Agora
eu descobri a razão desta parecença entre o falecido socialismo real e algumas
práticas (“democráticas”)do ocidente:todo mundo confunde a democracia com
democratismo ,com ação entre amigos.
A
cidadania,este conceito nascido no Ocidente ,preconiza a igualdade de direitos
entre os homens,mas vai até aí!Este conceito republicano ,como qualquer
conceito da politica ,não é absoluto(se é que o absoluto existe).
Tem
limitações essenciais para a sua sustentação.Se não é assim,o republicanismo e a cidadania merecem a crítica do marquês de Sade,para
quem estes conceitos são “proto-totalitários”(o termo é meu ,não dele),porque submetem a vida pessoal(no caso
dele a sexual)a uma mediação única,monolítica,sem levar em conta outros
aspectos essenciais da vida humana(outra vez o sexo[a liberdade do sexo]).
Até
certo ponto ele tem razão,mas desde a prolatação destes conceitos,que são da ordem
burguesa ,mas dirigidos a todos,que há uma distinção entre aquilo que é público
e o que é privado.
Quem
define os limites entre o público e o privado é o estado de
direito,evitando,como numa luta permanente a supressão da liberdade individual.
Só
assim a complexidade do ser humano é expressada e reconhecida.Só assim a sua
inevitável e salutar desigualdade se expressa em criação e produção;só assim se
torna crescimento,afirmação.
O
termo “crescer junto” é regressivo e medieval e é prática de povos no ocidente
e no socialismo real:todo mundo sobe juntamente ,como se fôramos macacos em
árvores.Encadeados uns nos outros.
Hoje
esta é a crença dominante no mundo e embora ela existisse antes de 1917,o
socialismo real s e encarregou de dar-lhe uma força,cujo revérbero nos atinge
até agora e não dá sinais de recuar.
Todo
mundo vigia o outro para que não use a sua liberdade para crescer,o que
deixaria o grupo e cada um para trás ,recalcando-se,ressentindo-se.
E
na prática a desigualdade se manifesta,não raro,de maneira ilegítima,segundo
necessidades escusas do grupo.O grupo define um critério que não o force a
crescer,negligenciando exigências que a sociedade põe.E facilita para aquele
que não tem nada mas consegue algumas benesses duvidosas,como só dinheiro.
Ano
passado um ator famoso da globo,que já foi demitido,instado a defender a
empresa,protagonizou um comercial dizendo que o seu patrão privilegiava o “crescer
junto”,mas ele só subiu na medida em que era(não é mais)um galã suburbano,que
agradava as meninas no portão.
Nada
de qualidade técnica,de trabalho e cultura,mas só imagem que se reproduz e se
transforma em dinheiro.
Andy
Wharol lançou uma arte ao expor o rosto de Marilyn Monroe e ganhou dinheiro.Se
você colocar a bunda mais bonita do Brasil a sua dona soluciona o s eu problema
de sobrevivência sem trabalhar,só tirando as eventuais espinhas...
Em
outros lugares o “esquema” se faz presente.No socialismo real não tem mercado
,mas os interesses políticos de reprodução do poder se sobrepõem igualmente ao
trabalho,ao esforço,ao “paciente mérito”.
Aquele
que é afeito realmente à ideologia tem
precedência.
Por
isto a liberdade de Voltaire é uma conquista definitiva da humanidade.Nós todos
somos iguais em direitos,mas diferentes em deveres e o termo
igualdade,mediatizado pelo direito,considera a desigualade na hora de aplicar
os direitos de cidadania.
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