quinta-feira, 30 de maio de 2024

Pais e Filhos Pais totalitários

 

Em certa ocasião descobri  a figura de Niklas Frank,filho do carrasco nazista da Polônia Hans Frank.

Ele decidiu não sacralizar a figura de seu pai quando descobriu os crimes que  ele cometeu.Ele é parte da linhagem dos chamados filhos de nazistas e criminosos de guerra,que pagam e pagaram um preço alto pelo que os pais fizeram.

Porque a sociedade ,que sacraliza os pais,não separa os filhos dos pais.As culpas dos pais passam para os filhos   estes só têm uma saída:explicitar as discordâncias o tempo que for necessário para fazer esta distinção.

Eli Wiesel disse uma vez: “os nazistas são culpados,mas os filhos não”.

Niklas Franka,sofreu em grande parte da vida pelo que ocorreu com seu pai.Mas primeiro  ele sofria como filho e integrante da família,vendo o pai ser condenado e enforcado.

Num determinado momento,porém,descobriu que naquele mesmo lugar em que passou a infância seu pai cometera violências inauditas contra muitas pessoas,inclusive crianças com as quais ele brincava.

Frank então rompeu com o pai.Muita gente discordou dele,porque entendeu que  queria aparecer e também porque,para alguns,os pais são intocáveis.

Mas eu pessoalmente,que tive pai stalinista ,que defendia os crimes horrendos do georgiano,aprovo a sua decisão.

Talvez eu discordasse um pouco do sentimento de ódio que ele demonstra ,mas compreendo que isto é difícil,ainda que inconscientemente ,porque vivo idêntico sofrimento.

Outros o criticam porque Frank,pai dele ,não tem como se defender,mas em vista das consequencias ,para Niklas,do que o pai fez ,tal argumento não serve,porque ele tem o direito de se defender e não tem outra forma senão citando a condenação formal e conhecida do pai.

No meu caso acusar o meu pai de práticas stalinistas é mais complicado,porque não há uma condenação formal como esta,embora as consequencias sejam muitas e dolorosas para mim.

Neste sentido eu preciso usar outros métodos de comprovação para me defender,no próximo artigo.


 

domingo, 26 de maio de 2024

Um tratado de covardia

 

Eu fico impressionado com a covardia dos órgãos de informação,jornais,revistas,radio,televisão,na abordagem de mais uma tragédia que ora  se  desenrola do Rio Grande do Sul.

Em primeiro lugar esta não é uma tragédia inédita que ineditamente uniu o povo brasileiro numa corrente de solidarização:eu me lembro na década de 80 que a região sul do Brasil ficou debaixo   d´água ,com exceção em grande parte do Paraná.Houve uma corrente nacional maior do que esta.

Em segundo ,todo mundo sabe o segredo de polichinelo:estas coisas acontecem por inação dos governos e eles não fazem nada porque dependem da causa dos problemas,a corrupção.

De um jeito ou de outro ninguém mexe em nada,previamente porque se tudo funcionasse na administração não haveria razão para desvios,sub e superfaturamentos,não haveria “ trabalho” para corrupto.

Todo estudante de segundo grau que estuda administração aprende de inicio o primeiro principio : administrar significa manter,fazer a manutenção permanente daquilo que foi criado.

O descaso das autoridades é para criar situações que exijam mais e mais obras,para os objetivos acima revelados(segredo de polichinelo).

Os órgãos da mídia oferecem espaços para arquitetos,engenheiros falarem o óbvio,anos a fio,mas só precisa de uma frase ou de uma oração calar fundo na sociedade para se começar a mudar o Brasil e evitar estas tragédias continuadas:não à corrupção.

E é tarefa dos políticos,mas a mídia tem que dizer.É covardia não dizer.

sexta-feira, 24 de maio de 2024

Resposta a uma radical

 Como eu pontuei várias vezes eu costumo não citar as pessoas que não me reconhecem.Se o outro não me reconhece,mas vem aqui para me ler ,acho desonesto.

