quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Porque permaneço de esquerda,mesmo não sendo comunista


Porque o movimento social não se identifica integralmente com o comunismo.O fato dele ter sido implantado e ter produzido fundamentos teóricos alentados não significa que ele detenha obrigatoriamente a primazia.Até porque estes fundamentos falharam...
Para mim aquilo que se convencionou chamar de esquerda não começa com a indefectível e mui conhecida Revolução Francesa,mas com a 1ª Revolução Inglesa de 1640.Ajudam-me nesta assertiva os autores Eduard Bernstein e Christopher Hill,que encontraram no movimento dos Niveladores e Diggers mais do que indícios de comunismo.
Os niveladores,ou “ cabeças redondas”,eram os igualitários da época.Dois princípios sociais e políticos que ainda estão aí nos Estados Unidos são bastante conhecidos:”In God we trust”(“ Em deus nós confiamos”)e “ in Pluribus unum”(“ unidade na pluralidade”),que são duas idéias que também permearam o movimento comunista e fazem do seu patrimônio.
Os “ diggers”(“cavadores”,”picaretas”)faziam o mesmo que o MST hoje:as terras improdutivas,sem dono ou do estado inglês sem uso,eram ocupadas por eles,os quais tomavam da picareta e faziam fundações,para edificação de uma casa e de uma horta.
Mas ao longo do séculos seguintes outras tradições se associaram à contestação do satus quo:o cristianismo,setores republicanos da burguesia ,setores operários não identificados com o marxismo  pessoas comuns,outsiders ,pra usar a expressão filosoficamente fundamentada de Marcuse,trabalhistas,nacionalistas.
O marxismo,como sobejamente tenho explicado,” garantiu” uma primazia ,porque vendeu a  idéia do “ socialismo científico”,com o corte epistemológico que descarta o esforço dos outros,no passado(e no futuro).Esta mentalidade atinge até hoje a humanidade e até católico cai nesta esparrela.
Mas a direita,que tem uma mesma estrutura mental,defendo só o seu modelo,explora os erros do marxismo,como se fosse da esquerda em geral e do cidadão(como eu)em particular.
O indiferentismo quanto sofrimento dos pobres  foi criticada pelo republicano (burguês)Vitor Hugo,nos “ Miseráveis”;pelo cristão Henri de Lacordaire e por Lamennais.No caso,este último,se identificava mais com a direita do que com a  esquerda.
Então esta polarização hoje no Brasil é falsa e só interessa a estes dois lados fracassados que querem lotear o Brasil.
A postura dos democratas deve ser a de defender as instituições e as suas necessidades reais,sem confrontar.Nenhum candidato,entre eles o vencedor,se referiu ou se refere ao problema do desemprego,que só vai ser amainado se as classes se sacrificarem um pouquinho.Não são os comunistas que dizem isto,são as agências econômicas  e a monomania(depois da monomania da classe operária),agora ,em economia de mercado,calcada no Chile e nos Estados Unidos.
E digo mais:os dois terços de brasileiros que não  votaram no Presidente  eleito concordam comigo.

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