terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O traçado político de 2018

Ou como evitar golpes.


Já disse:foi um erro  o Juiz Moro(erro?)não ter prendido Lula logo na prolatação da sentença.Alegou o Juiz que isto causaria comoção.Quando não causaria?Quando é melhor decidir sobre esta prisão?Eu disse que era melhor no inicio deste ano e comigo concordou o Juiz Barroso.
De qualquer forma a comoção é imensa e o modo como todos os atores sociais e políticos do Brasil reagirão a esta situação mostrará a posição de cada um quanto à tarefa histórica de nosso dias:manter a democracia e amadurecê-la institucional e socialmente.
Estamos numa quadra semelhante àquela do final do governo Jango,em que o Ministro Celso Furtado aconselhou o Presidente a colocar o problema da sucessão na ordem do dia,para evitar o vácuo,no qual o demônio se aboleta.Ele não teve sucesso pois havia prevenções pessoais de Jango em relação a Lacerda.
Hoje nós só temos a nossa democracia e o nosso país e é ,por isso,fácil,decidir.
Normalmente não é bom nem legítimo adiantar as campanhas,mas diante destas premissas,penso que seria bom começar a colocar programas ,idéias,soluções ,que ajudem o povo brasileiro a ter esperança real no seguimento do processo democrático e evitar que as agitações decorrentes de quaisquer decisões do tribunal,provoquem um desvio.
Explico:se Lula for preso,como eu penso ser uma consequencia   lógica do que ficou provado,haverá agitação;se for liberado,dar-se-á força a um projeto autoritário ,vingativo,em torno dele.Sob a justificativa de se opor à ditadura do Judiciário,bem como a outra qualquer(Rede Globo),o salvacionismo recorrente de Lula corre mais do que risco de se tornar um autoritarismo(quiçá potencialmente ditatorial).
O judiciário terá que demonstrar a sua posição,se for agredido desta forma,mas mesmo atuando simplesmente na  sua esfera legal,ele já será acusado de participar de um contexto de  crescente autoritarismo,ainda mais porque ele tem substituído o legislativo,não importando se a culpa é de um ou outro poder,porque este desequilíbrio dos últimos anos é um drama à parte contra o que ninguém luta,muito menos o judiciário,que revela até um certo gosto nesta sua nova tarefa ,dentro da divisão clássica dos poderes.
Se Lula fugir haverá agitação e uma liderança exilada ,como nunca houve no Brasil.Todos estes elementos são,no entanto,inautênticos e a tarefa dos potenciais candidatos,de garantir ,eles mesmos,a sucessão se fará obrigatória ,no momento  da decisão do judiciário.

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