Esconde algumas coisas que eu já expliquei também.E que não repetirei agora.

Citei Marilena Chauí porque veio várias vezes no meu face e até de uma forma um pouco ostensiva e agressiva,mas no final, revelou o seu caráter injusto fazendo uma série de considerações pessoais,de que nunca tratei nos meus textos.

Depois do artigo sobre O Capital ,muita gente ,digamos assim “ de cima”,veio até mim,no meu email,para jogar na minha cara algo que é comum aos que discordam de mim:o que eu faço é vadiagem e o que eles fazem é trabalho.

É o truque do socialismo real,socialista e stalinista que sobrou contra o meu trabalho.

Sempre presumindo que a população não vai entender este debate e só vai ver o trabalho deles,destes próceres do socialismo que ainda estão aí tecendo loas à faminta Cuba,à implosão da Coréia do Norte e  saudosos da Albânia,eles jogam na minha cara que não faço nada.

É uma forma de chantagem não é? Existem alguns destes benfeitores que agem assim: “eu presto ajuda  ,mas uso o que eu faço para obter vantagens.Se alguém descobrir eu faço a chantagem:como vão ficar as pessoas que eu ajudo?”

Nem todo mundo é assim,mas  a esquerda ficou assim,não um movimento emancipatório ,mas assistencial.

Inúmeras vezes tenho dito que viver numa sociedade assistencial é melhor do que numa que não o considera.E ademais o assistencialismo não impede a emancipação,mas está a meio-caminho ,não é suficiente.

E se a esquerda torná-lo uma finalidade ela estará se igualando à caridade de setores das classes altas.Ela estará(como está)adiando problemas pensando que está cumprindo com a demanda dos desfavorecidos;estará (como está)reproduzindo os mesmos mecanismos de legitimação das classes altas e fazendo a mesma chantagem(sem aparentemente cometer desvios[aparentemente]).

Quando uma pessoa como eu questiona estas coisas é evidente que inúmeras  acusações e deslegitimações  são jogadas contra ela.

Em principio acho tudo isso normal,mas por trás desta atitude há muitos problemas graves:ditadura,totalitarismo,intolerância e falta de espirito democrático.Esta é a verdade:A ESQUERDA NÃO INCORPOROU A DEMOCRACIA,E CONTINUA LÁ EM LÊNIN.

Com a exceção do resto dos trotskistas(que apresenta problemas também),o resto do socialismo real é constituído de viúvas do stalinismo.

O socialismo real nunca desestalinizou.Foi criado por Stalin e nunca saiu do seu “ desenho” fundamental.

Tem gente aí (Holy Cross)que fala em Bernstein ,II internacional e Carlos Nelson Coutinho ,mas na hora H defende a viabilidade e a continuidade do socialismo real.

Mas há algo pior:tem gente aí na politica que repete a besteira de Lucakcs: “ o pior socialismo é melhor do que o melhor capitalismo”.

Quer dizer a Albânia é melhor do que a Suiça,só porque esta ultima tem classes.

E tem muita gente aí que defende  o movimento lgbtqi e que seguia(ou segue?)a Albânia,um dos países mais repressores.

A pessoa a quem me refiro é Jandhira Fegalli ,que depois da publicação do artigo matemático ,inundou a minha caixa postal  com suas realizações.

Dentro dos pródromos acima eu reconheço a atividade desta politica. Mas com os limites apresentados.

A negativa da esquerda em aceitar anti-democraticamente  os argumentos alheios  é obviamente falta de reconhecimento do que disse acima e mais:aquilo que eu me referi no artigo sobre a “ egocentria e egoísmo dos comunistas”:juntam a vida com a militância ,no espirito do monismo  e do cientificismo e qualquer contestação das suas verdades é tida como  ataque pessoal e aos desfavorecidos,como se eles fossem os únicos preocupados com a  questão social  e a ter respostas para solucioná-la.

Mas como eu disse ,a esquerda  hoje é assistencialista não emancipatória.

No fundo acaba ajudando as classes altas.

Naturalmente ela espera uma Revolução,como a de Lênin,aguardando um momento  mágico em que as circunstâncias a favorecerão.Mas por trás disto aí existe a verdade de que o socialismo real fracassou e eles também.

Que é preciso mudá-lo.Mas esta mudança pode (e talvez deva)tirá-los do palco história.

Eu cito também Luiz Eduardo Greenhalg que quando eu afirmei o pensamento livre como condição de transformação,ele trouxe o pensamento ultrapassado de Marx de que as idéias têm obrigatoriamente de estar ligadas com o s movimentos  de massas.Não é bem assim não,mas eu vou desenvolvê-lo em outro artigo.

Até que ponto esta incapacidade de reconhecer o fracasso não está prejudicando a própria esquerda,a sua renovação?Toda vez que digo isto o militante se pergunta:como  eu erro?De posse de uma ciência comprovada como alguém diz que eu erro?Sou por acaso um incapaz?

Responderei a  estas questões em outro artigo.

Jandhira consegue construir uma carreira autêntica na medida em que se abrasileira.mas sofre críticas porque não respeitar um critério antigo da esquerda,que é o de não fazer carreira na politica, como os “políticos burgueses”.

Contudo se ela não o fizer o pc do b desparece e no dia em que ela perder e outra coisa,o partido e a esquerda desparecem.

Não está na hora de dar lugar às novas gerações?Isto tudo não parece exclusivismo personalista?

 


domingo, 19 de maio de 2024

A história, a Ciência E a pornografia

 

Nos meus estudos que se cristalizam em artigos e livros aprendi muitas coisas que modificaram a minha visão da ciência e da sua previsibilidade.

Aprendi com Rober Darnton,que eu considero  o maior especialista em história das mentalidades, que certas manifestações culturais de todas as sociedades e que são consideradas de baixo nível  e marginalizadas oferecem também condições de compreender certos fenômenos históricos ,como a Revolução Francesa.

Em seu livro “ O Grande Massacre de Gatos”,ele mostra como no dia a dia da França de 1758 já se falava numa Revolução contra os aristocratas.

O sinal foi um massacre noturno em Paris perpetrado pelos pobres desta cidade contra os animais de estimação da aristocracia.

Este fato tem consequencias na visão também da ciência,vista monisticamente,porque isto é uma causa histórica da revolução,mais uma a mostrar que a pesquisa daquilo que se considera sem importância é muitas vezes decisiva.

Uma vez um ex-amigo (jumento)de Santa Cruz ,que me espiona aqui,viu que eu estava lendo as memórias da Rainha Margot de Valois e insinuou que não valeria a pena fazê-lo.

O pesquisador ,o cientista social,não deve ter esta postura dogmática  e estar aberto a quaisquer possibilidades.Não ter antolhos.

Nos intersticios da sociedade a pornografia ocupa um lugar decisivo,no sentido de revelar o que está acontecendo no s extratos menos favorecidos da sociedade,que não tem voz e acabam encontrando em certas manifestações culturais(no sentido geral do termo)meios de expressão.

Como pesquisador e a partir da leitura de Darnton aprendi a examinar as manifestações desta forma cultural,que às vezes adquire uma repercussão na literatura de alto nível:Aretino,Casanova e mesmo La Fontaine,que escreveu fábulas para crianças, possui um livro erótico,ou como se dizia na sua época “licenciosos”.

Eu sou como Darci Ribeiro:gosto das coisas carnais,de erotismo,não vejo nada demais em sê-lo assim.

Mas pessoas vêm aqui na minha vida pessoal,sem noção de privacidade e diante do meu sucesso nas minhas atividades intelectuais,para jogar na minha cara a inadequação desta atitude ,que se caracterizaria como pedofilia e tal.

Faço isto porque gosto,mas como pesquisador e com a ajuda dos meus terapeutas.

