terça-feira, 19 de novembro de 2024

Temos,pelo menos, Dois anos difíceis Pela frente

 

O Brasil ganhou um papel mundialmente importante após a eleição de Trump,como nunca havia conhecido:se a direita vencer no Brasil,o fascismo terá vencido no mundo todo.

Uma segunda vitória desta direita vai legitimar um propósito de golpe,de ditadura ,com apoio da população e para que haja uma redemocratização,vai muito tempo.

A confirmação mundial da vitória de Trump passa por aqui e se isto vier,as chances de recuo ficarão mínimas,por muito tempo.

As iniciativas do governo Lula ,imediatamente ao ocorrido nos EUA,são promissoras:o fim da escala 6x1,abrindo chance de mais tempo livre,para o trabalhador, e pacto contra a fome fixada na agenda do G20,que ainda corre no Rio de Janeiro.

Eu acrescentaria um pacto para tirar as pessoas da rua,resolvendo o problema dos sem-teto.Sugiro para os próximos dias e meses atenção nesta questão.

De qualquer forma este ritmo de mudanças atinentes a ganhar a população e evitar uma derrota daqui a dois anos,me parece bom e deve continuar,levando em conta as necessidades táticas e estratégicas;quer dizer,sem atropelo.

Tal comportamento já era para ter começado logo depois da vitória de Lula em 2022,mas antes tarde do que nunca...

A responsabilidade mundial do Brasil voltou aos níveis do final da segunda-guerra ,em que o nosso país representava um futuro melhor,isto é,pacifico e  próspero.

Mas os significados hoje são mais profundos e graves:a humanidade parece esperar um cataclismo para haver mudanças,mas o Brasil ,e quem se aliar a ele, tem que empurrá-la para algo mais do que o simples diagnóstico das crises vividas atualmente.

Temos das difíceis pela frente,quero dizer:o Brasil.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

O que está à nossa frente As consequências da eleição De Trump

Não é difícil para ninguém  saber o que pode acontecer  aqui no Brasil nas eleições presidenciais, até porque nós já tivemos um ensaio geral aqui e lá.

Uma nova ditadura ou o retorno de 64 em “novas” bases está à nossa frente.

O golpe foi deflagrado em 2022.Se o povo brasileiro votar na direita ela vai se sentir no direito de implantar um regime de força.E só faltaram 2 milhões de votos para isto acontecer.

Como diz Hélio Jaguaribe ,a História é consequencial, não havendo como fazer previsões absolutas já que cada passo modifica  o panorama analisado.

Contudo, tendências é possível identificar e aquilo que eu disse acima faz parte das tendências postas à nossa frente com o retorno de Trump.

E mais do que isto , a oscilação da esquerda entre a inércia e a incompetência marca firmemente a tendência à ditadura.

Se o final não podemos prever ,estes intercursos sim e o pior,o mais problemático é este:a esquerda.

Será que esta discussão 6x1 já não é uma tentativa?Não sei dizer agora.Mas espero que seja o inicio de iniciativas para barrar de vez o caminho da direita,coisa que já devia ter sido começada logo no inicio do governo Lula,como eu implorei inúmeras vezes.

Como as coisas se colocam neste então, não me parece  que o caminho da ditadura não seja fácil de prever.

Preconizo há anos que a esquerda incorpore a nação e a democracia,a classe operária e a classe média,mas não adianta.

Diante destes ouvidos moucos tudo o mais é remendo.


 


sábado, 9 de novembro de 2024

As consequências da vitória Do Ogro (Trump)

 

Há uma série de artigos que venho fazendo aqui que giram em torno desta tragédia que foi a eleição americana. Mas  se a vitória alcançasse Kamala giraria em torno dela igualmente.

A questão que unifica a concepção politica que quero propor aqui só tem como girar em torno do país mais forte do mundo,por cujas decisões as consequências atingem a todos.

A questão do centrismo,no mundo e no Brasil;o movimento social,a  questão social;a crise climática;a decisão de Macron ;a utopia.

Neste artigos eu pretendo expor o que eu penso sobre o futuro.Já falei muito do passado,das causas que nos levaram a esta situação,mas agora há que expor um pensamento para o futuro.

Devido à minha exiguidade de tempo, mas também por ser mais conveniente, junto com questões práticas estas minhas reflexões teóricas e aí tudo vai num caminho mais rápido e rítmico. O ritmo açula o desejo imediato de ação, mas já neste átimo, fundamentado, por um pensamento rigoroso e estudado, pelo menos.

A eleição do monstro tem efeitos devastadores em todos os temas que eu especifiquei acima. E em cada um deles eu vou tentar construir ,entre outros problemas, idéias para um debate essencial de renovação da esquerda.

Porque este é o problema fundamental,posto por esta eleição:se a esquerda continuar assim,a  direita vai prosseguir no seu olé universal sobre nós.

Não suporto mais este acuamento sem resposta, por parte dos setores progressistas,cujo pensamento ainda está no socialismo real.

 

 

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Outra catástrofe

Com a vitória, de novo, deste fascista, Trump, o cenário que eu rezei(e nem sou religioso)para que nunca mais retornasse ,ficou ainda pior ,com o inferno adentrando em nossas casas.

É como se o fascismo tivesse vencido por dentro,não pela guerra.Anos atrás havia um grande temor de que o fascismo vencesse por dentro da Rússia,mas a história percorreu outros caminhos cínicos  e não foi preciso um “foguete Nova York”,para colocar um neo-nazista no poder da nação mais forte do mundo.

Com ele vêm os defensores da recolonização da África,aqueles que seguem a “ curva do sino” e excluem os menos capacitados  e os neo-nazistas americanos,que são os mais fortes no mundo todo.

Digo isto porque não só as deportações típicas do fascismo irão acontecer,mas também abre-se o caminho para estas idéias nefandas adquirirem um peso no cotidiano daquele país,para,quem sabe,no futuro,vicejar.

