segunda-feira, 29 de março de 2021


 

Os beócios que vêm aqui me criticar pelo meu espirito crítico em relação à esquerda repetem um velho mote da esquerda anacrônica:se você coloca a direita e a esquerda no mesmo patamar é porque você defende as burguesias ocidentais e suas atividades criminosas,como o fascismo e o imperialismo.

Neste artigo eu vou explicar como isto é uma besteira.Como as coisas não funcionam segundo uma lógica(dialética)rígida:dizer uma coisa não quer dizer ,ipso facto ,dizer outra.Se alguém pergunta se o socialismo dá certo não tem sentido dizer como resposta que o capitalismo não dá certo também:os dois não dão certo,é o que se deve dizer,de modo kantianamente claro.

E também há que afastar um derivativo deste “ raciocinio” acima,que dá conta de que afirmar que tudo está errado é apostar no caos,no perigo de soluções de força.Aqui no Brasil, desde o tempo da ditadura,todo o mundo oscila entre não apostar no caos e em dizer que está tudo bem para evitar riscos e cataclismos,mas a verdade clama por seu lugar:se está tudo ruim é porque está ruim mesmo.Uma rosa é uma rosa,é uma rosa.Ser realista é a condição de mudar a realidade.Não falseá-la é a condição para transformá-la.

Para mudar o mundo há que mostrar como ele é realmente e nos últimos séculos,apesar de progressos,tanto no plano cultural,como material,a politica se divide entre os diversos totalitarismos,autoritarismos e … imperialismo,neo-colonialismo.

Então,para o beócio de esquerda entender:eu sou contra muitas das ações do ocidente,mas acho que a democracia é inelutável.

O ocidente é que criou os campos de concentração,que depois se transfomaram em de exterminio;o ocidente criou o racismo;o ocidente deixou sim consequencias graves com o imperialismo e o neo-colonialismo.Ele não é culpado de tudo,mas tem responsabilidade em muita coisa(apesar do politicamente incorreto da direita).

Um exemplo que resume esta história toda é a do Rei Leopoldo II da Bélgica.No meio da extrema competição entre as nações ocidentais pelo colonialismo,no século XIX,a Bélgica ficou com um pedacinho da África,mas um pedacinho cheio de ouro,de diamantes ,de recusos minerais decisivos,o Congo.Para se equiparar ao avanço cada vez maior dos colonialismos inglês e francês ,os belgas,por intermédio de seu Rei ,tomaram a decisão de superexplorar os negros desta região central da África,a ponto de privilegiar os ganhos econômicos em detrimento da vida e da condição fisica dos trabalhadores,os quais foram dizimados e mutilados num número estimado em quase o dobro daquilo que diretamente Hitler matou(sem contar indiretamente com os que morreram por causa da guerra):10 milhões,no tempo de uma década.

A visão racista dos europeus tem um papel mais que decisivo nas situações em que o terceiro mundo vive até hoje.Assim como a escravidão deixa sequelas,o neocolonialismo,idem(apesar do que diz a direita).

Nós observamos revérberos da ideologia justificadora deste dominio dos europeus no álbum de Tintim na África(ou no Congo),em que o “ herói” na primeira edição chama os negros indiretamente de vagabundos:


Depois ele mudou,naturalmente,mas na época da primeira edição ainda era assim que a Europa via certos povos,guardando proximidade com o que veio depois com o nazismo.



Não se pode esquecer que a cruz vermelha não protestou contra os guetos ,em que os judeus foram colocados ,antes da II Guerra,especialmente o de Teresiendatd,em 1938 .

E ,last but not least ,foi o ocidente que viabilizou a coletivização forçada na urss,de Stálin ,como é sabido.


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