Prosseguindo
na discussão sobre a minha proposta aqui,começo contando uma história de quando
eu era ainda comunista.Na célula em que eu atuava,um companheiro quis sair e
quando eu contestei os seus motivos,afirmando que comunista devia combater no
partido, ele me disse a frase que é o título do meu artigo.
Esta
frase calou fundo na minha alma e ,quem diria,serve de fundamento à minha
luta,desde então(mas que já era algo de minha personalidade)para não aceitar
qualquer autoridade.Eu pensava que havia uma necessária exigência de
participação política no partido,mas vi que isto era um automatismo e que mais
importante do que qualquer coisa é a luta da pessoa comum(como eu),que se
habilita, para permanentemente,no que for possível,acabar com este mundo
injusto.
Antes
de morrer,Simone de Beauvoir concedeu uma entrevista em que preconizava para os
pósteros “ um voto não contra este mundo”.
Associado
a este princípio a idéia de revolução permanente:o cidadão não sabe,mas ele já
luta,quando trabalha,vota e paga tributos(sem ver resultados),mas,dependendo do
tempo( e o nosso exige)outras qualificações para o dia-a-dia têm que ser chamadas
à baila,para que ele se proteja e ,mais importante,atue de forma a modificar
este nosso mundo.
Só
a partir desta minha compreensão de que mudar é um ato geral e político ligado
ao cotidiano ,pude entender as ações de Guevara,Luther King e Glauber,este
último que vivia o tempo todo lutando,até em prejuízo da saúde(os outros
também).
Aquele
que quer realmente participar da mudança tem que juntar estas duas coisas:a
grande política,com a pequena(não sei se os qualificativos não estão trocados)
e tem que ,no seu tempo,garantir os momentos para esta rebeldia.
Pascal
,nos “ Pensèes”,reflete sobre o significado da leitura e este significado
define o modo de ler.” Não se deve ler” diz ele “ rápido demais,porque isto
impede o conhecimento- e não se deve ler devagar ,sob o perigo de se entediar”.
Interpretando
estes conceitos eu diria que ler não pode ser um ato contra si mesmo,mas a favor,assim como agir não deve ser contra si mesmo.Os médicos recomendam que os
exercícios hão de ser feitos não em função das necessidades de inserção na
sociedade.Aquele que constrói um corpo musculoso,quer se exibir e compensar uma
falta.
Na
luta social aquilo que nos atinge ,atinge aos outros ,porque mudar o mundo não
é só a si mesmo,mas a si mesmo e aos outros.Então,como ler, a ação social muda
a si mesmo e nos impõe o comprometimento com os outros,com os pósteros.
No
tempo certo,de cada um,de forma construtiva,na revolução(no sentido lato do
termo)cada cidadão comum(como eu)pode e deve participar.Onde der.
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