Não foi minha intenção comparar Lula com Lúcio
Flávio.Comparei a condição de ambos de transgressores e não fiz uma crítica só
ao Lula,mas também a Moro e a tantos
quantos estão sendo investigados.É absurdo,e esta também é uma forma de
comparação favorável a Lula,especificar o ex-presidente,quando outros mereciam
a mesma exposição.
A exposição de Lula atende a interesses
políticos,óbvio,mas isto não quer dizer que Lula seja inocente.Eu fiz este tipo
de consideração.Ninguém atribui características de herói a Lúcio Flávio e a quem mais apareça,mas o reconhecimento do
crime e do criminoso não justifica ,moral e legalmente,a sua manipulação .
José Louzeiro expôs o problema em seu livro “ Lúcio
Flávio,o passageiro da agonia”,que,depois,virou filme.Era conveniente para
Mariel Mariscot e os policiais da época,envolvidos com a repressão política
também,estabelecer uma simbiose perversa com um bandido famoso.Ele pratica os seus crimes,chantageado por estes
policiais,os quais tomam a parte do leão do botin.Assim permaneciam nas trevas
e ainda se passavam por justiceiros,quando,por conveniência o prendiam.Esta
história de que Lucio Flávio era hábil nas fugas ninguém sensato acredita:os
próprios policiais facilitavam-nas,repito,por conveniência.
Da mesma maneira é conveniente colocar Lula no
proscênio para obter vantagens semelhantes,politicas e institucionais.É da
natureza ético-profissional do juiz não adquirir nome em função de um condenado.Ainda
que este condenado tenha exposição,numa república rigorosa e decente ,deveria
ele ser tratado como uma pessoa comum.
Esta exposição que jogou o ex-Juiz Moro numa
posição de poder é inteiramente anti-ética e agressiva aos princípios da
República.Por analogia com determinados parasitas que entram nos corpos do homem e se aproveitam dele para viver,alguns,como
ele, agem assim.
Para muitos historiadores ingleses,como Ian
Kershaw,só existe Churchill porque existiu Hitler e só existiu o segundo
governo Churchill porque havia a guerra-fria.
Não há Moro sem Lula e não é uma relação
dialética,mas uma perversidade,uma distorção,capaz de destruir e perverter as relações sociais e institucionais
entre os cidadãos brasileiros.A confiança essencial para uma cidadania foi ferida e mais ainda a confiança no
judiciário,que já não é muita.
Bem à propósito ,aprendi com o doutor Tancredo que
diante de um fato inevitável há que analisá-lo dentro do que é melhor para o
coletivo nacional.Por mim,jamais o juiz Moro poderia estar onde está,mas já que
está ele tem que cumprir não só as tarefas de investigação sobre a política,mas
também sobre o judiciário,identificando os truques políticos dos juízes nos
juizados especiais,a manipulação da pessoa pobre pelo judiciário,a corrupção na
justiça do trabalho.Tem que abir a caixa preta.
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