sábado, 9 de dezembro de 2023

3 guerrinhas

 

Assistindo ao espetáculo ridículo na Guiana e como sempre faço,acompanhando as noticias ,vejo que muitas das análises que eu fiz estavam e estão certas:nós estamos ,ainda,na guerra-fria.

Agora especificamente nós estamos saindo um pouco daquele rebotalho da guerra-fria para retornar a uma “nova”,mais parecida com a “ primeira”, a original,só que,evidentemente com outros contornos e participes diferentes,embora perfeitamente previsíveis,para quem conhece história:a América Latina,o Brasil,a Amazônia.

Se desde a época de Napoleão a tendência na Europa era tentar jogar a Rússia para o Oriente de modo que ela se desinteressasse com o “ concerto europeu”,agora,depois do fastio desta visão,que originou a guerra do Vietnã e a descolonização da Ásia,o mundo se volta para esta outra região,que adquiriu um significado econômico decisivo e estas tendências já foram identificadas há muitas décadas,principalmente após a queda do socialismo real.

A geopolítica determina as razões deste “deslocamento”,mas fatores econômicos o reforçam:a biomassa na Amazônia é vista como parte da luta para superar os problemas decorrentes do aquecimento global,as questões climáticas;mas igualmente,dentro deste contexto,o problema da água,que é gravíssimo no mundo todo.

Como Maduro foi buscar apoio em Putin fica claro que as análises feitas por mim há alguns anos e mais recentemente estavam e estão certas.

Mas não foi só isto:dentro desta crise a recusa de Macron em apoiar o acordo com o Mercosul antecipa e serve de espoleta para o problema atual.Sem dúvida Maduro ,vendo a decisão do Francês e percebendo o enfraquecimento do Brasil,tomou a iniciativa de promover esta anexação e eventualmente uma guerrinha, duas possibilidades que ajudam o venezuelano,embora a primeira seja melhor.

Diante disto e vendo o Brasil ser questionando em sua tradicional neutralidade,muitos me criticariam ver em Putin uma aliança desejável para o Brasil.O fato de o presidente russo poder dar suporte a algo que só prejudica ao Brasil,desmentiria a minha proposta.

Em primeiro lugar,nunca me referi ao Presidente Putin,mas à Rússia no desenho histórico e geopolítico,que vem desde Napoleão.Putin é realmente um perigo,mas mesmo assim,a relação com ele é melhor do que com os Estados Unidos,exceto pelo problema da democracia e da liberdade.

Mas o país campeão da democracia e da liberdade sempre apoiou ditaduras no Brasil. Então é com estas premissas que nós temos que continuar compreendendo.

Porque apesar dos riscos para o Brasil eu tenho uma visão otimista que deve ser aproveitada pelo nosso país?

A nova ordem mundial é proposta da Rússia e da China interligados ,uma relação geopolítica conhecida há muito tempo.Eu já citei aqui o conceito do político republicano Sun-Yat-Sen: “o destino da China está indissoluvelmente ligado ao da Rússia”.Digo eu talvez o destino da humanidade.

Mas para responder a pergunta acima eu devo dizer que esta invasão dos Chineses no Nordeste brasileiro não tem futuro,bem como o projeto de socialismo e de comunismo daquele país.

Em outro artigo eu vou explica-lo melhor,porque penso assim,mas a razão básica é que os pressupostos chineses para esta visão são baseados nas teorias fracassadas de transição ao socialismo e  comunismo da antiga URSS.

Como tenho demonstrado aqui não há possibilidade de crescimento exponencial ao comunismo sem a liberdade liberal.Sem uma base liberal capitalista que dê condições a esta “ passagem”.

Assim como os bolcheviques fracassaram em 1929 a China fracassará e os sinais já aparecem:a China pretendia igualar o pib dos Estados Unidos em 2022 e não só não o obteve como algumas das suas mais aclamadas iniciativas foram para o buraco.

Mais cedo  ou mais tarde a China vai recuar(se é que já não está) e os russos não terão meios de nos cercar sem ela e  a Rússia sozinha com Maduro não tem como construir uma hegemonia permanente na região.

Este é o esquema para o Brasil se orientar.

Nós temos hoje três guerrinhas iguais ou com motivos semelhantes. Trabalho com a idéia de que são estertores da guerra-fria.Quando o fogo vai se apagar  fica mais claro ,mais forte,mas logo some.Gostaria que tudo isto terminasse assim,mas vai depender do Brasil que seja assim e em próximo artigo eu (tento)explico.

 

 

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