Tudo o que eu faço e fiz na vida sempre teve um fundamento.Uma vez um cretino stalinista disse que eu era fundamentalista,que eu era muçulmano.

Mas eu sou fundamentalista no sentido filosofico do termo:todas as coisas têm o seu fundamento,a sua finalidade e eu não me desvio deles.

É esta a minha característica fundante da minha personalidade.O meu perfil psicológico começa aí.

E a pesquisa epistemológica sobre a pornografia me mostra que a causa material tradicional não é a única:há outras maneiras de se fazer previsibilidade cientifica.

Uma delas  é o estudo da pornografia.

O destino d e Maria Antonieta  começou a ser tratado pelo povo desde que ela chegou na França como estrangeira.Já havia um republicanismo latente no país.

Se nós observarmos estas gravuras criadas pela  arraia miúda da cidade nós veremos que  é verdade:




Maria Antonieta tendo um relacionamento lésbico


Maria Antonieta com um suposto amante


Maria Antonieta participando de uma orgia


Maria Antonieta rejeitando Luiz XVI


Maria Antonieta mostrando as suas partes intimas

 Existem muitas outras destas gravuras ofensivas e que exporiam mais ainda o ódio devotado a ela,que foi decisivo,mais do que as razões politicas e jurídicas ,para  a sua condenação.

Maria Antonieta  não era assim.Certamente não era afeita ao povo,mas cumpria certas formalidades somente.

Mesmo a famosa frase que lhe é atribuída “se não têm pão,comam brioches” não há prova de que tenha sido dita.

A minha inserção no mundo pornográfico tem um fundamento. Estes animais da Folha ,que gravitam em torno de Jandhira,sem coragem(como outros por aí)de debater comigo,ficam jogando com uma suposta incontrolabilidade da minha parte.

Apresentam matérias sobre surubas pelas grandes cidades e fecham-nas para assinantes que pagam,como a dizer que eu devo pagar a eles para me reconhecerem.Aconteceu com Luis Nassif.

Isto revela que continuam totalitários e anti-democráticos e que,como sempre,agem como uma burguesia vermelha tão interessada em dinheiro como a pior burguesia.

Na minha militância tinha um jornal aí(que faliu[o jornal faliu como eu disse,mas o Ernesto continua])que me mandou calar a boca e não expressar as minhas opiniões em nome da manutenção  dos patrocinadores.Ali  notei que Trotsky tinha razão:o socialismo real era uma reação termidoriana burguesa.

Mas é bom que tenham cuidado porque isto aí é crime hein?

 





quarta-feira, 15 de maio de 2024

A banalidade do Mal II Rio Grande do Sul

 

A tragédia do nosso querido estado do Rio Grande do Sul,mais uma do brejo nacional ,nos coloca diante daquilo que todos denunciam(inclusive eu),toda a hora sem repercussão nenhuma.Sem repercussão sobre os políticos que nos “ representam”.

Todas elas são fruto do desinteresse geral em prevenir .Não me venham com esta de que a ciência não tem condições de prever tais coisa,TEM SIM SENHOR.

Não só a ciência:a racionalidade humana ,por si mesma,já poderia se preparado para tais catástrofes.

Eu me lembro que no governo pezão ocorreu um deslizamento de um grupo de apartamentos que foram construídos numa encosta.A conclusão final é de que foi uma fatalidade,como o acidente que matou Ayrton Senna e destruiu o dirigível Hindenburg!

No fundo tudo isto é uma manifestação daquilo que Hannah Arendt chamou de “banalidade do mal”.Embora o conceito original dela não fosse propriamente o que temos diante dos olhos,é possível uma interpretação e um seu alrgamento:só quando estão envolvidos crimes é que a sociedade politica se movimenta.

Quando a questão envolve os governos e a  sociedade tudo é colocado para debaixo do tapete e é adiado indefinidamente,até que outra comoção ocorra.

O ninho do Urubu está nesta categoria e estas tragédias envolvendo a responsabilidade politica.

