quinta-feira, 21 de março de 2024

Porque a China não vai conseguir III

 

Quando me refiro aos problema da China sempre recebo algum tipo de crítica sem me citar,mas dentro do meu youtube aberto.Como sempre.

 Como aconteceu com Marilena Chauí eu vou citar as pessoas que vieram aqui,sem me citar,pela necessidade de defender os meus conceitos.Para não ficar parecendo que eu deixei passar(quiçá por covardia).

Uma pessoa que eu nunca ouvi falar pode ,com este meu silencio,achar que eu não aguentei o tranco e fui para debaixo da cama.

Umas pessoas aqui vieram com aqueles podcasts que pululam por aí.Uma senhora de nome sugestivo Lenina veio contestar as mesmas idéias que eu expus aqui.

A base destas afirmações novas contestatórias que eu não  sei se dirigidas  a mim,mas que tratam das mesmas coisas que eu ,é o pensamento de Althusser cujos livros vieram ao Brasil traduzidos por meu tio Nathanael Caixeiro.

A principal questão reside naquela besteira que este autor francês usa para tentar recuperar os fundamentos do marxismo  e isentá-lo ,e aos seu seguidores,dos profundos crimes cometidos em nome do pensador alemão.

Althusser reconhece nos seus livros principais os erros profundos de Marx,mas Althusser acha que é possível ,dentro de uma contextualização histórica ,relativizar estes fatos e manter de alguma forma a validade do pensamento de Marx.

Para tanto,ele usa um critério hegeliano de filosofia da história que Marx sempre repudiou.A epocalidade justificaria os erros e tirando estas balizas o seu pensamento ficaria mais ou menos intacto.

Assim sendo as questões que eu coloco aqui para reconhecer ,junto com os sociólogos,que a Revolução Russa é um acidente histórico e foi feita contra o pensamento de Marx ,não teriam importância para nós e são justificáveis no tempo delas,não sendo proponiveis nos dias de hoje.

Ora se Marx não tinha nenhuma visão de Filosofia da História que contextualizasse e legitimasse certas ocorrências e que por isto não achava a Rússia o lugar da Revolução que ele preconizava,porque deixar de lado este problema e não ver as consequencias que ela teve para o desenvolvimento da luta pela utopia?

O que Althusser mantém de Marx  é a baixa compreensão das consequencias  que as violências têm na história da humanidade para esta luta.

Alguma pessoa comum vai ter o nível de compreensão exigido pelos intelectuais marxistas na sua redoma e achar que agora não vai acontecer mais nada?

A primeira antinomia de Gramsci foi superada,porque hoje todos os paises(talvez com a exceção da África)são ocidentais.

Supõe-se,inclusive na visão dos althusserianos ,que não há mais no ocidente e pela “ concepção ampliada do estado”,possibilidade de uma revolução (leninista) e mesmo Engels no final da vida já o notara.Se vier é casual e os seus efeitos podem não ser os desejados pelo marxismo.

Mas o fato é que não há esta ruptura (o corte epistemológico)entre a revolução russa e seus descaminhos e a pretensa revolução no ocidente,talvez seguindo a segunda antinomia de Gramsci(guerra de movimento/guerra de posição),porque estes desatinos continuam a repelir as massas da utopia e a culpa é de quem não o vê ainda hoje,numa postura egoística e egocêntrica de quem não admite os erros (e crimes),para não perder a sua estima e a sua posição de reconhecimento.

Coisas que um revolucionário não devia ser ,se fosse devotado ao movimento e ao futuro e soubesse que toda a geração vai para o cemitério.


 

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