Lá se foram os Estados Unidos liberais,os Estados Unidos das garantias constitucionais e do “ due process of law”(“o devido processo legal”) e ficaram os Estados Unidos da Guerra-Fria,da continuidade deste passado monstruoso de guerras,que a humanidade já devia ter ultrapassado.

E o pior: com a crise climática, o povo americano colocou alguém que não está nem

 aí para o problema e junto com a China,idem e a Russia,idem,está entornado o caldo para uma situação ecológica ainda pior.


 

sábado, 2 de novembro de 2024

Eleição americana A esquerda :entre a sorte e incompetência

 

Estamos próximos da eleição americana e Trump é novamente candidato, com altas possibilidades de ganhar. Só este fato já é suficiente para por em xeque a esquerda americana, que teve um tempão para eliminar de vez esta direita fascista dos Estados Unidos.

Este país, sede do liberalismo clássico, dos direitos civis, corre sério risco de se tornar fascista.

Kamala só lembrou disto , só o quis mostrar ao povo americano, quando do final da campanha, no momento em que já não era fácil jogar o ogro para o centro da terra, encadeado lá para sempre.

Disse aqui que o povo americano, tão cioso de si, deveria ser chamado à atenção quanto à verdade desta nação, que não se resume ao dinheiro e ao capital.

Muito embora Trump defenda este nacionalismo tão sedutor ao americano médio, redu-lo a simples presença do dinheiro, como viabilizador, jogando o passado fora, aquele passado em que os Estados Unidos ajudaram os povos a enfrentar a tirania nazista.

Numa coisa Trump tem razão e isto devia ser um conceito da esquerda, há já muito tempo: cada país tem que resolver os seus problemas.

A contradição terrível nesta ascensão da direita neonazista americana é que, pelo nacionalismo, Trump repele as intervenções impertinentes dos EUA, coisa comum a partir do fim da segunda guerra e no âmbito da guerra fria.

No fundo é isto mesmo: não há que criticar o imperialismo americano, se as nações se tornam dependentes dele. Cada país tem que resolver o problema da miséria e não transferi-lo para os EUA.

O imperialismo americano, ou seus efeitos, parece a síndrome de Estocolmo, que atinge tanto Israel: todo mundo critica, mas quer que os EUA solucionem tudo, quando cada nação tem que tomar esta iniciativa.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

A esquerda parou de lutar?

 

Não pude deixar de notar uma manchete na Folha de São Paulo, jornal que às vezes me causa tanto aborrecimento.
Mas o que ela cristaliza é o que eu estou dizendo há mais de dez anos.

Se você não vende o seu pensamento a algum poder, você não é ouvido. Eu vi numa parede aqui perto escrito por um mendigo: “quem não é visto, não é reconhecido, nem ouvido”. Naturalmente eu corrigi os erros de português dele.

Um ator de malhação é mais importante, hoje, do que anos de estudo de um professor, de um bom e bem sucedido professor ou pesquisador.

A Suzane Richthofen tem mais espaço na mídia do que um realizador ou alguém que faz um benefício para a humanidade.

Esta minha crítica à esquerda vem de muito longe, quando comecei minha pesquisa e meus blogs. Enquanto não se livrar deste passado gigantesco de fracassos essenciais, não vai ser possível uma renovação que a ponha novamente na linha de frente da luta.

Não é só lutar, é como lutar.

Em minha vida, discuti anos a fio, uma auto reforma da esquerda, semelhante àquelas de dentro do cristianismo. E chego à idade provecta, vendo que não surtiram efeitos estes debates: nada de democracia, de reforma, de direito, nada, nada.

As mesmas boçalidades, o mesmo cânon soviético, a presidir discursos e palavras vazias.

O mesmo que vi no final da URSS, quando li o livro de Gorbachev e ele jogava palavras lógicas, mas sem conteúdo.

Enquanto a esquerda não tomar para si o resultado dos antigos debates ficaremos nesta situação, ou em algo pior.

 

 

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Eu e a pornografia Esclarecimentos (de novo [outra vez] [novamente})

 

Novamente, outra vez, de novo ,eu tenho que me expor   neste “caso” “escandaloso” de usar a pornografia. Eu já falei que isto tem uma utilidade médica, para mim.

Mas dentro da necessidade, aprendi a usar a pornografia também, como laboratório de pesquisas sobre diversos assuntos: linguagens; racismo reverso; custo social da pornografia; política, poder, economia em torno dela; relações com a história(que eu já revelei aqui no caso de Maria Antonieta[e vou continuar fazendo]); antropologia, para discernir os caminhos do ser humano diante das impossibilidades; o problema da exploração; o problema especifico da mulher; a questão artística das emoções e sentimentos, bem como psicológicas(quando fiz aula de roteiro com José Louzeiro ele nos disse que deveríamos ver rostos nas revistas[eu tentei ver na Revista Caras e percebi que era tudo falso]{então vi nestas revistas eróticas pelo menos uma certa  margem de  verdade }).

O meu leitor me vê com frequência trabalhando  índices de livros como laboratórios de pesquisa, em que busco relacionar os seus diversos itens e capítulos de modo a entender melhor os autores e tirar deles a compreensão do seu pensamento, bem como extrair ideias, conceitos e temas para discussão.

Mas em tudo isto, em todo este meu comportamento, existe sim uma weltanschaung libertária: o sexo, em si, permanece puro, apesar do em torno problemático.

E por indicação de meus terapeutas separar o erótico do pornográfico é uma depuração (olha aí o laboratório) necessária, para evitar os males viciantes de uma pornografia recorrente.

