O
que eu falei no último artigo?A questão decisiva para a desistência de Biden
não era a esposa,como alguns jornais disseram e embora a razão politica
aventada,de não deixar para o partido republicano hegemonia total do congresso,o que definiu tudo foi a
questão econômica e financeira dos doadores ,dos lobbys do Partido Democrata.
O
prova o fato de que hoje de manhã se verificou um crescimento exponencial das
doações,num momento em que a militância terá que fazer um esforço enorme para
inverter toda esta conjuntura desfavorável.
Por
conta do quesito politico, a análise da
Folha,obscurece o principal: o dinheiro,o interesse.Biden,segundo tal análise ,desistiu
porque se a vitória de Trump fosse acachapante o Partido Republicano ficaria
sozinho no Congresso.
As
duas eleições ,presidenciais e
legislativas, são casadas ,como nas formas de governo antigas.Uma
derrota,repito,acachapante, tornaria de
partido único o regime politico americano,ainda que durante 4 anos somente(quem
sabe...).
Mesmo
que Kamala(se escolhida)perca a eleição,não haverá preponderância legislativa
tão grande,o que tranquiliza os lobbies,os doadores,os influenciadores,enfim
todos as clientelas.
Isto
posto,a decisão de Biden já estava tomada há uma semana ou desde o primeiro
debate,sendo a sua resistência um meio de garantir a sua dignidade.
A
menos que ninguém compreenda bem o sistema politico americano,em suas diversas
facetas,foi assim,sem margem para dúvidas ou tergiversações.
E
agora a resultante do quadro é vista diante de nossos olhos:a ofensiva de
Kamala,que ainda não foi escolhida,mas que é indispensável para começar a
inverter este quadro de vitória,repito,acachapante,do adversário.
Há
um elemento de defesa e recuperação do estrago causado por Biden e sua entourage
.Ela pode não emplacar ,mas terá agido de um modo que a campanha democrata se
fortaleça.
Por
falar em entourage (o entorno),os jornais culpam (e têm certa razão)este
grupo que cerca Biden(como qualquer candidato),por não terem visto o problema
antecipadamente.
Mas
a vida é um pouco diferente dos sonhos de uma politica voltada para a
realização dos anseios humanos:não é abnegação que une um aparatchik (pessoa
do aparelho)a um politico.
O
que os une é o proveito.O que mantém o assessor e o deixa acomodado é que não
quer perder a “ boca”.
Por
isto ninguém viu e se visse,como devem tê-lo,tentariam sustenta-la.Não há
abnegação,interesse do país nem nada,só a ponta do nariz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário