O
problema da autoridade
Continuando
o raciocinio do artigo anterior ,como manter a autoridade exigida do
professor se ele é meramente um carimbador de diploma,pelo menos na
área privada?
Esta
pergunta é muito importante para mim porque ela mostra as
contradições de nossa sociedade ,que tece loas aos professores,mas
na hora H contribui para a diminuição do seu papel,para o seu
desgaste.
Muita
gente que comemorou a importância do mestre no dia 15 de outubro é
aluna nas escolas e quando o professor exerce a sua
autoridade,reprovando inclusive,ele vai até à diretoria pedir para
ser aprovado e...consegue.
As
universidades particulares ,mesmo as tradicionais ,não estão livres
de interesses politicos e mercadológicos e neste sentido elas
reproduzem ainda o pacto colonial e o sistema implantado pela
ditadura que não é mais do que um aprofundamento disto
daí.Mão-de-obra barata,que exporta para o exterior matérias
-primas ,as quais são devolvidas de lá,em preços inacessíveis
para quem as enviou(alienação).
Muita
gente,inlcusive nas classes menos favorecidas,teve a oportunidade de
estudar em faculdades,só depois de uma certa idade e estas
faculdades lhe criaram muitas facilidades para isto.Só que estas
pessoas,tendo que trabalhar muito cedo,adquirem condição econômica
para realizar um sonho para o qual muitas vezes não estão
preparadas.E também porque o objetivo é criar um profissional
razoável apenas,para ganhar um dinheirinho e pagar impostos,o que
muitas vezes não é o que a nação precisa.Este é o esquema básico
da cooptação do aluno,pelas instituições e por mais que o aluno
adore o professor,na hora H,repito não há admiração que o impeça
de passar por cima de seu mestre(com a ajuda do dono da escola).E a
maioria dos professores é obrigada a aceitar isto para garantir o
seu emprego e o seu sonho de dar aula.
Isto
é uma complexificação da acumulação primitiva,da rotatividade de
mão-de-obra barata,porque de tempos em tempos os professores são
demitidos paar reiniciar este processo ciclico de manipulação e
exploração,que garante lucros escorchantes às instituições até
que elas se dissolvam em corrupção,dividas e se desgastem com a má
prestação de serviço,notada pelo governo,que as desqualifica.Mas o
processo não termina.
Isto
é um microcosmo da atitude geral do brasileiro que não reconhece a
sua participação na questão geral da má educação,não cortando
na sua própria carne se for preciso:se uma discussão sobre a
qualidade do ensino for feita a maioria vai ser excluída e isto não
vai ser aceito,mas ,um dia isto vai ter que acontecer e a
perspectiva individual profissional,no mínimo,vai ter que se
conectar com as exigências coletivas da nação.
Este
governo que aí está mente sobre a questão da autoridade do
professor ,propondo militarização das escolas,mas ajuda nesta
mercadologia quando apóia a pura e simples afirmação do
mercado,numa contradição que não reconhece e por isto não ataca.
Se
não houver controle nacional do mercado,principalmente na educação,o
efeito do colonialismo,que Bolsonaro critica na ONU,vai prossseguir
no Brasil,com a ajuda dele.
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