Aí ficam estas rádios e algumas outras pessoas destilando(laboratório)moralismo(tolo), tentando me ridicularizar, me chamando de covarde, frouxo, maricas, quando se trata de um problema médico e de pesquisa antropológica que eu sempre fiz, para além do prazer genuíno de ver estas coisas, mas de uma maneira crítica, criteriológica, que impede qualquer dependência.

É neste sentido que eu uso a pornografia, ou melhor, erotismo, como forma, inclusive, de arte, de eventual(eventual)estética e sensibilidade.

 

domingo, 20 de outubro de 2024

Lula: não dou à mão à palmatória.

 

Sabendo que   o PT em documento interno aprovou a eleição na Venezuela, logo percebi a jogada toda: o presidente da república faz um escarcéu democrático só para jogar areia nos olhos do público, mas o partido e ele jogam na continuidade e no desinteresse da opinião pública para manter as coisas como estão e apoiar a Venezuela.

Desde o episódio Moro, que condenou Lula e depois houve uma descondenação , que me sinto permanente enganado pelos poderes públicos, pelos jornais  e órgãos de comunicação.

Ora não dão informação correta, ora utilizam estas fakes e este truques que não são novos na história e na política, mas que ocupam um lugar malévolo na democracia.

Nós estamos entre a cruz e a caldeirinha.  Passei a concordar com aquele analista politico que diz que o Brasil está entre a ditadura de partido único e a ditadura militar do passado, rediviva.

Não há como pensar que o Presidente não   esteja dentro deste passado, só que do lado esquerdo.

Não tem o menor interesse na classe média, sonha em ser o PRI do México e tem uma atitude no mínimo ambígua em relação a estas ditaduras de esquerda falidas da América Latina.

Noticias aterradoras chegam do nordeste brasileiro: a direita está tomando posições do PT naquela região, que foi decisiva para a vitória do Presidente.

Tudo isto forma um quadro assustador para futuro próximo, em que nós só termos que “escolher” entre duas formas de imposição e como eu venho explicando, é mais provável que voltemos a 64, por causa da média ética do povo brasileiro, que rejeita o vermelho.

E também nós não podemos deixar de considerar o Presidente como um capitulacionista.

Contudo, aqui neste caso não temos como caracterizar da mesma forma os representantes do centro no Brasil, dos quais tratarei agora mais à frente.

domingo, 13 de outubro de 2024

Conjuntura

 

Eu vou continuar o artigo anterior, mas me sinto intimado a tratar um pouco de conjuntura, porque algumas decisões de Haddad e Lula têm extrema sincronização com o que venho falando aqui e gostaria de tecer alguns comentários.

A questão da luta contra a fome persiste; não vi nenhuma repercussão da questão da luta contra os sem-teto; e agora o problema da taxação dos ricos é recolocada de uma forma que nunca vi durar tanto.

Mas segundo os artigos que eu fiz anteriormente, sem um pacto social e político entre as classes produtivas, média e operária, as dificuldades para bancá-lo serão totais e aliás elas já se expõem nestes esforços de Lula e Haddad para emplacá-la.

É que tudo se resume na ordem política, mas a base social, o pacto social não se realizou. Para isto um programa fundado numa concepção moderna de esquerda é requerido.

Mas ele não existe, em meio à política pragmática.

Se, no futuro, a taxação é aceita, correrá risco de retrocesso permanentemente e inarredavelmente, porque sempre foi assim. E se a inevitabilidade se der, para voltar à pauta demorará uma década, como sempre.

Os fundamentos de uma política de esquerda moderna estão, ainda, faltando.

O princípio “revolucionário” da vontade resiste como um fóssil nas fileiras da esquerda. A ausência de mais fundamentos compromete o processo todo e torna-o suficientemente fraco para ser combatido, em futuro próximo, por esta direita aí, à espreita.

No momento em que uma reforma contundente balançar, pelos motivos supraditos, a direita fará o escarcéu de sempre, vai mentir como sempre, alegando o “perigo comunista” e tudo vai por água abaixo.

 

 

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

A direita continuará aí

 

Cansei de dizê-lo:não quero mais tratar desta conjuntura de crescimento cada vez maior da direita,no Brasil e no Mundo.A explicação é a mesma de sempre:esta  esquerda velha e anacrônica e presa aos dogmas do passado facilita as coisas para o outro lado.

O esquema histórico é o de sempre:assim como os nazistas cresceram em três anos vertiginosamente,a nossa direita,não muito diferentemente,o está realizando igualmente.

O pior de tudo:não vejo na esquerda nenhum ânimo de mudança quanto.Eu possuía uma esperança,mas tênue.E agora se desvaneceu.

Deste mato não vai sair cachorro e a perspectiva é esperar o pior.

Eu escrevo este artigo para dar um salto de qualidade nestas minhas reflexões:como disse, não pretendo diagnosticar as causas do problemão,mas agora quero apontar possibilidades de seu enfrentamento.

Com tudo o que eu já disse aqui ,só me voltando para o centrismo de esquerda é que diviso chances de transformação desta realidade ominosa.

Mas a tendência do centrismo(às vezes social-democrático)no Brasil é ser de direita e o meu desejo é poder influenciá-lo no sentido que eu preconizo ser o melhor.

Começando a minha nova postura,eu digo que não aceito o silêncio omissivo de Marina,Ciro e porque não Aécio,diante dos perigos que esta polarização cria para o nosso país.

O golpe já foi deflagrado  e as tentativas de implantá-lo continuam e continuarão.

A vitória da direita nas eleições municipais faz parte sim do “projeto”.Só o fato de a direita crescer já é desastroso,porque a chance de uma ditadura paira no ar.

Mas aqui e agora esta chance é quase realidade,estando muito próxima.Não sei porque a esquerda ignora-o.Talvez irresponsabilidade ou triunfalismo,que andam juntos.

sábado, 5 de outubro de 2024

Ernesto,o aconselhador

 

Vejo cada vez mais as minhas idéias serem usadas e repercutidas por pessoas conhecidas da politica e da intelectualidade,sem me citarem!

