(os filmes e a figura histórica)
O
filme atual sobre Napoleão está sendo exibido no Brasil e eu resolvi por em
pratica a análise de algumas figuras que eu acho importantíssimas para mim e
para a humanidade,se esta tiver condições de dar-lhes um pouco de atenção,em meio
à faina.
A primeira
coisa que me chamou a atenção foi a
presença de negros na narrativa,entrando mudos e saindo calados.
Inicialmente
pensei que um dos militares negros que aparecem ouvindo as conversas era o pai
de Alexandre Dumas pai,que era negro(como o filho naturalmente).Mas não sei se
é.
Mas
historicamente a presença de negros nesta época não se faz ,a não ser no
episódio que eu conto no meu trabalho de tradutor e comentador da Constituição
de 1803 do Haiti liderada por Toussaint Louverture.
Esta
Revolução (que o é)foi reprimida por Napoleão em moldes que antecipam o que Hitler faria com os judeus no século
XX!Quase 100 mil negros foram massacrados com critérios igualmente parecidos.
Napoleão
sempre procurou manter critérios “justos” de matança:em Moscou ele ordenou o
fuzilamento só dos incendiários,mas não se preocupou a mínima com os excessos
do exército francês,propagador da “ ilustração” ,em relação à população russa(o
que já se dera na Espanha em que o exército se apresentou como libertador e
civilizador do país,ainda “comandado” pela inquisição).
Embora
social e historicamente não exista nada em comum entre Napoleão e Hitler (como entre
Lênin e Hitler)na capacidade de destruir(se é que é uma capacidade)todos os
ditadores se parecem muito.
Uma
vez,assistindo a um documentário do history channel sobre a segunda guerra
púnica,em que Anibal despontava,com a minha falecida mãe do lado,ela notou que
Anibal era representado por um negro(eu ia dizer “ carapinha”,mas isto pode me
causar um processo...) e aí ela me
perguntou se o cartaginês era negro.
Eu
lhe expliquei que o movimento negro estadunidense forçava que atores negros
participassem de filmes e documentários,segundo o principio das “ cotas”.
É sabido
que desde a década de 80 alguns filmes têm colocado atores negros em fábulas,filmes
de Robin Hood e assim sucessivamente,mas eu me pergunto se forçar uma coisa que
não tem nada a ver com a história é bom ou tem a ver com uma desinformação prejudicial
ao público.
O
objetivo do movimento negro é claro:forçar o negro a entrar na cidadania,como é
de direito dele.Mas volto a inquirir:é justo que se distorça o real de modo a
não fazê-lo compreensível?
Eu
só posso explicar esta “ forçação” porque a luta para colocar o negro na
visibilidade do cinema não resultou,a
não ser pelo lado errado(mas necessário historicamente),como no filme “ 12 anos
de escravidão”.
Existem
filmes que poderiam abordar não só a “ derrota” do negro,mas as injustiças que
sofreu na supressão de seus direitos ,como no Haiti.
É
um pouco infantilidade torcer os fatos para ajudar na auto-estima cotidiana do
negro,sem dizer a verdade,porque depois ela reaparece e aí vem a frustração.
Isto
não seria igualar-se com o que a direita faz com o que o stalinismo fez?Distorcer
o real a seu favor?Criando uma base para uma outra forma de ditadura?Estas perguntas
eu vou responder no Napoleão II.
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