terça-feira, 22 de outubro de 2019

O carnaval e o socialismo

Persiste o problema do Carnaval do Rio de Janeiro,com a queda de braço entre Crivella e Witzel.Crivella ataca o carnaval para favorecer a religião, com seus valores,atingidos,no entender dele, pelos do Carnaval,extremamente sexualizado.
Witzel se aproveita disto(será que não é tudo armação,eu pergunto?)para angariar apoio do povo se oferecendo para dirigir a festa.Crivella aceita e com isto também obtém aprovação,mesmo do pessoal do carnaval(não será tudo de caso pensado,eu pergunto?).E tudo continua dantes no quartel de abrantes...
Este imbroglio atende a vários interesses(não será tudo de propósito,eu pergunto?):a religião,através do prefeito, arma um circo para tirar a rede globo do carnaval e favorecer a si própria,liberando a midia.Os seus valores majoritários vencem os da Globo,que fica dependente de outra ajuda(estado[witzel]),que,por seu lado,lhe impõe determinados limites,mas ganha também ,junto com a televisão,um capital considerável(Witzel).
Mas eu pergunto também se numa perspectiva socialista isto não poderia ser resolvido de maneira republicana ,como eu já sugeri no caso da zona oeste,artigos atrás:o pessoal do carnaval tem em volta de si muitos empregos que não podem ser extinguidos se a festa o for.E nem a religião pode obrigar estes trabalhadores a migrar para a área da religião,mudando a sua escolha existencial.
Então o direito do carnaval prosseguir é legitimo e tem que ser protegido pelo estado,o qual não tem o direito de só chupá-lo como a uma manga,mas devolvendo ,numa visão obrigatoriamente coletiva,ao povo em geral,algo do capital recebido para construir escolas,ajudar os mais pobres(no espirito de Cristo que veio à terra para priorizar os desvalidos)e acabar com a exclusão,porque dinheiro tem.
Ao se falar isto ,ao se defender esta postura claramente socialista de divisão do capital,todo mundo pula na cadeira “ comunismo”,ofensa à propriedade!(os comunistas criticam também chamado de traição..)Mas estes fundamentos provêem de Locke e seu “ Segundo Tratado do Governo Civil”,que muita gente anticomunista aí nas rádios não cita.Este livro é o fundamento da consituição dos Estados Unidos e de sua ideologia formadora.
No segundo capitulo “ Da propriedade” Locke usa o exemplo de um indio americano que quando tira uma fruta de uma árvore ,esta fruta é dele.O anticomunismo moderno entende este princípio como o direito de uma pessoa só de tomar tudo para si ,pelo esforço e com dinheiro,mas o que Locke diz é que todas as pessoas têm o direito de ter a sua propriedade se protegendo da predação dos outros.
Foi com este entendimento que o Presidente democrata Ted Roosevelt acabou com os monopólios nos EUA.
Assim sendo cada um tem o seu lugar ,guardando a evidência(descoberta também por Locke)da desigualdade natural dos homens:a religião tem o seu lugar,o carnaval também e o cidadão comum.Cada um ganha o seu quinhão e com os tributos(assunto do próximo artigo)é possível investir no social ,nas pessoas excluídas.Porque ninguém pensa assim?Em outro artigo responderei a esta pergunta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário