Feitas estas ressalvas
podemos agora discutir com mais base este assunto tão importante nos dias de
hoje em que o governo atual implementa novas reformas para conseguir a sua
realização.Agora o governo brasileiro implementou o projeto de universalização
do ensino,mas sem modificar a bases,o ensino básico, e sem levar em
consideração as diferenças entre uma região e outra,entre uma escola rica e
pobre,entre um aluno e outro.
Corremos o risco pois
de universalizar um fenômeno que existe até hoje,principalmente em
universidades particulares ,mas em toda a escola, que faz a aprovação
automática,repete notas etc.O fenômeno da mediocrização ,pelo não reconhecimento das desigualdades legítimas,de
aptidão,entre uma pessoa e outra.
Parece-me que o que tem
acontecido ó que vem desde a ditadura,referida no outro artigo,só que com o
significado mais abrangente da demagogia,vendendo uma universalização por
baixo,falsa,que continuará mantendo as elites,que podem dar a seus filhos boas
escolas e o resto da população que receberá uma educação de má qualidade,separados,como
hoje.
É certo que o governo
alegará que no decorrer do processo fará as devidas correções.Contudo ninguém
sabe se será assim mesmo,por não sabermos se este governo continuará,com seu
projeto e se dentro dele haverá força para mantê-lo.Confesso que não vi esta
preocupação de correção,mas não posso crer que estas questões que eu estou colocando
são desconhecidas pelo Ministério.
O fato é que esta é uma
solução,como todas no Brasil,que começa pelo final,nunca pelo início.O certo
seria resolver o problema do ensino básico e
depois ou pari passu fazer estas correções,levando em consideração as
diferenças inevitáveis entre as pessoas,entre os alunos,mas,como no caso das
cotas,busca-se forçar uma solução geral que obrigue todas as outras a virem no
rastro.Uma maneira de ,pelo menos,adiar, o problema social inerente e
subjacente à exclusão da maioria do estudo e da escola.
Joga-se o problema e
depois vamos resolvê-lo.Um mal começo,o primeiro passo errado,pode significar
um caminho ainda pior ou a continuidade do que aí está.Pode haver uma igualdade
de acesso,mas não uma qualificação real do brasileiro.Pior,uma exacerbação das
distâncias entre aqueles que podem se qualificar privadamente e aqueles que
não.