segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Em torno a Napoleão I

                                           (os filmes e a  figura histórica)

O filme atual sobre Napoleão está sendo exibido no Brasil e eu resolvi por em pratica a análise de algumas figuras que eu acho importantíssimas para mim e para a humanidade,se esta tiver condições de dar-lhes um pouco de atenção,em meio à faina.

A primeira coisa  que me chamou a atenção foi a presença de negros na narrativa,entrando mudos e saindo calados.

Inicialmente pensei que um dos militares negros que aparecem ouvindo as conversas era o pai de Alexandre Dumas pai,que era negro(como o filho naturalmente).Mas não sei se é.

Mas historicamente a presença de negros nesta época não se faz ,a não ser no episódio que eu conto no meu trabalho de tradutor e comentador da Constituição de 1803 do Haiti liderada por Toussaint Louverture.

Esta Revolução (que o é)foi reprimida por Napoleão em moldes que antecipam  o que Hitler faria com os judeus no século XX!Quase 100 mil negros foram massacrados com critérios igualmente parecidos.

Napoleão sempre procurou manter critérios “justos” de matança:em Moscou ele ordenou o fuzilamento só dos incendiários,mas não se preocupou a mínima com os excessos do exército francês,propagador da “ ilustração” ,em relação à população russa(o que já se dera na Espanha em que o exército se apresentou como libertador e civilizador do país,ainda “comandado” pela inquisição).

Embora social e historicamente não exista nada em comum entre Napoleão e Hitler (como entre Lênin e Hitler)na capacidade de destruir(se é que é uma capacidade)todos os ditadores se parecem muito.

Uma vez,assistindo a um documentário do history channel sobre a segunda guerra púnica,em que Anibal despontava,com a minha falecida mãe do lado,ela notou que Anibal era representado por um negro(eu ia dizer “ carapinha”,mas isto pode me causar um processo...)  e aí ela me perguntou se o cartaginês era negro.

Eu lhe expliquei que o movimento negro estadunidense forçava que atores negros participassem de filmes e documentários,segundo o principio das “ cotas”.

É sabido que desde a década de 80 alguns filmes têm colocado atores negros em fábulas,filmes de Robin Hood e assim sucessivamente,mas eu me pergunto se forçar uma coisa que não tem nada a ver com a história é bom ou tem a ver com uma desinformação prejudicial ao público.

O objetivo do movimento negro é claro:forçar o negro a entrar na cidadania,como é de direito dele.Mas volto a inquirir:é justo que se distorça o real de modo a não fazê-lo compreensível?

Eu só posso explicar esta “ forçação” porque a luta para colocar o negro na visibilidade do cinema  não resultou,a não ser pelo lado errado(mas necessário historicamente),como no filme “ 12 anos de escravidão”.

Existem filmes que poderiam abordar não só a “ derrota” do negro,mas as injustiças que sofreu na supressão de seus direitos ,como no Haiti.

É um pouco infantilidade torcer os fatos para ajudar na auto-estima cotidiana do negro,sem dizer a verdade,porque depois ela reaparece e aí vem a frustração.

Isto não seria igualar-se com o que a direita faz com o que o stalinismo fez?Distorcer o real a seu favor?Criando uma base para uma outra forma de ditadura?Estas perguntas eu vou responder no Napoleão II.

 


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