).Basta ver
os comentários preconceituosos da
senhora Marilena Chauí.
Por causa
disto o PT que
defende ter tirado
setores proletários da
miséria para colocá-los na
classe média,na hora da política imediata resolve
usar uma tática
obreirista do passado
opondo os trabalhadores
da indústria aos de classe
média,depois de perder esta
última,como ficou evidenciado no pleito
presidencial.
Tal acontece
porque o PT( e nenhum outro partido,principalmente os de esquerda)compreendeu até
hoje a necessidade
de associar a
atividade política de
esquerda com o conceito de nação,que ,no fundo,ainda é (como dizia
Stálin)um conceito burguês
a ser rejeitado.
A visão de
classe,que está presente ainda , trabalha com a
idéia de extinção
da burguesia e
seus(num linguajar passadiço)” acólitos”.O que
resulta é esta divisão do país,que vemos
hoje.Uma divisão altamente
preocupante para um país
que é alvo de intenções imperialistas,quanto à
Amazônia e à
água.
O que confirma
esta minha análise
são as afirmações
de cunho místico/religioso feitas
por um Leonardo Boff que
encontram repercussão nos apoiadores do
PT,que dão conta
de que existe
um “ ódio” ao PT por
apoiar os pobres,em contraposição à riqueza
da classe média,a
qual os explora,num retorno de
falácias ideológicas que só
põem o país(e a democracia)
em risco.
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