O que faz com que este desinteresse permaneça?A constatação vergonhosa e  preguiçosa de que não tem saida não é admissível.

Agora o governo está usando a questão climática para ver se impulsiona soluções,mas se não houvesse este problema mundial não haveria desculpa e em outras épocas sempre houve cataclismos previsíveis que não foram evitados,pelas mesmas razões que ponho aqui neste momento.

E nós podemos aprofundar estas razões citando o que está por trás,que compromete não só os políticos,mas a sociedade como um todo:ninguém para de jogar o lixo nas encostas;todos querem fazer obras na encosta para ganhar dinheiro e oferecer uma alternativa para quem está excluído;não há previsão destas catástrofes como a do RS porque se os problemas forem resolvidos não há mais condição de criar situações para  realizar  novas obras super ou sub-faturadas.

O principio geral de toda administração é construir e depois manter.Se não houver manutenção mais problemas aparecem e  as chances de ganhar dinheiro também,principalmente com a corrupção.

Eu tenho a impressão que  este esquema clássico cresceu tanto que ninguém está mais conseguindo evita-lo e às suas consequências correspondentemente maiores.

 

sábado, 11 de maio de 2024

A 3ª Guerra Mundial

 

Em alguns círculos políticos e militares do primeiro mundo já se fala na iminência de uma terceira guerra mundial.Eu continuo pensando que isto não passa de uma bravata com objetivos políticos.

A terceira guerra mundial,se ocorrer,será nuclear,ou seja,totalmente (auto-)destrutiva.No entanto,durante a semana,eu pensei num detalhe que poderia transformar estes conflitos atuais interligados numa guerra quase-mundial:numa guerra de primeiro mundo com ramificações com outro lugares.

A guerra dos trinta anos no século XVII foi estritamente européia,mas a primeira guerra só foi considerada como tal,depois da segunda.

E esta caracterização  só é possível depois de acurada análise:até mais ou menos a entrada dos EUA na guerra de 14-18,a “ grande guerra” não era senão uma guerra européia também.Mas ela poderia ser considerada só como uma guerra de primeiro mundo,porque ficaria restrita aos povos centrais,do capitalismo avançado.A influência deste conflito sobre o mundo a tornaria universal,mas outros detalhes fazem dela assim:o envolvimento de muitos países,como o Brasil e isto aconteceu também depois na segunda guerra.

Atualmente este conflito poderia ser generalizado ,mas se restringiria desta vez ao hemisfério norte.

O que está faltando neste meleé toda é o separatismo,de que eu falei lá no inicio.

Mas há alguns sinais de  que a chance de este novo elemento surpreender é real:terrorismo em países do leste europeu,em que as reinvindicações de autonomia são mais latentes.

Se tal viesse a acontecer,o conflito se generalizaria e aí nós teríamos quase uma guerra mundial,que pode vir e a ser e a única questão que a impede de sobrevir é a força nuclear.Mas haveria condições de uma guerra mundial convencional hoje?De alguma forma se poderia evitar esta iniciativa final?Ou ela seria inútil?

 

terça-feira, 7 de maio de 2024

Repercussões do meu artigo Sobre a matemática de O Capital

 

O meu artigo da semana passada sobre a matemática de O Capital teve repercussões como sempre injustas de parte principalmente,como era natural, da esquerda.

Aí aparecem pessoas que diante das minhas realizações intelectuais jogam na minha cara que isto não tem importância e que eu estou vadiando.

Eles estão certos em fazer caridade,em trabalhar em prol do povo e eu fico aqui sem fazer nada.A mentalidade do comunista ortodoxo é a mesma dos nazistas e do rei Leopoldo da Bélgica:só aquilo que os interessa é que tem utilidade.

Lembro-me de uma cena da “ A lista de Schindler”em que um dos judeus do gueto se mostra como professor de literatura e  o nazista de plantão afirma ser ele “inessencial”(pronto para a câmara de gás).Mutatis mutandi,do lado esquerdo grassa algo parecido:literatura,filosofia, são divertissements (divertimentos)apenas,para a humanidade.Um interregno entre um trabalho e outro(sem direito à preguiça no meio).

