sexta-feira, 18 de outubro de 2019

O aluno é receita o professor é despesa II

O problema da autoridade

Continuando o raciocinio do artigo anterior ,como manter a autoridade exigida do professor se ele é meramente um carimbador de diploma,pelo menos na área privada?
Esta pergunta é muito importante para mim porque ela mostra as contradições de nossa sociedade ,que tece loas aos professores,mas na hora H contribui para a diminuição do seu papel,para o seu desgaste.
Muita gente que comemorou a importância do mestre no dia 15 de outubro é aluna nas escolas e quando o professor exerce a sua autoridade,reprovando inclusive,ele vai até à diretoria pedir para ser aprovado e...consegue.
As universidades particulares ,mesmo as tradicionais ,não estão livres de interesses politicos e mercadológicos e neste sentido elas reproduzem ainda o pacto colonial e o sistema implantado pela ditadura que não é mais do que um aprofundamento disto daí.Mão-de-obra barata,que exporta para o exterior matérias -primas ,as quais são devolvidas de lá,em preços inacessíveis para quem as enviou(alienação).
Muita gente,inlcusive nas classes menos favorecidas,teve a oportunidade de estudar em faculdades,só depois de uma certa idade e estas faculdades lhe criaram muitas facilidades para isto.Só que estas pessoas,tendo que trabalhar muito cedo,adquirem condição econômica para realizar um sonho para o qual muitas vezes não estão preparadas.E também porque o objetivo é criar um profissional razoável apenas,para ganhar um dinheirinho e pagar impostos,o que muitas vezes não é o que a nação precisa.Este é o esquema básico da cooptação do aluno,pelas instituições e por mais que o aluno adore o professor,na hora H,repito não há admiração que o impeça de passar por cima de seu mestre(com a ajuda do dono da escola).E a maioria dos professores é obrigada a aceitar isto para garantir o seu emprego e o seu sonho de dar aula.
Isto é uma complexificação da acumulação primitiva,da rotatividade de mão-de-obra barata,porque de tempos em tempos os professores são demitidos paar reiniciar este processo ciclico de manipulação e exploração,que garante lucros escorchantes às instituições até que elas se dissolvam em corrupção,dividas e se desgastem com a má prestação de serviço,notada pelo governo,que as desqualifica.Mas o processo não termina.
Isto é um microcosmo da atitude geral do brasileiro que não reconhece a sua participação na questão geral da má educação,não cortando na sua própria carne se for preciso:se uma discussão sobre a qualidade do ensino for feita a maioria vai ser excluída e isto não vai ser aceito,mas ,um dia isto vai ter que acontecer e a perspectiva individual profissional,no mínimo,vai ter que se conectar com as exigências coletivas da nação.
Este governo que aí está mente sobre a questão da autoridade do professor ,propondo militarização das escolas,mas ajuda nesta mercadologia quando apóia a pura e simples afirmação do mercado,numa contradição que não reconhece e por isto não ataca.
Se não houver controle nacional do mercado,principalmente na educação,o efeito do colonialismo,que Bolsonaro critica na ONU,vai prossseguir no Brasil,com a ajuda dele.

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