domingo, 14 de abril de 2024

Duas ou três palavras(brutais) Sobre as organizações de esquerda II O truque

 

Todo o truque de máfia reside em você justificar certas violências corriqueiras,certas agressões,verbais inclusive,sob o argumento de que a luta eventual e futura exige que o militante esteja sempre atento e preparado para enfrentar estas coisas.

Na verdade,supostamente,todos se gostam,mas de fato este “ truque”  da “ desconfiança organizada”,revela que o amigo de hoje e de agora pode ser o seu inimigo e algoz desde sempre num processo de autofagia “ revolucionária”.

E sempre ocorre na suposição de que a qualquer momento o partido pode ter que pegar em armas e enfrentar coisas piores.É para saber se você aguenta pressão,como se você estivesse no Bope.

Contudo a esfera civil é diferente da esfera militar ou de guerrilha.A intersecção entre estes dois momentos nas organizações comunistas e radicais favorecem,no final,a interesses ditatoriais,principalmente porque fica longe ,no horizonte, a perspectiva de luta “ militar” e não tem sentido usar estes critérios na vida civil.

Mais do que isto o “ núcleo duro” da organização se sente dono dos “ idealistas” e “ incautos”,inclusive na esfera pessoal(tema que eu vou tratar no próximo artigo)e toma decisões ,em nome da “ segurança do grupo”,invadindo a sua vida de militante e pessoal.

Meu pai comunista e stalinista,que totalitariamente,juntava a família com o partido tomou decisões atinentes a mim,inclusive ilegais,sem me contar e me dar satisfações.

No partido onde eu militava,o PCB ,houve uma reunião  sobre se eu deveria entrar ou não ,em que eu não fui chamado.Quando reclamei a “ comissão de ética” mandou eu relevar.

Eu fui nesta crescente de mau-caratismo até sair em 83 e até hoje  não consigo sair.Ninguém me larga.A minha vida pessoal continua deles.

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