A primeira coisa que Guevara fez em Cuba ,nas universidades do país ,foi acabar com estas disciplinas “inessenciais”,no que é o sonho do todo tubarão de ensino aqui no Brasil...

Quando exponho  uma palestra o deputado Chico Alencar vem no meu face e apresenta as suas intervenções na Alerj,como se eu tivesse desdenhado do seu trabalho.

Agora,diante do artigo matemático,a sra Jandira Feghalli inunda os meus emails apresentando os seus trabalhos,como a dizer o mesmo que o deputado.

E supostamente me chamando de inútil e vagabundo como sempre ouvi destas hostes vermelhas ortodoxas,derivadas do socialismo real.

Só que eles não dizem ao povo que são caudatários de um marxismo distorcido que só serve para justificar as ações voluntaristas e frequentemente violentas que eles escondem sob a caridade,em que eles aparentemente não acreditam,porque estão sempre esperando uma revolução que resolva tudo.

Eu não sou contra caridade não.Já enviei a minha ajuda ao extraordinário Rio Grande.Contudo o marxismo defende uma razão emancipatória e ao invés  de esconder esta base deveria esta vanguarda(já bem combalida)explicitá-la,fazendo o que eu faço,o que lhes mostraria os furos e problemas que ela tem.

Permanecer na caridade é como gostava de criticar o meu pai stalinista: “administrar bem o capitalismo”,manter a exploração em dia(aliás era o stalin que dizia).

Porque a vanguarda não pressiona os políticos a prevenir estes cataclimos?Porque não exerce uma pressão continuada para ,usando a ciência,evitar que estes problemas aconteçam às pessoas?Preguiça?Falta de estudo?

Eu acho interesse pessoal e eleitoreiro,tal qual se vê na pior burguesia.Luckacs gostava de babar que “o pior socialismo é melhor do que o melhor capitalismo”,ou seja a Albânia era e sempre foi melhor do que a Suiça.Eu digo: “o socialismo real é igual ao pior capitalismo”.

Como estão paralisados diante da realidade,esta enxundia usa um truque bem vagabundo e hobbesiano de acusar certos setores sociais de serem culpados  da situação e de serem beneficiários do sacrifício da classe operária:advogados,literatos,músicos(menos aqueles que defendem o socialismo real)e outras profissões “receptadoras de mais-valia”.

Contudo tem operário aí que ganha por mês mais do que eu ganho como advogado.Eu sei quem está por trás desta imagem que se faz de mim.

Há um outro grupo ,radiofônico,que reagiu a este artigo,mas eu falo depois.

 

 

A família ideal é a junção da Família comunista com a republicana

 

A família comunista é como a comunidade dos dois primeiros séculos de nossa era: “ de cada um segundo a sua capacidade ,a cada segundo sua necessidade”.

Este conceito foi emitido por aquelas comunidades “  rebeldes” do império romano.Ela marca uma diferença fundamental com as comunidades ancestrais porque estabelece um principio de solidariedade absoluta com todos,o que nem sempre acontecia nas outras.

Em algumas comunidades ancestrais o velho era abandonado e às vezes a criança também,mesmo a  recém -nascida(aqui no Brasil alguns índios têm ainda este costume).

A comunidade cristã do antigo e primeiro cristianismo acabou com isto e introduziu,pelo menos conceitualmente,este “ valor” humanitário,que persiste até hoje e o deve  secula/seculorum .

E como tais comunidades eram pequenas ,como numa família,tais princípios valem para ela,mas acrescidos de valores republicanos modernos e sempre atualizados de tolerância religiosa e respeito à vida privada.

Na comunidade primitiva isto era um problema(proto-totalitário?)mas foi o mesmo cristianismo ,combinado com a burguesia, que criou o conceito essencial de “vida privada”(dentro do qual o intimo está presente,está contido).

