Persiste
o problema do Carnaval do Rio de Janeiro,com a queda de braço entre
Crivella e Witzel.Crivella ataca o carnaval para favorecer a
religião, com seus valores,atingidos,no entender dele, pelos do
Carnaval,extremamente sexualizado.
Witzel
se aproveita disto(será que não é tudo armação,eu pergunto?)para
angariar apoio do povo se oferecendo para dirigir a festa.Crivella
aceita e com isto também obtém aprovação,mesmo do pessoal do
carnaval(não será tudo de caso pensado,eu pergunto?).E tudo
continua dantes no quartel de abrantes...
Este
imbroglio atende a vários interesses(não será tudo de propósito,eu
pergunto?):a religião,através do prefeito, arma um circo para tirar
a rede globo do carnaval e favorecer a si própria,liberando a
midia.Os seus valores majoritários vencem os da Globo,que fica
dependente de outra ajuda(estado[witzel]),que,por seu lado,lhe impõe
determinados limites,mas ganha também ,junto com a televisão,um
capital considerável(Witzel).
Mas
eu pergunto também se numa perspectiva socialista isto não poderia
ser resolvido de maneira republicana ,como eu já sugeri no caso da
zona oeste,artigos atrás:o pessoal do carnaval tem em volta de si
muitos empregos que não podem ser extinguidos se a festa o for.E nem
a religião pode obrigar estes trabalhadores a migrar para a área da
religião,mudando a sua escolha existencial.
Então
o direito do carnaval prosseguir é legitimo e tem que ser protegido
pelo estado,o qual não tem o direito de só chupá-lo como a uma
manga,mas devolvendo ,numa visão obrigatoriamente coletiva,ao povo
em geral,algo do capital recebido para construir escolas,ajudar os
mais pobres(no espirito de Cristo que veio à terra para priorizar os
desvalidos)e acabar com a exclusão,porque dinheiro tem.
Ao
se falar isto ,ao se defender esta postura claramente socialista de
divisão do capital,todo mundo pula na cadeira “ comunismo”,ofensa
à propriedade!(os comunistas criticam também chamado de
traição..)Mas estes fundamentos provêem de Locke e seu “ Segundo
Tratado do Governo Civil”,que muita gente anticomunista aí nas
rádios não cita.Este livro é o fundamento da consituição dos
Estados Unidos e de sua ideologia formadora.
No
segundo capitulo “ Da propriedade” Locke usa o exemplo de um
indio americano que quando tira uma fruta de uma árvore ,esta fruta
é dele.O anticomunismo moderno entende este princípio como o
direito de uma pessoa só de tomar tudo para si ,pelo esforço e com
dinheiro,mas o que Locke diz é que todas as pessoas têm o direito
de ter a sua propriedade se protegendo da predação dos outros.
Foi
com este entendimento que o Presidente democrata Ted Roosevelt acabou
com os monopólios nos EUA.
Assim
sendo cada um tem o seu lugar ,guardando a evidência(descoberta
também por Locke)da desigualdade natural dos homens:a religião tem
o seu lugar,o carnaval também e o cidadão comum.Cada um ganha o
seu quinhão e com os tributos(assunto do próximo artigo)é possível
investir no social ,nas pessoas excluídas.Porque ninguém pensa
assim?Em outro artigo responderei a esta pergunta.
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