segunda-feira, 25 de março de 2024

Marielle Lições da tragédia

 

Ontem um milagre se deu em pleno Rio de Janeiro,perto da celebração do mistério pascal,o da ressurreição e redenção.

Finalmente os responsáveis pelo assassinato de Marielle foram indiciados e já estão na prisão à espera do julgamento.

As lições deste fato histórico negativo devem ser tiradas para que a luta prossiga  e se busque a solução daquilo que todo mundo sabe há mais de quarenta anos:policia não é policia,é bandido,contrariando o conceito de Lucio Flavio.

Agora,com esta comoção de seis anos ,nós temos décadas(assim não espero)para por fim nesta verdade terrível ,que nos acompanha há décadas também.

Já não s e sabe que atitude tomar entrando num delegacia para pedir ajuda.Dependendo da situação ,a policia,detentora de poder de fogo ,no mínimo,manipulará o cidadão desprotegido e em desespero.

Existem muitos aspectos a  ressaltar( e o farei proximamente)neste caso,que não acabou ontem,mas o que mais horroriza é o papel do delegado,porque ficou à vista de todos aquilo que nós sabemos do cotidiano.

Outra questão ,que para mim é muito importante,é algo que eu notei desde o inicio neste assassinato:aprendi na minha militância que o idealista não consegue aprender com Kant a verdade de que o mal radica na humanidade.Ele sempre pensa que os seus valores de bondade serão compreendidos por todos.É tão bom que ninguém vai ser contra.

Nós todos sabemos em geral,que não é deste modo,mas no cotidiano complexo em que vivemos às vezes o militante não nota o perigo:oferecer terras para distribuir entre pessoas necessitadas é lindíssimo e justíssimo,mas tem gente(ainda)que não o aceita.Se meter nisto exige sempre para aquele que entra na revolução permamente, na luta segundo a segundo pela utopia,estar mais atento do que qualquer outra pessoa.

Este militante é uma vanguarda sim.Na minha militância sempre fui chamado de paranóico,cismado e desconfiado,mas eu seguia e sigo os ditames de Gramsci: “ao otimismo do coração ,o pessimismo da razão”(ou vice-versa)e ,apesar de anti-stalinista,aprendi com ele a usar anteninhas de barata,para ficar atento ao que acontece em volta.

Não me venham com esta história de que eu estou culpando Marielle,pelo que lhe sucedeu.Estou apenas mostrando ao militante o quanto ele deve entender o significado de sua atividade.

Depois de anos de militância ,revejo este período e acho traições,inimizades escondidas,ressentimentos,que não têm que fazer parte do processo revolucionário,principalmente de quem quer construir a utopia.

São a s primeiras lições do que vimos ontem.

 

 

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