Assistindo
ao espetáculo ridículo na Guiana e como sempre faço,acompanhando as noticias ,vejo
que muitas das análises que eu fiz estavam e estão certas:nós estamos ,ainda,na
guerra-fria.
Agora
especificamente nós estamos saindo um pouco daquele rebotalho da guerra-fria
para retornar a uma “nova”,mais parecida com a “ primeira”, a original,só
que,evidentemente com outros contornos e participes diferentes,embora perfeitamente
previsíveis,para quem conhece história:a América Latina,o Brasil,a Amazônia.
Se
desde a época de Napoleão a tendência na Europa era tentar jogar a Rússia para
o Oriente de modo que ela se desinteressasse com o “ concerto europeu”,agora,depois
do fastio desta visão,que originou a guerra do Vietnã e a descolonização da
Ásia,o mundo se volta para esta outra região,que adquiriu um significado
econômico decisivo e estas tendências já foram identificadas há muitas décadas,principalmente
após a queda do socialismo real.
A geopolítica
determina as razões deste “deslocamento”,mas fatores econômicos o reforçam:a
biomassa na Amazônia é vista como parte da luta para superar os problemas decorrentes
do aquecimento global,as questões climáticas;mas igualmente,dentro deste contexto,o
problema da água,que é gravíssimo no mundo todo.
Como
Maduro foi buscar apoio em Putin fica claro que as análises feitas por mim há
alguns anos e mais recentemente estavam e estão certas.
Mas
não foi só isto:dentro desta crise a recusa de Macron em apoiar o acordo com o
Mercosul antecipa e serve de espoleta para o problema atual.Sem dúvida Maduro
,vendo a decisão do Francês e percebendo o enfraquecimento do Brasil,tomou a
iniciativa de promover esta anexação e eventualmente uma guerrinha, duas
possibilidades que ajudam o venezuelano,embora a primeira seja melhor.
Diante
disto e vendo o Brasil ser questionando em sua tradicional neutralidade,muitos
me criticariam ver em Putin uma aliança desejável para o Brasil.O fato de o presidente
russo poder dar suporte a algo que só prejudica ao Brasil,desmentiria a minha
proposta.
Em
primeiro lugar,nunca me referi ao Presidente Putin,mas à Rússia no desenho
histórico e geopolítico,que vem desde Napoleão.Putin é realmente um perigo,mas
mesmo assim,a relação com ele é melhor do que com os Estados Unidos,exceto pelo
problema da democracia e da liberdade.
Mas
o país campeão da democracia e da liberdade sempre apoiou ditaduras no Brasil. Então
é com estas premissas que nós temos que continuar compreendendo.
Porque
apesar dos riscos para o Brasil eu tenho uma visão otimista que deve ser
aproveitada pelo nosso país?
A
nova ordem mundial é proposta da Rússia e da China interligados ,uma relação geopolítica
conhecida há muito tempo.Eu já citei aqui o conceito do político republicano
Sun-Yat-Sen: “o destino da China está indissoluvelmente ligado ao da Rússia”.Digo
eu talvez o destino da humanidade.
Mas
para responder a pergunta acima eu devo dizer que esta invasão dos Chineses no
Nordeste brasileiro não tem futuro,bem como o projeto de socialismo e de
comunismo daquele país.
Em
outro artigo eu vou explica-lo melhor,porque penso assim,mas a razão básica é
que os pressupostos chineses para esta visão são baseados nas teorias
fracassadas de transição ao socialismo e
comunismo da antiga URSS.
Como
tenho demonstrado aqui não há possibilidade de crescimento exponencial ao
comunismo sem a liberdade liberal.Sem uma base liberal capitalista que dê
condições a esta “ passagem”.
Assim
como os bolcheviques fracassaram em 1929 a China fracassará e os sinais já
aparecem:a China pretendia igualar o pib dos Estados Unidos em 2022 e não só
não o obteve como algumas das suas mais aclamadas iniciativas foram para o
buraco.
Mais
cedo ou mais tarde a China vai recuar(se
é que já não está) e os russos não terão meios de nos cercar sem ela e a Rússia sozinha com Maduro não tem como
construir uma hegemonia permanente na região.
Este
é o esquema para o Brasil se orientar.
Nós
temos hoje três guerrinhas iguais ou com motivos semelhantes. Trabalho com a
idéia de que são estertores da guerra-fria.Quando o fogo vai se apagar fica mais claro ,mais forte,mas logo some.Gostaria
que tudo isto terminasse assim,mas vai depender do Brasil que seja assim e em
próximo artigo eu (tento)explico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário