Muita
gente na esquerda brasileira,como já expliquei alhures,usa Nelson
Rodrigues para ,mesmo sendo ele,de direita,expressar valores da
esquerda.Mas a crítica de Nelson vale por ele ser de direita e não
de esquerda.
Este
truque luckacsiano,baseado no despotismo esclarecido não engana.
Em
68 Nelson fez um artigo sobre a passeata dos cem mil,atingindo o
coração da ideologia,ao afirmar que,nela,só se falava sobre Cuba
,Rússia,China,mas “ nenhuma palavra sobre o Brasil”.
Como
expliquei alhures,na hora H em que Nelson atinge com ferro e fogo as
contradições da esquerda,ninguém se refere à suas palavras ou as
aprofunda.
A
esquerda brasileira importa modelos de todos os lugares,porque não
estuda o Brasil e não o faz porque tem uma visão elitista do nosso
país.
Ela
é tão pequena,não só em termos numéricos,mas também,em termos
culturais,que ,dissociada,como sempre,do povo,prefere construir um
nome a partir de aplicação de conceitos,valores e programas de
outras revoluções “ bem sucedidas”.
Nisto
há uma pá de problemas:covardia de enfrentar a possibilidade de
derrota;preferência por viver num mundo idilico,de certezas não
comprovadas e...elitismo mesmo,incapacidade de encarar os valores
legitimos do povo,talvez por medo de encarar a si mesmo,de ver nele a
si mesmo.
A
esquerda brasileira cria um biombo ficcional para si própria,para
viver numa redoma satisfatória,hedônica e livre de críticas.Ela é
hiresensível demais para adimitir o seus erros e lutar no cotidiano
sem esperar vitórias fáceis.
Ora
um grupo no PT e nas esquerdas em geral,é “ melhorista”, de
origem italiana,sem explicar o que melhorar no Brasil.Ora outro é
maoista,sem entender que o campo brasileiro nada tem a ver com o da
China.
Cuba
e Rússia são exemplos piores de resistência em plena decadência:é
mais individualismo personalista do que partido ou movimento.
Na
minha opinião estas escolhas servem a interesses pessoais de
construção de nomes do que interesse na utopia.
O
Brasil não tem nada a ver com o problema judeu-palestino mas tem
esquerdista no Brasil,que calca sua atividade nesta luta,para
,simplesmente,aparecer,em nome de um internacionalismo que esconde
aquele medo e desinteresse acima referido de encarar o Brasil.Eu
mudei a minha posição diante deste problema,por causa disto:o
Brasil tem que ajudar aos dois,sem se comprometer,porque ele,repito
nada tem a ver com este conflito.A não ser do ponto de vista
humano,de lutar para que nada de mal aconteça.
Isto
já se vê na profusão de correntes teóricas no marxismo:ela ocorre
porque determinados grupos querem aparecer e obter poder e nome,mesmo
que depois suas teorias sejam desmentidas.Ou nunca testadas.
O
individualismo da esquerda compete com o individualismo possessivo ou
antes ,eles se igualam.
Hoje
o que a esquerda devia fazer era seguir o conselho de Nelson,de quem
ela tanto gosta,sem entender e romper com esta barreira e se tornar
nacional,não -xenófoba,mas prioritariamente nacional.
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