Ontem um milagre se deu em pleno Rio de Janeiro,perto da
celebração do mistério pascal,o da ressurreição e redenção.
Finalmente os responsáveis pelo assassinato de Marielle foram
indiciados e já estão na prisão à espera do julgamento.
As lições deste fato histórico negativo devem ser tiradas para que
a luta prossiga e se busque a solução daquilo
que todo mundo sabe há mais de quarenta anos:policia não é policia,é
bandido,contrariando o conceito de Lucio Flavio.
Agora,com esta comoção de seis anos ,nós temos décadas(assim não
espero)para por fim nesta verdade terrível ,que nos acompanha há décadas
também.
Já não s e sabe que atitude tomar entrando num delegacia para pedir
ajuda.Dependendo da situação ,a policia,detentora de poder de fogo ,no mínimo,manipulará
o cidadão desprotegido e em desespero.
Existem muitos aspectos a
ressaltar( e o farei proximamente)neste caso,que não acabou
ontem,mas o que mais horroriza é o papel do delegado,porque ficou à vista de
todos aquilo que nós sabemos do cotidiano.
Outra questão ,que para mim é muito importante,é algo que eu notei
desde o inicio neste assassinato:aprendi na minha militância que o idealista
não consegue aprender com Kant a verdade de que o mal radica na humanidade.Ele
sempre pensa que os seus valores de bondade serão compreendidos por todos.É tão
bom que ninguém vai ser contra.
Nós todos sabemos em geral,que não é deste modo,mas no cotidiano
complexo em que vivemos às vezes o militante não nota o perigo:oferecer terras
para distribuir entre pessoas necessitadas é lindíssimo e justíssimo,mas tem gente(ainda)que
não o aceita.Se meter nisto exige sempre para aquele que entra na revolução
permamente, na luta segundo a segundo pela utopia,estar mais atento do que qualquer
outra pessoa.
Este militante é uma vanguarda sim.Na minha militância sempre fui
chamado de paranóico,cismado e desconfiado,mas eu seguia e sigo os ditames de
Gramsci: “ao otimismo do coração ,o pessimismo da razão”(ou vice-versa)e
,apesar de anti-stalinista,aprendi com ele a usar anteninhas de barata,para
ficar atento ao que acontece em volta.
Não me venham com esta história de que eu estou culpando
Marielle,pelo que lhe sucedeu.Estou apenas mostrando ao militante o quanto ele
deve entender o significado de sua atividade.
Depois de anos de militância ,revejo este período e acho
traições,inimizades escondidas,ressentimentos,que não têm que fazer parte do
processo revolucionário,principalmente de quem quer construir a utopia.
São a s primeiras lições do que vimos ontem.
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