Há muitos anos um jumento dirigente do PCB pegou uma idéia minha,de chamar uma figura que já faleceu,o reitor da UFRJ,para dar uma palestra e não teve a hombridade de me convidar para debater com ele.Coisa que eu já tinha feito na ABI.

Tudo indica que paira um preconceito sobre uma pessoa do povo,como eu ,que,não tendo certificação(mas notório saber)não é reconhecida,mas ,antes,manipulada,como alguém inferior,que não merece consideração.

A partir de agora,no entanto,eu vou exigir reconhecimento,como uma derivação clara do espirito democrático e do respeito republicano às qualidades do outro.

Tal exigência se imbrica na minha luta contra estas formas de totalitarismo,que ainda continuam aí,a me aborrecer inclusive.

Não me importa o que as pessoas pensam de mim,mas é duro toda a hora um babaca qualquer vir aqui jogar verde para colher maduro.

Ora um energúmeno aparece para dizer que outro já criou a idéia que eu estou apresentando,quando,quase sempre,eu sei de onde ela veio.

Nunca deixo de citar o que vem antes.Fazer o trabalho da sua vida e ficar cercado de todo tipo microcérebro,medíocre,tentando medir forças comigo,em torno de coisa nenhuma,sem apresentar conteúdo ou debate, é demais para mim.

E não tem esta de não me reconhecer de público.Não vai acontecer como “ ensina” a Igreja Católica:na hora da morte basta se arrepender para entrar lépido e fagueiro neste outro mundo que ninguém sabe se existe mesmo.

Quando chegar a minha hora não venham me reconhecer não.Se não reconhecer agora me esquece.

domingo, 29 de setembro de 2024

Ernesto,o Libertino

 

Esta expressão “ libertino” adquiriu ,ao longo da História,uma conotação sexual,mas desde o inicio ,quando foi criada,por Calvino,ela teve este significado primordial de repressão àquele que tem liberdade no sexo(e na vida).

Mas ela não se refere a isto,principalmente a isto:se destina àqueles que não se diluem nos coletivos,que são muito comuns na história.

É claro que tem um reflexo na sexualidade,mas a sua essência é a liberdade.E liberdade significa viver pela sua cabeça,por suas escolhas,fazendo o seu caminho e lutando para que todos tenham esta condição.

Os libertinos,que nasceram no século de Calvino,o XVI,mas que tiveram o seu ápice no XVIII,notadamente na Itália,representam uma primeira “ libertação” da religião:em vista das inovações cientificas da Idade Moderna ficou claro que era bastante difícil encontrar Deus nesta “ nova” natureza.Até um “ crente” como Pascal,criou o conceito de “Dieu Caché”,o “Deus absconso” ou... escondido,em algum lugar do Cosmos.

Sendo assim e estando claro para alguns a improbabilidade de encontrar a base do controle da religião,tomaram o caminho de priorizar a  sua consciência e não a consciência de todos,no coletivo.

O libertino é uma antecipação do “ ueber-mensch”,o “ além-do-homem” de Nietzsche,o “ transvalorador de Valores”.

Eu não sou isto,mas não ofendendo as ordens moral e jurídica da sociedade ,faço o que eu quero e luto para que todos tenham  esta liberdade.

Sei que não é fácil para outros extratos sociais ter esta liberdade,mas a luta é de cada um ,com a ajuda de outros libertinos como eu.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Ernesto,o marginal

 




As fotos acima representam a figura de August Landssmeyer o homem que não fez a  saudação nazista.Evidente que olhando assim uma foto não dá para acreditar totalmente na sinceridade do homem.Mas no caso dele  sim,porque ele foi retaliado pelos nazistas,quando viram este foto.

Eu a uso aqui pois me sinto bastante identificado existencialmente,na minha maturidade,com este gesto de inconformismo.

Eu me tornei um “herói” marcusiano,filósofo que afirmou em 58, que diante destes totalitarismos que marcam a nossa época quem ficou como o portador da sinceridade,da verdade e da honestidade,foi o “individuo concreto vivo”(no dizer de Marx em “A ideologia Alemã”).

Esta é  a verdade:o que sobrou destes fracassos do século passado foi a ação de pessoas que mantiveram valores de coerência , “esquecidos” pelo movimento da história.

O cotidiano salvará a humanidade?É uma esperança pelo menos.O cidadão anônimo,correto.

Eu me incluo nesta trivialidade cotidiana individual.Eu sou sim um marginal,no sentido de que não me deixo diluir mais nos coletivos:ainda que na dúvida,eu fico com um pé atrás necessário em frente a estas “ propostas” tonitruantes de certos movimentos políticos.

À tentação de resolver tudo da maneira mais fácil,oponho a razão,o cuidado,ainda que isto seja considerado como manifestação de indiferentismo face ao sofrimento atual de muita gente.

Mas  eu não vou trocar nunca mais a violência(do capitalismo?)por outra,qualquer que seja ela.E se depender de mim não vai acontecer no Brasil(bem como ,espero,em outros lugares).


 

 



quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Ernesto,o incorruptível

 

Eu sou inteiramente infenso a qualquer forma de corrupção.Como todo mundo,desde há 10 mil anos,sou um ser errante e como tal cometi e cometo muitos erros,mas o maior prejudicado destes erros fui sempre eu,não os outros.

Ouvi,de meu pai stalinista,que a corrupção tinha a ver fundamentalmente com a burguesia e o modo de produção capitalista,mas eu cansei de ver do “ nosso” lado também.

De modo que me enganar hoje ,com promessas vãs e repetidas não é mais possível e diante deste reconhecimento,isto é,do reconhecimento de que não há muita diferença entre os “ revolucionários” e os “ reacionários”,naquilo que é essencial,desconfio permanentemente destes heróis,que dizem uma coisa na sua frente e pelas costas fazem outra.

Também repudio estas ideias de que um incorruptível é alguém que não tem mulher ,que não vive a vida,como o Imperador Augusto e Robespierre.

No filme de Andrei Wajda sobre a Revolução Francesa é exposto um encontro que nunca aconteceu entre ele e o corrupto Danton,no qual este ultimo o acusa de ser um castradão,sem conhecimento da vida.

Como se houvesse uma relação real entre corrupção,desvio e vida.Só o há se nós aceitarmos o conceito de Nelson Rodrigues “ a vida como ela é”.

Só que para o revolucionário,para aquele que tem compromisso com a mudança e a emancipação da humanidade, a vida como ela é,é para ser mudada,transformada ,num processo de luta constante.

Não existe este critério de aceitar as coisas como são.Isto é uma reinterpretação de novo de Nelson,quando ele fala sobre o “idiota da objetividade”(Nelson era kantiano e não sabia):o revolucionário é movido mais e mais pelo realismo da vontade.Ainda que as chances de mudança não estejam dadas ele deve expressar o seu pensamento.

Tal postura perpetua o conceito final da vida de Darcy Ribeiro: “defendi os índios e perdi;defendi as mulheres e perdi;defendi os pobres e perdi,mas eu não queria estar no lugar de quem me venceu não”.

Esquerda é incorruptível.

domingo, 22 de setembro de 2024

Ernesto, o fundamentalista

 

Uma vez, um jumento dirigente comunista disse que eu era fundamentalista porque não admitia certos desvios que eu via já no PCB. Ele disse que eu era “muçulmano”.

Desde pequeno, eu aprendi de meu pai (stalinista) que corrupção era coisa da burguesia (ele também não era santo). Mas eu vi este “comportamento” nas hostes dos heróis da esquerda, sob alguma justificativa canhestra e sofisticada dessas aí.

Mas que expressava (e expressa) a covardia, fraqueza e desonestidade natural de não poucas lideranças da vanguarda vermelha.

O que eu aprendi(de meu pai stalinista) é que os socialistas se ajudavam (e ajudam) e evitam colaborar com estas“ práticas do antigo regime”.

Não obstante, não foi isto o que eu vi lá e por isto me retirei orgulhoso desta farandola.

Eu sou fundamentalista, não no sentido religioso (ouviu jumento), mas no filosófico, seguindo o pensamento essencial de Aristóteles, que os marxistas não leem (mas Marx sim) em função do seu cientificismo e abandono do pensamento filosófico.

Busco sempre a essência das coisas, a finalidade e a funcionalidade das coisas, segundo o sistema de Aristóteles, que faz uma classificação em sua “metafísica”.

E aí eu não me desvio deste fundamento, de modo algum.

Então, eu tinha que parar de jogar botão no chão da sala para ouvir da honestidade dos comunistas. Corria para ouvir guantanameira no rádio, para ouvir o verso “yo soy um hombre sincero” e eu continuo assim. Continuarei assim.

Sou fundamentalista filosófico. Cada pessoa tem um conceito que a define: o tímido, o esperto. O meu é este.

 

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

A decisão de Macron III

 

Aprofundando os dois artigos anteriores, faço-o porque vejo nestes acontecimentos na França, possibilidades novas de renascimento real do movimento social.

Depois de muito tempo, a esquerda volta a ser fiel da balança de um fato político importante e se habilita, de fato, a ser governo, como era o caso aqui. A explicação de por que não foi, eu já dei no artigo anterior.

Agora, prescrutar estas possibilidades é que cabe realizar.

Pois, há que se saber aproveitar este momento, tirar dele as lições segundo uma premissa de renascimento, ou seja, de voltar para o proscênio da política e da história, em meio a esta crise global, que caracterizo como de acefalia: ninguém se responsabiliza pelo planeta e não há propostas ou intenção de atacar os problemas.

Não sou saudosista e não vou cair nesta de sentir saudade do âmago da guerra-fria, mas naquele tempo, pelo menos, se discutia e alguém assumia a responsabilidade pelo que se passava diante dos olhos.

Como penso que ainda vivemos o rebotalho da guerra-fria, não serei nostálgico, mas houve mudança para pior depois da queda do socialismo e do muro.

A resignação é total e eu ponho este conceito à frente da falta de ideias porque  este vácuo é onde não há nenhum interesse em começar a se debruçar sobre os problemas e, a meu ver, isto ocorre em razão de se ater ainda aos modelos explicativos do passado.

As pessoas não entendem o que faço aqui nos meus blogs, no plano da política: estou há anos tentando convencer a todos de que a queda referida não foi falta de vontade ou esforço e sim em função de que a teoria não tinha base e precisa ser substituída por uma concepção nova.

E entendo que, como já disse, tal renitência, empedernimento é devido ao egocentrismo da esquerda, que não admite os erros e as derrotas.

Aliás, mais as derrotas do que os erros. Os erros são sempre relativizados e as derrotas não admitidas, a partir de uma premissa falsa de que ela tem a verdade científica definitiva e que, portanto, é só se atualizar, quando, na verdade, ela perdeu a batalha da História, da Política e da Teoria e necessita, como qualquer movimento, se renovar.


 

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

A decisão de Macron II O futuro da esquerda Começa no passado

 

Continuando a análise da decisão de Macron(de escolher um representante da direita[apesar de a esquerda o ter ajudado e ter maioria]),se nós observarmos bem,o Presidente usou  a esquerda:vendo que ia ficar acuado(pela direita)e sabendo da força da esquerda,que não podia ficar acuada também por um governo de direita,marcou as eleições.Quando o perigo de perder açulou a esquerda,ela se mobilizou na bacia das almas e garantiu um avanço do Presidente.Mais do que isto,lhe garantiu a continuidade do poder.

Quando era hora de Macron retribuir ele volta-se para a  direita.É o esquema de sempre,desde 1930:a direita se vale dos erros da esquerda para poder chegar e ficar no poder.

Mas desta vez os erros da esquerda apontam possibilidades para o futuro,porque têm a ver com erros do passado,que podiam ter sido evitados,garantindo a subida da esquerda ao poder.

Qual foi este erro?É uma questão de fundo:a sociedade francesa,a mesma que votou na esquerda,para o legislativo,não faz nada para impedir a direita,porque embora reconheça o papel histórico da esquerda ,a sua média ética é mais próxima da centro direita e não raro da direita,que cola com ela.

É semelhante às razões a que aludi que impediram o sorpasso  italiano:a sociedade como um todo não abraçou o comunismo democrático italiano do PCI,para não isolar o Papa e o Vaticano.

Na França é diferente,mas ,de outro lado,é igual,porque a sociedade não encampa os radicais,a menos que eles demonstrem apego permanente à democracia,admitam sempre a alternância de poder e mantenham,depois do processo de mudança ter iniciado,os valores da sociedade democrática,quais sejam:respeito à propriedade e às liberdades humanas universais.

O caminho está aberto para um renascimento da esquerda,na Europa Ocidental,se estes valores forem incorporados  comprovadamente ao campo “ progressista”.


 

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

A decisão de Macron

 

A decisão do presidente da França de nomear alguém da direita para o cargo de primeiro ministro,apesar da vitória da esquerda não me surpreende de forma alguma.

A opção histórica de escolher a esquerda é sempre radical.Se esta escolha não s e apresenta de uma maneira bem fundamentada não adianta porque o absurdo de escanteá-la não vai chocar ninguém.

Historicamente, a esquerda existe para mudar ,mas este processo não se faz de uma hora para outra e quando não fica claro para o eleitor que esta mudança virá ,ele prefere deixar a esquerda onde ela sempre  esteve :como auxiliar das mudanças;como um peso a favor da democracia ,nos momentos de perigo.

A esquerda,ao longo do tempo,funciona como Trump no partido republicano:é(era)só para manter o elefante à direita.A esquerda é só para manter a democracia ,mas para chegar no poder e mudar é uma dificuldade,que nem os melhores comunistas italianos conseguiram fazer.

A esquerda ou cai na voragem do tempo e admite que só s e pode mudar aos poucos,dentro da alternância de poder, ou ela vai ficar neste impasse ad infinitum .

Quando ainda existia o PCI,a idéia de alternância de poder foi considerada como algo a se incorporar na tradição democrática comunista,mas havia pessoas que se preocupavam  com a descaracterização do Partido,isto é,com sua radicalidade .

No meu modo de entender ,porém,não tem saída:ou se mantém a radicalidade no movimento politico na alternância (criada pelos liberas)ou não há como a  esquerda  ganhar confiança por parte do eleitorado.

As minhas razões para explicar porque os comunistas italianos não deram o sorpasso  eu vou tratar em outro texto,mas  de modo geral ,o padrão do fracasso é este,é esta moldura explicativa aí.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Dou a mão à palmatória II

 

Os procedimentos que o governo brasileiro tem feito contra a Venezuela me deixaram mais tranquilo,porque se o Brasil não agisse assim,a direita cresceria novamente.

Noticias alvissareiras dão conta de que há divisões do outro lado.

Se houvesse ambiguidade no caso do país vizinho era possível a ela encontrar um meio de união,novamente acusando a esquerda de querer uma ditadura.

Penso que não deveria haver reconhecimento do governo Maduro e o Brasil deveria continuar as relações com a Venezuela,dentro das necessidades dos dois povos:comerciais,culturais e assim sucessivamente,mas a pressão deve prosseguir indefinidamente para que a democracia se restabeleça naquele país.

Talvez desencadear um processo de  transição,a partir da constatação de que a eleição de Maduro não tem base.

Mas mesmo que esta prova não seja feita ,o discurso tem que permanecer,no sentido de uma recuperação geral do papel moderno da democracia.

Esta á a luta que a esquerda tem que iniciar agora,porque esta é a tendência da História e principalmente para construir um caminho de emancipação real do povo.

O poder para o povo,como dizia Marighella,não é dar-lhe armas,mas insistir em propostas fundamentais,hoje esquecidas,como a  educação.

Depois que Brizola e Darcy morreram não se fala mais neste item fundamental de uma plataforma de esquerda.

Alias com esta polarização,nem o Brasil mais é objeto da politica,mas um dos lados ou os dois lados ,que são considerados por cada lado ,nesta disputa inócua(mas perigosa) e  que atrasa.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

A centro-esquerda

 

Todo mundo sabe que defendo uma centro-esquerda,no poder,para evitar a continuidade desta inócua polarização,que nunca devia ter se instalado num país como o Brasil.

Por centro esquerda entendo um movimento que prossiga na questão social(que mal começou a ser resolvida)e que incorpore ,criticamente naturalmente,estas plataformas dos movimentos lgbtqI,negro,feminista e assim por diante.

Plataformas de costumes e questão racial,poderíamos chama-las assim.

Todos os possíveis candidatos de centro ,Marina,Aécio,Tebet,Doria,são de direita,porque defendem privatizações,mercado livre e não têm uma concepção politica republicana que eu considere moderna.

Isto sem falar na distância que têm em relação aos sindicatos.

Mas dentro do contexto atual,levando em conta que o PT fica muito à esquerda e não tem interesse real no centro e na classe média e também levando em conta que não sai desta polarização(que é ruim para ele[a médio e longo prazo]),vai ser necessário e urgente dar uma parada nisto aí,com um candidato de centro.

