segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Esclarecimentos sobre o que disse de Lula e Moro


Não foi minha intenção comparar Lula com Lúcio Flávio.Comparei a condição de ambos de transgressores e não fiz uma crítica só ao Lula,mas também a Moro e  a tantos quantos estão sendo investigados.É absurdo,e esta também é uma forma de comparação favorável a Lula,especificar o ex-presidente,quando outros mereciam a mesma exposição.
A exposição de Lula atende a interesses políticos,óbvio,mas isto não quer dizer que Lula seja inocente.Eu fiz este tipo de consideração.Ninguém atribui características de herói a Lúcio Flávio e  a quem mais apareça,mas o reconhecimento do crime e do criminoso não justifica ,moral e legalmente,a sua manipulação .
José Louzeiro expôs o problema em seu livro “ Lúcio Flávio,o passageiro da agonia”,que,depois,virou filme.Era conveniente para Mariel Mariscot e os policiais da época,envolvidos com a repressão política também,estabelecer uma simbiose perversa com um bandido famoso.Ele  pratica os seus crimes,chantageado por estes policiais,os quais tomam a parte do leão do botin.Assim permaneciam nas trevas e ainda se passavam por justiceiros,quando,por conveniência o prendiam.Esta história de que Lucio Flávio era hábil nas fugas ninguém sensato acredita:os próprios policiais facilitavam-nas,repito,por conveniência.
Da mesma maneira é conveniente colocar Lula no proscênio para obter vantagens semelhantes,politicas e institucionais.É da natureza ético-profissional do juiz não adquirir nome em função de um condenado.Ainda que este condenado tenha exposição,numa república rigorosa e decente ,deveria ele ser tratado como uma pessoa comum.
Esta exposição que jogou o ex-Juiz Moro numa posição de poder é inteiramente anti-ética e agressiva aos princípios da República.Por analogia com determinados parasitas que  entram nos corpos do homem  e se aproveitam dele para viver,alguns,como ele, agem assim.
Para muitos historiadores ingleses,como Ian Kershaw,só existe Churchill porque existiu Hitler e só existiu o segundo governo Churchill porque havia a guerra-fria.
Não há Moro sem Lula e não é uma relação dialética,mas uma perversidade,uma distorção,capaz de destruir e  perverter as relações sociais e institucionais entre os cidadãos brasileiros.A confiança essencial para uma cidadania  foi ferida e mais ainda a confiança no judiciário,que já não é muita.
Bem à propósito ,aprendi com o doutor Tancredo que diante de um fato inevitável há que analisá-lo dentro do que é melhor para o coletivo nacional.Por mim,jamais o juiz Moro poderia estar onde está,mas já que está ele tem que cumprir não só as tarefas de investigação sobre a política,mas também sobre o judiciário,identificando os truques políticos dos juízes nos juizados especiais,a manipulação da pessoa pobre pelo judiciário,a corrupção na justiça do trabalho.Tem que abir a caixa preta.



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