Quando fui cooptado por meu pai
stalinista ,há muitos e muitos anos, para participar do movimento
comunista,ainda que não tivesse naturalmente aos 11 anos condição teórica para
dizer que era e porque,abracei-o emocionalmente até hoje.
Como se depreende dos meus
textos ainda mantenho um pezinho lá,mas de uma forma diferente daquela que eu
aprendi.
Naquele tempo inicial ouvi
coisas que não condizem com o que vejo atualmente na atuação daqueles que ainda
persistem no movimento comunista,na sua versão dominante ,confundida com o
socialismo real.
Honestidade,heroísmo,companheirismo,tudo
isto eu ouvi de meu paizinho:diversas vezes eu parei de jogar botão no chão da
sala para ouvi-lo explicar o marxismo,com o Capital de Marx na mão e terminar a
sua peroração tecendo loas às virtudes da vanguarda revolucionária.
Naturalmente o tempo dilui um
pouco o idealismo.Dom Quixote nos ensinou não é?
Mas inverter tudo é outra coisa.Se
fosse só a capitulação tudo bem,mas crime de corrupção,desvio de mais-valia de
trabalhador(mais-valia sagrada e intocável nos dizeres de meu pai),inimizades
escondidas(o amigo de hoje é o inimigo de amanhã[ou seja foi sempre
inimigo...]),traições,um partido que é mais semelhante à máfia do que dum partido
humanista,aí não,ai não dá.
Tal é o retrato da esquerda radical
hoje.Mas ela o é agora porque foi sempre,escondendo estas potenciais
vergonheiras e horrores.
Quando me refiro a estes radicais,aos
comunistas,estou me referindo àqueles que se associaram fanaticamente aos
desvios inevitáveis do socialismo real.E ainda insistem.
Experiências como a dos comunistas
austríacos ,holandeses e italianos e quiçá outras de que não lembro agora ,são
ainda de se considerar.
Assim como na Igreja católica há
criminosos há pessoas de bem.No movimento comunista é assim também.
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