Na família republicana aquilo que é comum a todos deve ser exercido por todos e garantido por todos,mas há que ser reconhecido o caminho de cada um.

A religião costuma dizer que assim se separam as pessoas,mas o que as separa são elas próprias.Esta suposta barreira entre as necessidades reais da família e as suas divisões formais e jurídicas não existe.Antes ela põe as balizas de um equilíbrio fundamental,inclusive amoroso.

 

 

Pais e filhos O mito da intocabilidade dos pais

 

Em nossa sociedade de mediania católica os pais são considerados intocáveis e esta é uma das razões  pelas quais não se aborda a causa sócio-psicológica das violências recorrentes dos pais contra os filhos.

Quando estes crimes hediondos aparecem nos jornais todos têm um  discurso pronto que é o de colocar a responsabilidade no fato singular.Nas pessoas que os cometem.É só uma questão moral individual.

No entanto só aquelas pessoas de um nível social maior surgem nos noticiários.

Existem crimes ainda piores do que estes nos setores sociais menos favorecidos que não chegam a ter visibilidade,caracterizando-os como fenômenos socio-psicológicos.

Sócio-psicológico quer dizer que para ocorrer um fato horrendo como este,há que existir na sociedade fenômenos recorrentes mais ou menos graves para que ele se apresente.

Estas violências que espoucam aqui e ali são o resultado de uma continua prática,inclusive familiar,de brutalidade,inclusive e principalmente contra crianças(mas não só).

A alavanca moral e sócio-psicológica que move a reprodução do problema é a intocabilidade dos pais,uma crença supersticiosa católica que serve aos propósitos de poder e que coloca sobre eles um poder  “ sagrado”,que serve aos interesses manipulatórios da igreja.

É lógico que os pais não podem ser dirigidos pelos filhos ,mas quando estes se tornam adultos,só a diferença de experiência os diferencia,ainda colocando uma preeminência dos progenitores,a qual vai s e diluindo com o tempo.

 

 

sábado, 4 de maio de 2024

Porque devo ser reconhecido Como intelectual independente

 

Afirmei em certa ocasião que se não houvesse a revolução russa ,a social-democracia,de inspiração marxista também ,poderia ter tido sucesso ,principalmente na Alemanha,coração do problema europeu e ,de certo modo,do mundo.

Onde ela atuou criou um progresso duradouro.

E Colleti ,nos 200 anos da Revolução Russa ,escreveu um artigo intitulado “quando a revolução faz falta”,mostrando como a falta de proteção dos direitos do homem ajudou o nazismo a ascender.Ele se referia ,naturalmente,à revolução francesa...

Uma das inovações da República social-democrática de Weimar foi a aceitação de candidaturas independentes no processo politico/eleitoral.

O que Colleti pontuava e que está de acordo com esta possibilidade é que a melhor maneira de evitar o corporativismo que leva ao fascismo e que é seu fundamento doutrinário e prático ,é o reconhecimento do cidadão,da pessoa individualizada que contribui para a sociedade e cuja contribuição deve ser reconhecida pela sociedade,pela nação.

Costuma-se falar,notadamente no Brasil,mas em países em desenvolvimento politico,que falta a eles uma sociedade civil organizada,setores destacados e representativos que permitam à democracia progredir e realizar os seus objetivos.

Sem isto não há como manter um estado de direito e o esgarçamento ocorrido na Alemanha,por causa da inflação,entre outras causas,gerou o nazismo.

Mas se observarmos isto tudo com mais acuidade,nos veremos que depois da reconstrução politica da Alemanha estas mesmas instituições abraçaram o movimento.

As corporações da sociedade servem à democracia,mas também aos regimes totalitários.

O que marca uma diferença essencial impeditiva desta ambiguidade é a presença firme e reconhecida deste cidadão que produz.

Defender e reconhecer a iniciativa individual produtiva é uma das formas mais eficazes de garantir a democracia.

Voltarei ao tema.