terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Comunista luta onde der(e pessoas “ normais” e de boa índole também...)



Prosseguindo na discussão sobre a minha proposta aqui,começo contando uma história de quando eu era ainda comunista.Na célula em que eu atuava,um companheiro quis sair e quando eu contestei os seus motivos,afirmando que comunista devia combater no partido, ele me disse a frase que é o título do meu artigo.
Esta frase calou fundo na minha alma e ,quem diria,serve de fundamento à minha luta,desde então(mas que já era algo de minha personalidade)para não aceitar qualquer autoridade.Eu pensava que havia uma necessária exigência de participação política no partido,mas vi que isto era um automatismo e que mais importante do que qualquer coisa é a luta da pessoa comum(como eu),que se habilita, para permanentemente,no que for possível,acabar com este mundo injusto.
Antes de morrer,Simone de Beauvoir concedeu uma entrevista em que preconizava para os pósteros “ um voto não contra este mundo”.
Associado a este princípio a idéia de revolução permanente:o cidadão não sabe,mas ele já luta,quando trabalha,vota e paga tributos(sem ver resultados),mas,dependendo do tempo( e o nosso exige)outras qualificações para o dia-a-dia têm que ser chamadas à baila,para que ele se proteja e ,mais importante,atue de forma a modificar este nosso mundo.
Só a partir desta minha compreensão de que mudar é um ato geral e político ligado ao cotidiano ,pude entender as ações de Guevara,Luther King e Glauber,este último que vivia o tempo todo lutando,até em prejuízo da saúde(os outros também).
Aquele que quer realmente participar da mudança tem que juntar estas duas coisas:a grande política,com a pequena(não sei se os qualificativos não estão trocados) e tem que ,no seu tempo,garantir os momentos para esta rebeldia.
Pascal ,nos “ Pensèes”,reflete sobre o significado da leitura e este significado define o modo de ler.” Não se deve ler” diz ele “ rápido demais,porque isto impede o conhecimento- e não se deve ler devagar ,sob o perigo de se entediar”.
Interpretando estes conceitos eu diria que ler não pode ser um ato contra si mesmo,mas a  favor,assim como agir não deve ser contra  si mesmo.Os médicos recomendam que os exercícios hão de ser feitos não em função das necessidades de inserção na sociedade.Aquele que constrói um corpo musculoso,quer se exibir e compensar uma falta.
Na luta social aquilo que nos atinge ,atinge aos outros ,porque mudar o mundo não é só a si mesmo,mas a si mesmo e aos outros.Então,como ler, a ação social muda a si mesmo e nos impõe o comprometimento com os outros,com os pósteros.
No tempo certo,de cada um,de forma construtiva,na revolução(no sentido lato do termo)cada cidadão comum(como eu)pode e deve participar.Onde der.

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