Pelo menos que possa ter sensibilidade para dar uma guinadinha para a esquerda,quiçá nas referidas plataformas.

Como fazer isto?Discutirei em próximos artigos isto aí,mas o candidato que tem condições de dar esta guinada é Aécio Neves.

Mas é um intrincado problema politico,como ,ele,sendo  um politico de bases mineiras conservadoras ,poderá juntar estas duas tendências,em principio contraditórias.

Mas fica claro porque estas observações sobre o centro implicam numa real perspectiva de mudança no Brasil.A mudança não vem dos radicais,mas do centro.

 

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

domingo, 18 de agosto de 2024

Críticas aos meus textos pessoais

 

Muita gente me critica por falar muito em questões pessoais de família, mas é porque eu não tive família. A minha era extensão pura e simples do Partido Comunista e do movimento comunista mundial.

Na minha infância, não era tomar sorvete o essencial, mas saber o que vinha de Moscou, como novas diretrizes.

Por isto, não só me acho no direito de fazer estes textos, mas no dever de mostrar como esta intersecção é perigosa.

Sempre algum “amigo” meu, comunista, bastante embotado, vem dizer que isto acontece em muitas famílias, não só nas de esquerda. Mas há diferenças que precisam ser pontuadas para identificar a causa de problemas específicos.

E há outros“ amigos” que se acham modelos do mundo e que vêm sempre afirmar que, se eles conseguiram enfrentar estas dificuldades sem dizer nada, eu devo agir assim.

Mas cada caso é um caso, cada pessoa é diferente, sendo esta verdade um anteparo eficaz contra estes conceitos abstrusos totalitários.

Há famílias que se distorcem devido ao dinheiro: os pais dão dinheiro aos filhos e se isentam do resto. Há religiosas que entregam tudo para Deus e se isentam da responsabilidade educativa.

E há aquelas que inventam outros deuses, como o materialismo dialético, o marxismo, que teriam, como“ ciências”, resolvido tudo, não havendo mais problemas, inclusive familiares.

Também servem de justificativa para se isentar dos filhos, de suas necessidades. Isto sem falar nos problemas familiares causados pela luta política, que aparecem, por exemplo, no filme Marighella.

 

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Lula: dou a mão à palmatória

 

Realmente, agora que Lula faz o que eu esperava, se encaminhar para o não reconhecimento do regime de Maduro , acho difícil que haja encenação, jogo de cena.

Porém, quando se trata de política, há que ficar sempre com um pé atrás.

Eu analisarei esta situação atual com a esperança de que a estrada seja a do não reconhecimento, porque é claro que as eleições venezuelanas foram fraudadas e no mínimo deve haver outras ou reconhecimento da vitória da oposição.

O apoio pura e simples ou indireto, como parecia, ao chavismo, jogaria uma água tremenda na" nossa” direita daqui.

Ainda que esta preocupação seja a única coisa que passa na cabeça do governo (e não o compromisso com a democracia), já será um avanço em função do que foi dito acima.

Não se pode brincar com isto. O governo já não atua para evitar a continuidade da direita, como eu venho alertando sobejamente e se agora errasse na estratégia, tudo pioraria sensivelmente.

Pelo menos o pragmatismo se fez sentir no governo, mas há que ficar sempre atento a estas idas e vindas constantes do Presidente, porque ele também faz parte deste diapasão" socialista", no qual o chavismo está.

Ele não pode nem ir para a direita e nem, muito menos, para a esquerda, permanecendo num centro forçado, que o torna um pouco refém das circunstâncias ou da condição objetiva.

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

De (alguns) comunistas e suas mentiras

 

Por que perdi a confiança

Quando era pequeno, ouvi de meu pai e de outras pessoas que os PCs eram os únicos que diziam o que faziam e vice-versa. Quando iniciei a minha experiência de militante no começo dos anos 80, notei que não era bem assim.

Em primeiro lugar, naquele momento em que se superava a ditadura, o que se dizia nestas hostes vermelhas era que a democracia, contra o pensamento de Lenine, era um fim em si, uma finalidade. Usava-se a expressão “democracia como valor estratégico”, por oposição ao “valor tático” de Lenine.

No entanto, na prática, eram só palavras e, no decorrer dos anos, notei que era só fachada para continuar pensando em termos de “a doença infantil”. A democracia não era uma finalidade em si mesma, mas um trampolim instrumentalizável para uma “democracia superior”, melhor…

Assim também, desde o momento em que entrei no movimento, nos albores dos anos 80, eu verifiquei que se dizia uma coisa no movimento de bairros, outra no movimento estudantil, outra entre os advogados e outra na minha casa.

Como resultado desta constatação de que não havia coerência nenhuma, passei a desconfiar dos comunistas e a exigir, mesmo sendo alguém de esquerda, que eles provassem o laço indelével entre eles e a democracia, como fizeram os italianos e os holandeses e outros partidos, principalmente pela Europa.

Continuo em busca desta coerência entre o fazer e o dizer e vice-versa.

 


domingo, 11 de agosto de 2024

Eu,no amor, Sou como Engels

 

Em  “A Origem da família ,da Propriedade e do Estado” Engels expressa a sua concepção de amor livre :o amor livre ,com base em seu fundamento, é aquele que provém do sentimento amoroso ,sem intervenção de qualquer outro poder ou mediação que não seja esta,a do amor .

Na visão de Engels a pura liberdade amorosa dispensa o “imóvel”,as garantias econômicas e jurídicas.Aí eu discordo.

Os encadeamentos amorosos não são seguros  ab initio .Eles se modificam,por razões endógenas e exógenas e este período ,digamos, de experimentação,constituído posteriormente ao fim do enlace(de namoro,de noivado e do casamento)força compensações.

A personalidade de Engels se me afigura(como a de Marx)como a de um romântico idealista,de extração rousseauista:retirou a propriedade e tudo o que dela emana que a utopia surge no horizonte.

