sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Nelson Rodrigues e as esquerdas brasileiras

Muita gente na esquerda brasileira,como já expliquei alhures,usa Nelson Rodrigues para ,mesmo sendo ele,de direita,expressar valores da esquerda.Mas a crítica de Nelson vale por ele ser de direita e não de esquerda.
Este truque luckacsiano,baseado no despotismo esclarecido não engana.
Em 68 Nelson fez um artigo sobre a passeata dos cem mil,atingindo o coração da ideologia,ao afirmar que,nela,só se falava sobre Cuba ,Rússia,China,mas “ nenhuma palavra sobre o Brasil”.
Como expliquei alhures,na hora H em que Nelson atinge com ferro e fogo as contradições da esquerda,ninguém se refere à suas palavras ou as aprofunda.
A esquerda brasileira importa modelos de todos os lugares,porque não estuda o Brasil e não o faz porque tem uma visão elitista do nosso país.
Ela é tão pequena,não só em termos numéricos,mas também,em termos culturais,que ,dissociada,como sempre,do povo,prefere construir um nome a partir de aplicação de conceitos,valores e programas de outras revoluções “ bem sucedidas”.
Nisto há uma pá de problemas:covardia de enfrentar a possibilidade de derrota;preferência por viver num mundo idilico,de certezas não comprovadas e...elitismo mesmo,incapacidade de encarar os valores legitimos do povo,talvez por medo de encarar a si mesmo,de ver nele a si mesmo.
A esquerda brasileira cria um biombo ficcional para si própria,para viver numa redoma satisfatória,hedônica e livre de críticas.Ela é hiresensível demais para adimitir o seus erros e lutar no cotidiano sem esperar vitórias fáceis.
Ora um grupo no PT e nas esquerdas em geral,é “ melhorista”, de origem italiana,sem explicar o que melhorar no Brasil.Ora outro é maoista,sem entender que o campo brasileiro nada tem a ver com o da China.
Cuba e Rússia são exemplos piores de resistência em plena decadência:é mais individualismo personalista do que partido ou movimento.
Na minha opinião estas escolhas servem a interesses pessoais de construção de nomes do que interesse na utopia.
O Brasil não tem nada a ver com o problema judeu-palestino mas tem esquerdista no Brasil,que calca sua atividade nesta luta,para ,simplesmente,aparecer,em nome de um internacionalismo que esconde aquele medo e desinteresse acima referido de encarar o Brasil.Eu mudei a minha posição diante deste problema,por causa disto:o Brasil tem que ajudar aos dois,sem se comprometer,porque ele,repito nada tem a ver com este conflito.A não ser do ponto de vista humano,de lutar para que nada de mal aconteça.
Isto já se vê na profusão de correntes teóricas no marxismo:ela ocorre porque determinados grupos querem aparecer e obter poder e nome,mesmo que depois suas teorias sejam desmentidas.Ou nunca testadas.
O individualismo da esquerda compete com o individualismo possessivo ou antes ,eles se igualam.
Hoje o que a esquerda devia fazer era seguir o conselho de Nelson,de quem ela tanto gosta,sem entender e romper com esta barreira e se tornar nacional,não -xenófoba,mas prioritariamente nacional.

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