Mas não é assim que a vida funciona(e certamente prossegue na utopia):há percalços no caminho,alguns inarredáveis.Uma pessoa como Engels,lá no fundinho,quer se livrar de problemas que acompanham a humanidade.

No amor,tão difícil de achar,a tentação do perfeito está ali na esquina(como a revolução e  a utopia).

Se não se souber ,no entanto ,admitir estas imperfeições ,corre-se o risco de se tornar um Moisés ,olhando de longe a terra do maná...

O meu momento inarredável nesta procura é congênere ao que se disse no inicio:eu nasci num contexto de mediações como as que Engels denotara.Só que no plano da esquerda:assim como Engels identificou a propriedade e seus efeitos como interrupções e intervenções ao amor e à paixão(como em Romeu e Julieta)o coletivismo socialista cumpre a mesma função.

Além de tudo, estas interposições coletivas ,no final,suprimem uma condição da paixão e do amor:a privacidade,o intimo.

Comumente,quando arrumo uma menina ,uma namorada,o mundo todo me cerca:família,religião,amigos.

Sinto-me como um integrante da família real britânica em que todos atos da vida são rituais públicos,inclusive os atos pessoais e íntimos.

Eu já pensei em mandar para a ONU um projeto dando conta de que talvez o problema da humanidade  seja deveras o meu casamento.

De(alguns)comunistas E suas mentiras

 

O meu procedimento axiológico em frente aos comunistas é o mesmo com os católicos e cristãos em geral:assim como há comunistas de boa índole e sublimes,há os criminosos.

Na igreja católica há pessoas sinceras,honestas ,sublimes.Mas há os pedófilos,os ladrões e outros criminosos de jaez variado.

E parece-me um padrão da e na História de que sempre o aparelho é dominado por estes criminosos.É algo que analisarei depois.

Outro problema é porque estes dois lados,não raro,convivem,com a anuência principalmente dos bons.

Aquilo que é feito pelos maus não mancha a dignidade dos outros.O fato de existir católico pedófilo  não  o iguala àquele que é correto.

Mas em termos de movimento o comprometimento de sua confiabilidade é real e mais ainda o silencioso apoio que o bom oferece ao desviante repercute sobre ele,quer queira ou não.

Os crimes de Stalin não repercutem na honra de alguns comunistas,mas a sua  leniência ,sob que justificativa,tem o mesmo efeito acima referido.

Alias há que se reconhecer que os crimes em nome do socialismo e do comunismo tiveram impacto paralisante em todo o resto do movimento e ainda ecoa nos dias de hoje,sobre o resto do movimento(que cabe numa kombi[junto com a torcida do América,que deve ser maior]).

Logo, quando menciono alguns comunistas,ocupo-me daqueles que estão no aparelho  e que repetem os desvios históricos do movimento,que nós todos conhecemos.

Cuidarei de analisar algumas mentiras destes “ alguns”.

sábado, 10 de agosto de 2024

Eu a pornografia Agora Freud

 

Mais uma vez eu venho aqui tratar da minha “ associação” com a pornografia,desta vez mandando recado para estes nefandos da Folha ,que invadiram aqui a minha vida pessoal.Dizer a eles que eu continuo consumindo,porque compro em bancas de jornais e conto com o sonho de que eles parem de me mandar aquelas transgressões reais aí,que me irritam.Só de vez em quando eu gosto do que eles fazem lá.

E este escrito é para mostrar a natureza do meu trabalho com este “ laboratório”.

Nos estudos sobre Freud um dos temas mais importantes é o do “além do principio do prazer” em que ele desmonta a reflexologia ,pela qual o que acontece na psicologia humana é modelado pelo que se dá no plano natural.

Até Freud e desde o jusnaturalismo(religioso ou laico)e chegando em Pavlov,o padrão da psicologia era esta adequação modelar entre a prévia natureza e a psique humana dela derivada(presumivelmente).

No texto de 1919 Freud salta qualitativamente naquilo que foi sempre o seu trajeto,desde o inicio:que a psicologia tem uma autonomia perante à natureza.

Na problemática da histeria,como sabemos,pontificou que não era um problema moral e nem muito menos neurológico.

Que problema era este?Decerto modo foi em 1919 que Freud expôs a explicação para esta indagação:que não há desconexão entre a natureza e a psicologia,mas as suas correlações obedecem à uma pluralidade  de oportunidades.

A tese de Freud é que no começo o homem vive na dicotomia entre prazer e desprazer,mas ,na verdade,e não no tempo,transforma formas de dor,de transgressão, em “ prazer distorcido”ou meio de realização.

É neste enquadramento que a  pornografia me ajuda a entender a propositura de Freud ,a qual se limitava  ao masoquismo e sadismo,na “interação” homem/mulher.

Outros delineamentos têm que ser examinados:a traição;a traição do homem bem sucedido por mulheres com pobres(não raro negros);a interracialidade;o trisal,a poliandria e outros casos.

Faz-se muita crítica a Freud por negligenciar esta mediação que citarei logo logo e isto é uma verdade,porque ele reduz tudo à pulsão,como instância “solucionadora”.

Mas potencialmente neste âmago estão as condições para atribuir propriedade àquilo que eu cito agora:a mediação socio-psicologica.

A natureza da inversão do “ principio do prazer” é sócio-psicológica,uma  camada sobrenatural .

Pouca gente se dá conta de que a sociedade é uma realidade sobrenatural e a confunde com a religião.Esta supõe uma transcendentabilidade,uma intocabilidade empírica;mas na sociedade e na natureza,em seus elos possíveis ,o sobrenatural e o natural explicam estas inversões.

Porque não ficar com uma pessoa só?Porque o triângulo amoroso e sexual outorgado a Maria Antonieta é mais importante do que a felicidade?